Em abril de 2017, o Mobizoo fez uma reportagem sobre as novas regras para a Monetização dos vídeos, uma vez que os anunciantes estavam abandonando o Youtube por causa dos conteúdos de ódio, extremistas e inadequados para muitos usuários.
Como as propagandas eram exibidas antes destes vídeos, por eles atraírem muitas visualizações, a imagem das grandes marcas estava sendo vinculada ao conteúdo dos vídeos, e a plataforma estabeleceu, já em 2017, novas regras determinando que apenas canais com mais de 10 mil visualizações poderiam exibir anúncios e serem monetizados.
Como funciona a monetização do YouTube
O YouTube possui um algoritmo que avalia quanto cada vídeo deve receber, com valores que variam de acordo com o patrocinador e o tempo de exibição. Mas para ser aceito no Programa de Parceiros da plataforma, o conteúdo publicado deve ser 100% original.
No entanto, a plataforma paga ao criador de conteúdo apenas o que eles chamam de visualizações monetizadas, ou seja, a pessoa tem que interagir com o anúncio: assistir pelo menos 30 segundos ou clicar para ser direcionado à página do anunciante. Ou seja, se o espectador usar um Adblock, a exibição do vídeo não é monetizada.
Analistas apontam que o YouTube recebe em média 1 dólar a cada 1000 views numa propaganda de anunciante, mas só repassa metade desse valor ao criador (aproximadamente). É o famoso CPM (custo por mil).
As primeiras mudanças
Com a crise de fuga de anunciantes, a Google contra-atacou criando regras “family friendly”, em que os conteúdos dos canais seriam avaliados de acordo com os padrões de ética e bons costumes da empresa. Com isso, os criadores de conteúdo desbocados tiveram perda de arrecadação abrupta.
Como mencionamos na época das mudanças, youtubers famosos como Felipe Neto chegaram a fazer vídeos anunciando que tiveram queda de até 90% na arrecadação.
A Google admitiu que não possuía capacidade de processar todos os conteúdos e que iria implantar inteligência artificial para julgar se o vídeo estava dentro dos padrões aceitáveis da empresa.
Mas, outra mudança que causou muito burburinho foi que apenas canais com mais de 10 mil visualizações totais estariam aptos a participar do Programa de Parceiros e, assim, serem monetizados. O que também gerou questionamentos de a Google estar dificultando, dessa vez, a vida dos novos geradores de conteúdo.
As mudanças atuais
Agora a Google resolveu dificultar de vez a vida dos canais menores. Ontem, 17/01/18, ela mandou um e-mail para todos os canais avisando sobre as novas regras de monetização.
A partir de 20 de fevereiro de 2018, todos os canais com menos de 4000 horas de visualizações/ano, e menos de 1000 inscritos serão desligados do Programa de Parceiros. Ou seja, a maioria dos canais deixarão de ser monetizados.
O problema não se concentra na quantidade de inscritos (isso é relativamente fácil de conseguir), mas na quantidade de horas de exibição. 4000 horas num ano é coisa pra caramba!
Vamos imaginar um canal como o do Mobizoo, que se concentra em análise de celulares, por exemplo. Para cumprir a nova regra, seriam necessárias 7:17 horas de exibição em cada um dos 57 vídeos do canal.
Nosso amigo Everton Vianna explica isso detalhadamente em seu canal:
Agora, olha que interessante: para sacar o dinheiro gerado com vídeos, os canais precisam obter no mínimo 100 dólares, coisa que nenhum canal pequeno consegue.
Fica a pergunta: será que em fevereiro, quando as novas regras forem aplicadas, e os canais pequenos forem removidos do Programa de Parceiros, o dinheirinho de cada um deles será retido, redistribuído para canais não penalizados ou ficará com a Google?
Conclusão
Agora, apenas canais que fazem envios frequentes de conteúdo original, com boa duração, e que geram engajamento serão monetizados. Será este o fim dos canais pequenos?
Imagino que será um balde de água fria em quem sonha em se tornar youtuber. O ideal seria que tivéssemos mais concorrência, mas infelizmente, Dailymotion e Vimeo passam longe de sequer ameaçar o império do YouTube.
Além disso, fazer concorrência com a Google e todo o seu poderio de pesquisa, relevância é muito perigoso, que o diga o finado Windows Phone.
E vocês o que acham? Precisamos de mais concorrência? Acham que será o fim dos canais pequenos? Comente! Compartilhe!