Os jogadores hardcore formam um dos públicos mais exigentes quando o assunto é tecnologia, e o ROG Phone 2 é o celular gamer da Asus pensado para atender esses consumidores.
Ele é o smartphone mais rápido do mundo até o momento – de acordo com testes de benchmark –, possui tela de 120 Hz que muda completamente a experiência Android em termos de fluidez, som estéreo frontal, sensores de pressão nas laterais, bateria gigante, e até um sistema de resfriamento externo.
À princípio é até difícil achar um ponto fraco nesse aparelho (além do preço), mas, como esse é o meu trabalho, peguei o bichinho emprestado por algumas semanas para experimentar.
Será que deu bom ou deu ruim? Vem que eu te conto!
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Prós e contras
Prós
- Tela de 120Hz (fluidez e responsividade muito acima da média);
- A enorme bateria chega a durar 3 dias;
- Som estéreo potente e impecável;
- Desempenho absurdo.
Contras
- Grandalhão, pesado e escorregadio;
- Conjunto de câmeras ok, porém inferior ao dos modelos de mesmo valor;
- Sem entrada para micro SD.
Unboxing [vídeo]
Ficha técnica
- Android 9 Pie (Atualização para Android 10 em andamento);
- Tela AMOLED 120 Hz de 6.59” Full HD+ (1080 x 2340);
- Chipset Qualcomm Snapdragon 855+ (7 nm);
- GPU Adreno 640;
- 8 ou 12 GB de RAM;
- 128, 256 ou 512 GB de armazenamento;
- Câmera traseira dupla:
Principal de 48 MP f/1.8 com autofoco PDAF e Laser;
Secundária Ultrawide de 13 MP f/2.4; - Câmera frontal de 24 MP f/2.2;
- Gravação de vídeo 4K 60 fps;
- Alto falantes estéreo amplificados DTS:X;
- Leitor de impressão digital na tela;
- Air triggers – sensores de pressão nas laterais;
- Rádio FM;
- Bluetooth 5 com aptX;
- NFC;
- USB Tipo C;
- Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola.
- Bateria de 6000 mAh com carregamento super rápido (25w) e reversível.
Design e tela
Por se tratar de um produto gamer, o ROG Phone 2 tem visual extravagante, bem diferente dos celulares convencionais. É o famoso ame ou odeie.
Eu acho “papagaiado” demais, mas a galera do casemod certamente vai amar. Afinal, na traseira do modelo há um corte com uma grelha para ventilação, o símbolo Republic Of Gamers que se acende em várias cores, pequenas linhas com efeito “arco-íris”, e vários detalhes no chassi que deixam o aparelho com aquele ar “tunado”.
O corpo enorme em metal e vidro é super escorregadio, e por isso é fundamental usar uma capa com material mais aderente, para evitar que o aparelho deslize fora do seu bolso e se jogue no chão, algo que aliás aconteceu comigo, mas pelo menos não resultou em nenhum dano grave. Foram 60 cm e apenas um raladinho na quina superior.
A versão com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento vem com uma capinha tipo Bumper para o smartphone, porém a versão com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento não traz essa capa. No lugar dela vem o cooler (ventoinha), que também serve como apoio para as mãos.Pulando pra tela, a primeira reação que eu tive ao experimentar o display AMOLED de 120Hz do ROG 2 foi de puro deslumbramento.
Graças à taxa de atualização muito acima do convencional, a fluidez nas animações e nas rolagens de tela é absurda, a velocidade de resposta ao toque é imediata, e tudo isso aliado ao poder de processamento do dispositivo, torna a experiência de uso simplesmente sensacional.
Mas claro, sempre tem um detalhe.
Apesar do enorme painel oferecer aquele preto bonitão do AMOLED, cores vibrantes, amplo ângulo de visão, e brilho intenso até no sol, uma coisa não me agradou: o magenta domina a tela quando chega a noite.
É algo muito parecido com o que eu relatei no review do Motorola One Zoom, e, como os dois modelos usam displays fabricados dela Goodix, pode se tratar do mesmo problema.
Sempre que o brilho automático vai para os níveis mais baixos em ambientes mais escurinhos, o “fenômeno” acontece, e ele é facilmemte identificado nos elementos mais cinza-escuro das interfaces, pois eles ficam VINHO. É sério.
- Veja também: Asus ROG Phone 3: o melhor celular gamer de 2020
Se não fosse esse detalhe, certamente eu daria nota 10 para a tela do ROG 2, mas de qualquer forma é impossível não amar um display de 120Hz como esse.
Câmeras
Como o foco do ROG Phone 2 está no desempenho de hardware, tela e experiência com games, era de se esperar que as câmeras ficassem um pouco de lado.
Minhas expectativas eram bem baixas nesse quesito, mas até que o aparelho se saiu bem.
Na câmera dupla traseira temos o mesmo conjunto do Zenfone 6 (sensor Sony IMX586 de 48 MP sem estabilização óptica), que obviamente apresenta as mesmas virtudes e limitações nos resultados.
As fotos com boa luz são excelentes, o HDR é eficiente em equilibrar as cores e sombras, e os ruídos quase não existem.
O Modo Retrato interpreta perfeitamente o recorte entre os planos, e o efeito de fundo desfocado não fica artificial.
Como eu disse, a limitação aqui é a mesma do Zenfone 6, e está na lente ultrawide, que distorce bastante os cantos das imagens, e ainda gera um (d)efeito halo entre as folhas das árvores e o céu.
Observe como a qualidade cai quando você compara a foto “normal” com a ultrawide:
Repare bem nas folhas das árvores no topo:
Em fotos low-light o aparelho não impressiona, mas também não faz feito.
Essa foto no Modo Automático capturando o início de noite num parque de diversões representa a cena muito bem, mantendo as cores das luzes visíveis, o céu bem definido, e zero ruído.
No Modo Noite o resultado também é bom, mas podemos notar na imagem abaixo que o processamento deu uma “zoada” nas luminárias brancas redondas.
Os 24 MP da câmera frontal também fazem um belo trabalho, mas é importante registrar que o resultado fica abaixo de aparelhos de mesmo valor, como o iPhone 11 Pro (competindo com o ROG 2 de 512 GB).
De modo geral, a experiência com as câmeras do ROG 2 foi positiva, mas eu confesso que eu senti falta da estabilização OIS e de um melhor processamento na lente ultrawide.
Conclusão: se o seu foco é fotografia e vídeo, o iPhone 11 Pro ainda é uma opção melhor pelo mesmo valor (o ROG 2 de 12/512 GB que eu testei custa quase 7 mil reais). Eu sei, esse não é o público do aparelho, mas não custa avisar.
Para ver as fotos deste review em tamanho original, acesse o Google Drive do Mobizoo.Teste de desempenho [vídeo]
Falar da performance de hardware do ROG Phone 2 é “chover no molhado”. Trata-se do celular Android mais rápido do mundo até o momento, então tudo é executado com extrema velocidade.
Com um motor tão potente, é natural que o aparelho esquente algumas vezes, especialmente quando você estiver rodando games pesados na qualidade máxima, ou estiver renderizando uma edição de vídeo, por exemplo.
A versão 12/512 GB que eu testei vem com um cooler externo que foi bem eficiente em manter a temperatura do aparelho ok, mas na minha opinião a Asus devia mandar o acessório também na versão 8/128 GB. Porque sim, ele faz falta.
Além do desempenho absurdo, a bateria é grande o suficiente para 3 dias de uso moderado, ou muitas horas de jogatina intensa, então se você quer ter um console de bolso, não há nada melhor no mercado atualmente.
Falando em jogatina intensa… confira o teste em vídeo:
Veredito
O ROG Phone 2 é um smartphone muito competente em entregar o que propõe. Ele é o melhor dispositivo para jogadores disponível no mercado atualmente, resultado dos anos de experiência que a Asus construiu com esse público nos PCs.
A marca aprendeu exatamente o que o gamer busca num dispositivo deste tipo, e entregou.
Quem puder gastar mais de 4 mil reais nesse aparelho dificilmente irá se arrepender, pois terá em mãos o Android mais veloz da atualidade, muita bateria, carregamento super rápido, tela grande e extremamente responsiva, boas câmeras e vários pequenos detalhes que tornam o hábito de jogar no celular muito mais gostoso.
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Asus, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.