2019 foi um ano muito desafiador para as melhores marcas de celular no Brasil, e nesse artigo eu tentei resumir o que aconteceu de mais importante em cada uma delas. Acompanhe.
Motorola
A Motorola começou 2019 comemorando 2018, já que finalmente voltou a dar lucro, depois de 5 anos da compra pela Lenovo.
Infelizmente em 2019 o tempo virou, e a fabricante deve fechar o ano com uma queda de quase 10% no market share de aparelhos ativos, segundo a StatCounter.
Com esse cenário, mudanças de estratégia foram feitas em 2019, e devem continuar em 2020.
Apesar de não confirmar, a empresa dá todos os indícios de que vai acabar com a linha Z.
O Moto Z4 não foi lançado ro Brasil (um dos mercados mais importantes para a marca), e nesse momento, está rolando uma verdadeira liquidação “limpa estoque” dos Moto Snaps na loja online da empresa.
Ela foi a única fabricante que conseguiu emplacar no mercado o conceito de aparelho modular, mas parece que isso não está mais fazendo a cabeça do consumidor.
Desta forma, a marca virou seu barco para outra direção, remodelando a linha One para preencher esse espaço, colocando uma funcionalidade de câmera diferente em cada modelo. Uma espécie de “modular, sem ser modular”.
O One Vision é bom para fotos no escuro, o One Action é perfeito para vídeos de ação, o One Macro faz fotos Macro, o One Hyper tem câmera frontal pop up, e finalmente o One Zoom, tem… Zoom.
Ainda é cedo para dizermos se essa nova estratégia para o segmento de celulares intermediários deu certo, mas confesso que, pessoalmente, eu não aprovei.
A linha Moto G7 foi um sucesso, com destaque para o baratinho Moto G7 Play e o “baterudo” Moto G7 Power vendendo horrores, e o G7 Plus satisfazendo a galera que busca algo mais completo. Só o G7 do meio ficou perdido na pracinha.
Com a concorrência cada vez mais forte da Xiaomi, a Moto correu para lançar G8 Plus e G8 Play com design reformulado ainda em 2019, porém, nenhum dos dois impressionou.
O grande acerto da marca em 2019 sem dúvida foi o Moto Razr, que trouxe, numa mesma tacada, o revival nostálgico de um dos celulares mais icônicos de todos os tempos – o V3, e uma das propostas mais bacanas de smartphone com tela dobrável.
Aparentemente, grande parte do público prefere uma tela dobrável que permite o encolhimento de um smartphone de 6 polegadas, contra um smartphone trambolhão que vira tablet.
LG
2019 foi um ano importante para a LG. Depois de anos perdendo espaço, finalmente a marca voltou a ser competitiva, lançando modelos bem acertados no custo-benefício.
Tivemos um top de linha com preço imbatível – o LG G8s ThinQ pode ser adquirido por até R$ 1.299 nas operadoras -, um dobrável com proposta diferenciada (o G8X de tela dupla), e finalmente, aparelhos baratos com boas câmeras e design atraente – K12 Plus, K12 Prime e K12 Max.
A minha grande crítica à marca; a interface ultrapassada, finalmente teve a atenção merecida, com uma nova LG UI sendo lançada no finalzinho do ano, junto com o G8X.
A interface está mais bonita e traz tudo aquilo que eu pedia nos meus reviews, como Modo Escuro, layout otimizado para uso com uma mão e melhor organização dos menus, mas infelizmente ainda não está disponível para os todos os modelos da marca.
Aliás, falando em atualizações, está aí algo que a empresa ainda precisa melhorar (muito), já que mesmo os tops da marca demoram horrores para receber updates, e os intermediários então, nem se fala.
Xiaomi
Nesse ano tivemos o retorno oficial da Xiaomi ao Brasil, com direito a duas lojas físicas em São Paulo, mas na real, o grande responsável pelo crescimento enorme dos celulares da marca no país foi, sem dúvida, o mercado cinza.
Aparelhos como o Redmi Note 7 e o Mi 9 SE venderam muito nas lojinhas e market places, o Mi 9T fez muito barulho nos canais e grupos especializados, e até os modelos baratinhos, como o Redmi 7A, se tornaram ultra populares entre os brasileiros.
Aliás, o último relatório da Counterpoint research mostra o Redmi 7A entre os 10 smartphones mais vendidos do mundo, o único da marca na lista.
Graças à explosão do comércio paralelo de celulares Xiaomi, a Anatel e a Polícia Federal fizeram diversas operações e apreensões de aparelhos irregulares durante o ano, indicando que as fabricantes instaladas oficialmente no país já estão sendo prejudicadas (inclusive a própria Xiaomi).
Samsung
A Samsung conseguiu adiantar ainda em 2018 o impacto que a Xiaomi causaria na concorrência em mercados emergentes como a Índia e o Brasil, e por isso mudou drasticamente sua estratégia para o segmento de smartphones intermediários, os mais vendidos nesses mercados.
A estratégia não foi suficiente para segurar a Xiaomi na Índia – onde a Samsung perdeu sua posição de líder para a Xiaomi -, mas no Brasil deu super certo.
Por aqui, a marca conseguiu colocar a nova linha A em todas as listas de celulares mais vendidos, e até ampliou seu market share em aproximadamente 10%, segundo a StatCounter.
O Galaxy A50 foi um sucesso, acompanhando pelo A10 e pelos M20 e M30, e até os Galaxy S10 venderam bem, mesmo com a dura concorrência do iPhone XR (o celular mais vendido do mundo em 2019), e do Huawei P30 Pro e suas super câmeras.
O único modelo que realmente não emplacou foi o A80, que chegou com preço muito salgado, e concorrência direta do queridinho do ano; o Xiaomi Mi 9T.
Apple
Com base na lista de produtos eletrônicos mais buscados no Google em 2019, podemos tirar duas conclusões sobre a Apple no Brasil: 1. A marca continua sendo sinônimo de celular bom no país; 2. Por aqui a marca meio que “vive de passado”, já que os aparelhos mais procurados são os das gerações anteriores.
Confira a lista oficial do Google:
- iPhone 7
- iPhone 8
- iPhone 7 Plus
- iPhone X
- iPhone 8 Plus
- Moto G7
- iPhone XR
- PlayStation 4
- Xiaomi Mi 9
- iPhone 11
Fica evidente que os brasileiros confiam na marca quando o assunto é tecnologia, só que obviamente, não é todo mundo que pode pagar 7000 reais num lançamento.
Isso explica por que os aparelhos mais antigos da marca ainda são muito procurados, e também porque o iPhone XR, modelo mais acessível de 2018, foi o mais vendido em 2019.
Percebendo isso, a empresa começou a repensar sua política de preços, mesmo que ainda de forma discreta.
O novo iPhone 11 foi lançado um pouquinho mais barato que o XS, e é bem provável que ele tome o lugar do XR como modelo mais vendido do mundo em 2020.
Para encerrar, temos a questão das câmeras.
A Apple estava ficando para trás nos últimos anos, com a concorrência lançando câmeras cada vez melhores, mas esse ano ela deu uma verdadeira virada, colocando câmeras realmente excepcionais nos iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max.
É meus amigos e minhas amigas, a briga vai ser boa em 2020!
Quem você acha que vai bombar no próximo ano? Coloque aí nos comentários!