Jogos mobile ganham espaço nos eSports e desafiam domínio e popularidade do PC

O PC sempre foi a plataforma favorita, e mais eficiente, quando o assunto são os eSports. Por isso, os dois mercados sempre tiveram um crescimento próximo e semelhante. No entanto, este cenário está passando por algumas mudanças. Os jogos competitivos mobile, ou seja, para smartphones, estão em crescimento. Essa transição tem acontecido de maneira lenta, porém com bons resultados para as produtoras.

Todo o universo dos eSports já movimenta quantias quase que bilionárias no mercado. Segundo pesquisas recentes, a expectativa para a receita em 2019 é de um aumento de 15% em comparação ao ano passado. Assim, o universo dos jogos competitivos deve movimentar US$ 1,1 bilhão até dezembro e quebrar mais recordes, não apenas financeiros, mas também de números que envolvem a audiência.

Alguns dados já mostram que as competições eletrônicas envolvem cerca de 450 milhões de pessoas, somando todo o mundo. A China e os Estados Unidos são os líderes em audiência, com quase 100 milhões de espectadores dessa fatia. O Brasil não fica longe disso, sendo o terceiro com mais público e tendo mais de 20 milhões de pessoas que acompanham torneios de CS:GO, League of Legends, Overwatch e outras franquias famosas.

Esse sucesso sempre esteve ligado ao PC, que é a plataforma favorita e ideal para os eSports. Alguns títulos até podem usar consoles de última geração, mas no geral é tudo no bom e velho computador. A questão é que esse pensamento está mudando, principalmente com os jogos de smartphones. Atualmente, games competitivos mobile, como é o caso de Clash Royale, possuem mais de 27 milhões de usuários e têm transformado o cenário gamer.

Do PC para o celular

A chegada de cada vez mais jogos para smartphone está fazendo com que este mercado comece a disputar espaço contra o PC. São diferentes franquias, alguns títulos novos e outros antigos, que estão ganhando espaço na audiência. Em 2018, por exemplo, o torneio PUBG Mobile Star Challenge chamou atenção pelo prêmio de US$ 600 mil que entregou aos participantes. Foi um dos maiores deste mercado mobile, e que está apenas começando.

Porém, PUBG não foi a única franquia a criar uma versão para smartphone. Desde o ano passado, o popular Fortnite oficializou o jogo para iOS e Android. A expectativa é que estes títulos conquistem espaço aos poucos, e aproveitem o crescimento dos eSports mobile gradualmente. São calculados quase 30 milhões de usuários, para cada um desses jogos, apenas até o final de 2019. Uma projeção otimista e bastante alta.

O maior impacto, no entanto, pode ser a confirmação da chegada de League of Legends neste mundo mobile. A Riot Games ainda não confirmou uma data, mas deve anunciar algumas novidades após a etapa norte-americana do LCS Summer. Por lá, Team Liquid e Cloud9 estão disputando o favoritismo na competição. No dia 27 de junho, as duas equipes apareciam com 45,5% e 25%, respectivamente, nas probabilidades de título. Ou seja, novidades só após a disputa entre os dois times.

Potencial no Brasil

O mercado dos eSports no país ainda não está completamente consolidado. Apesar dos altos índices de audiência, o número de torneios e equipes de alto nível ainda não é satisfatório. Porém, o potencial de crescimento com os jogos mobile promete ser ainda maior. Em dados divulgados pelo IBGE, o brasileiro se mostrou mais acostumado em usar o smartphone para entretenimento, do que com os consoles e os PCs.

Enquanto os celulares tiveram um aumento de 11,2% de usuários em 2018, os computadores viram este número cair em 3,4%. Ou seja, o Brasil continua a ampliar essa diferença entre os dois equipamentos no uso diário. Isso faz com que a chance de termos pessoas jogando Clash Royale, Hearthstone e Vainglory, por exemplo, é maior do que alguém que possa gastar tempo em partidas de Counter-Strike: Global Offensive.

Os eSports fazem parte de um mercado novo, e que ainda não conseguiu se estabilizar por completo. Nos próximos anos, os números ainda vão mudar bastante, seja para mais ou até para menos. É preciso esperar para avaliarmos todo o potencial, e se será possível atingir. Porém, o Brasil não pode ficar de fora disso, principalmente nessas competições em celular. É uma chance de ganhar espaço neste cenário e que deve ser aproveitada.

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.

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