Me desculpe, mas eu vou ter que usar novamente uma música dos anos 90 para coroar um review de smartphone. Desta vez, a vítima é o Motorola Moto Z3 Play, e a canção escolhida é o hino dos relacionamentos abusivos: “Entre tapas e beijos” de Leandro e Leonardo.
O motivo? A nova versão do intermediário premium da Motorola traz upgrades importantes em relação ao modelo anterior (beijos), mas também têm downgrades que agridem o coração de quem, como eu, era apaixonado pelo Moto Z2 Play (tapas).
Então, se você está pensando em comprar este celular, venha comigo participar dessa DR, onde eu conto os detalhes da minha experiência com essa belezinha após algumas semanas de uso.
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Motorola Moto Z3 Play: preço e disponibilidade
Os smartphones da categoria intermediário premium costumam custar entre R$ 1.700 e R$ 2.300, com preço variando de acordo com o tempo de lançamento. Dito isso, o Motorola Moto Z3 Play foi lançado em junho por R$ 2.299*, mas já pode ser encontrado por valores abaixo dos 2 mil reais em algumas promoções.
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Nesta faixa de preço, o modelo concorre com o Galaxy A8 Plus da Samsung, o Sony Xperia XA2 Ultra, e com o Zenfone 5 da Asus, que custa mais barato e ainda traz mais bateria, recursos de inteligência artificial na câmera e duas coisas que a Motorola tirou de seu modelo: entrada padrão para fones de ouvido e rádio FM.
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O Moto Z3 Play ainda pode ser adquirido nos kits com os seguintes Moto Snaps:
- R$ 2.399* no kit com a Style Shell;
- R$ 2.599* nos kits com Moto Snap TV Digital, Stereo Speaker ou Gamepad;
- R$ 2.999* no kit com o Moto Snap Projetor.
E também está disponível na versão com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, por R$ 2.699*, sem nenhum Snap. Ah, essa versão mais parruda é exclusiva para o Brasil, tá, meu amor?
*Valores obtidos na loja oficial da Motorola.Vale lembrar que o Moto Z2 Play foi lançado por R$ 1.999, portanto esta nova versão chega 300 reais mais cara que o modelo anterior.
Atualização: O preço do Moto Z3 Play caiu um bocado desde o lançamento, e hoje você já pode encontrá-lo por até R$ 999Fica a questão: será que esse aumento no preço é justificável? É o que vamos descobrir agora, começando pela lista de prós e contras.
Motorola Moto Z3 Play: prós e contras
Prós:
- A câmera traseira melhorou bastante e está realmente muito boa;
- A câmera frontal também melhorou, apesar de ter perdido o flash;
- A Tela AMOLED continua excelente, só que agora é maior e possui calibração de cores mais acertada;
- Os recursos de software da Motorola estão cada vez melhores;
- Alto e bom som tanto no alto falante quanto nos fones de ouvido;
- O leitor de impressão digital lateral é muito rápido e sua posição permite desbloqueio em qualquer situação.
Contras:
- Desempenho abaixo do esperado – falta otimização do sistema, traseira esquenta e apps fecham sem motivo aparente;
- Duração da bateria menor – não aguenta 1 dia inteiro de uso intenso;
- O design piorou um pouco: a traseira de vidro é mais frágil e fica toda marcada de dedos, o aparelho está ligeiramente mais grosso, e o botão Power do lado esquerdo é bem estranho;
- Ausência de entrada padrão para fones de ouvido com fio – exige adaptador;
- Bandeja híbrida de chips – não suporta mais 2 chips de operadora e 1 micro SD ao mesmo tempo;
- Não tem mais Rádio FM;
- Sem certificação IP68.
Motorola Moto Z3 Play: unboxing
Motorola Moto Z3 Play: design
Como você já deve saber, a Motorola não pode mudar o desenho dos celulares da linha Z por conta da compatibilidade com os Moto Snaps, então ela muda o que pode para renovar o visual dos dispositivos.
No caso do Moto Z3 Play, as principais mudanças de design em relação ao modelo anterior foram na tela e na traseira.
Sai a traseira de alumínio fosco e entra a de vidro brilhante, e a tela, agora com 6 polegadas e proporção 18:9, ocupa quase toda a parte frontal do aparelho, deixando as bordas tão pequenas, que o leitor de impressão digital teve que se mudar para a lateral, no melhor estilo dos Xperias top da Sony.
Aí você deve estar se perguntando: ué, mas então pra onde foram os gestos de navegação que ficavam no leitor frontal? Calma, eles estão no mesmo lugar, só que agora ficam dentro da tela, numa aplicação bem semelhante à do novo Android P.
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Particularmente eu achei excelente a nova posição do leitor, já que ela permite que você desbloqueie a tela do telefone com naturalidade em qualquer situação: tirando ele do bolso, pegando ele numa superfície, e até quando ele está num suporte para carro.
Para ficar perfeito, só faltou fazer o mesmo que a Sony, e colocar o botão Power integrado no leitor. Infelizmente, esse botão foi parar do outro lado do smartphone, dando mais trabalho pro seu cérebro na hora de desligar a tela.
O modelo continua fino e leve, mas não tão fininho e levíssimo quanto o Moto Z2 Play era. A espessura passou de 6 mm para 6.75 mm, e o peso passou de 145g para 156g nessa nova geração.
Mas calma, pois tenho mais notícias tristes para te dar: não há mais aqui a entrada padrão para fones de ouvido, e para completar, a bandeja de chips perdeu o slot extra, que permitia 2 chips de operadora e 1 micro SD funcionando ao mesmo tempo.
O Barney do seriado “How i met your mother” nunca esteve tão errado.
Motorola Moto Z3 Play: tela
A tela Super AMOLED do Moto Z3 Play está maior e melhor que a do Moto Z2 Play, que já era muito boa.
A calibração de cores está mais acertada, e eu adorei o fato desse painel ser bem mais largo que os dos concorrentes com displays 18:9. Telas finas e altas me dão nervoso.
Nota 10. É só isso que você precisa saber. Pode ir pro próximo tópico.
Motorola Moto Z3 Play: câmeras
As câmeras não eram o forte do Moto Z2 Play, mas agora o jogo virou. O Moto Z3 Play possui um conjunto fotográfico de primeira, que traz câmera dupla traseira composta por uma lente teleobjetiva de 12 MP dual pixel com abertura generosa de f/1.7, e uma lente field depth de 5 MP. Além, é claro, da câmera frontal de 8 MP com abertura f/2.0.
Os resultados que obtive com essas câmeras foram muito positivos em praticamente todas as situações, e devo dizer que fiquei especialmente impressionado com a qualidade das fotos feitas no Modo Retrato (também conhecido como efeito fundo desfocado).
Vamos aos exemplos, começando com imagens em boas condições de luz:
Agora olha a precisão do recorte que o dispositivo faz entre os planos do Modo Retrato:
Ainda dá para notar uma pequena perda de definição no primeiro plano, mas é notável como esse recurso evoluiu nos smartphones da marca.
Outra coisa que também melhorou, foi a captura em condições de baixa iluminação. Agora o software da câmera identifica a cena e aciona o modo Low Light ou HDR automaticamente (dependendo da situação), e trabalha no pós-processamento para gerar o melhor resultado. Veja:
Naturalmente há um pouco de ruído nas áreas mais escuras, mas no geral, a câmera equaliza muito bem as imagens, mantendo detalhes e trazendo informações que poderiam ficar invisíveis sem este tratamento.
Falando da câmera frontal, eu já estava pronto para criticar este item por conta da ausência do flash dedicado, até que percebi que ele não faz tanta falta assim. Vamos combinar: nem iPhone X, nem Galaxy S9 possuem flash frontal, e mesmo assim fazem ótimas selfies, né?
O que importa aqui, é que a abertura da lente frontal melhorou muito (de f/2.2 para f/2.0 – quanto menor o número, melhor o resultado), e isso foi o suficiente para dar um belo up nas selfies do modelo, especialmente em condições de luz menos favoráveis.
Caso queira visualizar as fotos em tamanho original, baixe este arquivo zip.Motorola Moto Z3 Play: desempenho
Eu elogiei bastante os smartphones da linha 2017 da Motorola no quesito desempenho, mas esse ano parece que isso não vai acontecer.
Como eu mostrei no review do Moto G6 Plus, aparentemente a fabricante não soube lidar com o novo formato de tela que aplicou em seus dispositivos para 2018, e por isso anda derrapando na otimização do software.
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Com isso, mesmo o Moto Z3 Play, que possui um hardware consideravelmente potente, apresenta engasgos nas rolagens de feeds do Facebook e Twitter, lag no gesto de pinça (usado para ajustar fotos no Instagram, por exemplo), aquecimento aleatório da traseira, e até o app da câmera fechando sozinho “na sua cara” com certa frequência.
Eu já testei outros celulares equipados com o mesmo chipset Snapdragon 636 presente no Z3 Play, e a experiência foi outra, com muita velocidade e fluidez no dia a dia. Ou seja, o problema é falta de otimização mesmo.
Dá para jogar aqueles games pesados da Play Store? Dá. Só não abuse.
Motorola Moto Z3 Play: bateria
A imprensa toda fez um barulho danado quando a Motorola decidiu diminuir a capacidade da bateria do Moto Z Play, caindo de 3500 mAh na primeira versão, para 3000 mAh na segunda, mas tudo acabou sendo uma tempestade em copo d’água.
Como a tela se manteve a mesma de uma geração para a outra, e o chipset melhorou a gestão de energia, o impacto na autonomia foi mínimo, e todo mundo adorou o corpinho super esbelto que Moto Z2 Play ganhou com a redução.
Nesta terceira geração, a fabricante manteve os 3000 mAh mesmo com o aumento na espessura do dispositivo (!?), só que esqueceu um pequeno detalhe: a tela está bem maior, e por isso consome bem mais energia.
Resultado: a autonomia despencou, e um usuário mais intenso terá dificuldade para chegar ao fim do dia com alguma carga.
Como eu disse anteriormente, o software do Moto Z3 Play parece estar pouco otimizado tanto para gestão de energia quanto para desempenho, portanto, pode ser que esse cenário mude com uma atualização futura.
Por enquanto, a duração do aparelho só vai satisfazer aqueles que deixam o smartphone um pouco de lado durante o dia (tipo quem trabalha na frente do computador).
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Motorola Moto Z3 Play: som
Apesar de não ter alto falantes estéreo, o Moto Z3 Play oferece som alto e encorpado, eu diria até um pouquinho mais potente que no modelo anterior.
Para um celular, os graves são bastante satisfatórios, e eu não notei nenhuma distorção ou ruído, mesmo no volume máximo.
Os fones de ouvido que acompanham o smartphone são os mesmos que vinham no Moto Z2 Play, e a minha avaliação continua igual: experiência sonora bacana, conforto e boa durabilidade.
Só tem um porém: o Moto Z3 Play não possui entrada padrão para fones de ouvido (booooo!), e por isso você deve sempre se lembrar de levar o adaptador USB Tipo C com você. Um saco!
Motorola Moto Z3 Play: ficha técnica
- Android 8.1 Oreo;
- Tela AMOLED 18:9 Full HD+ de 6 polegadas (1080 x 2160 px);
- Vidro Gorilla Glass (frente e traseira);
- Chipset Qualcomm Snapdragon 636 octa core 1.8 GHz;
- GPU Adreno 509;
- 4 ou 6 GB de RAM;
- 64 ou 128 GB de armazenamento interno;
- Entrada para micro SD de até 2 TB;
- Câmera dupla traseira de 12 MP + 5 MP dual pixel, aberturas f/1.7 e f/2.2, auto HDR;
- Câmera frontal de 8 MP f/2.0 com auto HDR;
- Gravação de vídeo 4K
- Leitor de impressão digital lateral;
- USB Tipo C;
- Bluetooth 5;
- A-GPS, GLONASS;
- NFC;
- Bateria de 3000 mAh com carregamento rápido.
Motorola Moto Z3 Play: vale a pena?
Tirando as câmeras e a tela, que melhoraram um bocado em todos os sentidos, o Moto Z3 Play perdeu vários pontos quando comparado com seu antecessor: foram embora a Rádio FM, a entrada padrão para fones de ouvido, o suporte para 2 chips + micro SD, o flash frontal, a duração da bateria, a otimização do desempenho, o corpo ultra fino e a boa ergonomia.
Se você não é um heavy user, e só quer saber de tela grande e boas fotos, ele pode ser uma boa compra. Só não esqueça de levar também um Snap de bateria, pois você vai precisar.
Agora, se assim como eu, você é exigente com desempenho, se revolta com a retirada de recursos importantes, e era apaixonado pelo design bem resolvido do modelo anterior, vai ser difícil engolir esta nova versão, que além de tudo é mais cara.
Por isso tudo, o meu veredito é:
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.