Independente do modelo ou da fabricante, o grande problema de um smartphone é sempre o consumo da bateria. Podemos até aumentar a vida útil deste componente com algumas dicas e truques, mas o resultado ainda será insatisfatório. E não, a solução para isso não vai chegar através das fabricantes.
O Galaxy S8 é um ótimo exemplo quando o assunto é bateria. Os engenheiros da Samsung trouxeram ao mercado um aparelho lindo, super fino, delicado e leve. Apesar de conter um sistema operacional inteligente, capaz de limitar o consumo da bateria de acordo com perfis pré-estabelecidos de configuração de hardware e software, tenho que dizer que o design foi priorizado em detrimento da capacidade da bateria.
Quando eu comprei o S8, no entanto, estava consciente disso. Porém, nos últimos tempos, o que mais me causa aborrecimento é o fato da indústria permanecer estagnada na comercialização de bancos de energia móveis, isso mesmo, os já famosos power banks, e uma penca dos mais diversos cabos e adaptadores para o carregamento de celulares.
Eu tenho dois power banks, um da Samsung e outro da Xiaomi. Esses são pesados e ocupam espaço valioso na minha mochila, contudo, são necessários. Acontece que, assim como meu S8, estes dispositivos também precisam ser carregados e, como sou humana, às vezes o processo de carregamento passa batido e acabo por carregar nas costas um peso morto.
Isso aconteceu mais de uma vez essa semana, o que me motivou a escrever este artigo!
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A indústria precisa de pessoas mais criativas
Acredito que podemos transformar nossas vidas com a tecnologia. Devido a desvalorização da moeda brasileira, por exemplo, e da precária segurança pública nas cidades de todo o país, o cartão de débito e/ou crédito é aceito e usado em qualquer estabelecimento de compra, até mesmo vendedores ambulantes nas praias do Rio de Janeiro “passam o cartão”. Na atual conjuntura, isso ajuda o brasileiro.
Já na capital alemã, onde moro, as coisas não são bem assim. Em Berlim, onde a moeda não é desvalorizada e a segurança é satisfatória, é raridade encontrar restaurantes ou clubes em que posso pagar com cartão de crédito ou débito. Logo, tenho que ter dinheiro na carteira para sair, caso contrário, não consumo nada na balada.
Em outras palavras, a indústria pode se adaptar aos nossos problemas e, na maioria das vezes, causar impactos positivos na vida dos cidadãos.
Como consequência dessa adaptação do mercado, hoje, já não uso mais dinheiro ou cartão magnético para comprar o bilhete do transporte público, utilizo a compra dentro do aplicativo da empresa de transporte da cidade para tanto. Porém, nessa última semana, por falta de bateria no meu smartphone, corri o risco de ser multada em 60 euros, cerca de R$241, em duas ocasiões.
Sinceramente, a culpa não é minha por não ter me ligado de carregar o celular antes de sair de casa. A culpa disso é da indústria que não inova, ou mesmo da empresa de transportes que não oferece alternativas de carregamento inteligentes, apesar de ter compras em app como opção para adquirir o bilhete do carro-elétrico (Tram).
Sim, nos dois dias em questão eu não tinha moedas comigo, a única forma de pagamento aceita dentro do Tram (com exceção das compras em app).
Com boa parte dos smartphones oferecendo a opção de carregamento sem fio, está mais do que na hora de termos soluções inteligentes para carregar smartphones quando estivermos em trânsito. Se nos é dada a chance de usar o smartphone como ferramenta para compras, por exemplo, nada mais importante para o estado capitalista do que facilitar a compra, certo?
A IKEA é um bom exemplo de loja que pensa de forma inteligente na atual realidade dos consumidores. Faz alguns anos que oferece no seu catálogo, móveis integrados com a tecnologia de carregamento sem fio. Eliminando assim a necessidade de cabos ou adaptadores para carregar o celular em casa ou no trabalho. Tornando esse processo invisível para todos nós. Obrigada, IKEA!
Agora imagine se este tipo de funcionalidade fosse adotada em bares, restaurantes, estações de metrô, ônibus ou os malditos carros-elétricos? Com certeza, o problema do meu Galaxy S8 não seria mais a falta de bateria!
E aí, de onde você acha que vai chegar a solução para o uso pleno do seu smartphone?