Se você acompanha Black Mirror, já deve conhecer a expressão “isso é muito Black Mirror!” criada pelos fãs da série para classificar qualquer coisa assustadoramente “do futuro” que aparece por aí, como é o caso do novo sistema de inteligência artificial criado pela Amazon, o Amazon Alexa.
Lembro-me claramente do dia em que falei “Ok, Google” para o meu celular pela primeira vez. Era algo do outro mundo! Eu ficava como um bobo pesquisando coisas aleatórias, sem qualquer interesse, só para ver “mágica” acontecendo.
Esse deslumbramento faz parte do jogo, e sinto que, no final das contas, é ele que motiva tanto desenvolvedores quanto usuários em direção ao novo.
Mas quando uma inovação específica se torna habitual, ela muda como interagimos com o mundo. Exemplos não faltam, do barco à vapor até a televisão. E a Amazon talvez seja responsável pela próxima “sacudida” nos nossos hábitos, com o sistema de inteligência artificial Alexa.
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O Alexa é um sistema de reconhecimento de voz disponível (por enquanto) apenas nos idiomas inglês e alemão através do dispositivo Amazon Echo.
O Echo nada mais é que um smart speaker capaz de entender comandos como: fazer uma pesquisa, pedir uma música, informar as notícias ou até mesmo contar uma piada.
Até aí nada de muito novo, já que muitos automóveis tem reconhecimento de voz já há alguns anos. Mas o Alexa tem uma capacidade especial, que o coloca alguns níveis acima da Siri e do Google Now: ele “aprende”.
Veja com seus próprios olhos:
Um problema comum de programas de reconhecimento de voz é entender o que se diz. Sempre me vem à mente o meu cachorro, de nome Bidu. Na infância, meus pais chamavam meu irmão, Eduardo, de “Dudu”. Algumas vezes, o cão entendia que era com ele e vinha atender.
Entendendo esse tipo de problema, a Amazon escolheu o nome “Alexa”, de difícil confusão. Mas essa tecnologia vai além. Ela gradualmente vai distinguindo padrões de voz, sotaque e outras características linguísticas, e é capaz de distinguir o que seus “donos” falam com perfeição cada vez maior.
O Alexa pode se tornar um verdadeiro criado-robô de ficção científica, onde você senta e pede as notícias, pergunta por receitas quando cozinha, ou é entendido quando quer ouvir um determinado tipo de música.
E no futuro? As possibilidades são muitas, e a Amazon já incentiva elas, seja com um largo investimento em empresas dedicadas à tecnologia de reconhecimento de voz, seja pela liberação de sua tecnologia para outros desenvolvedores criarem “aplicativos”. Isso já rendeu programas capazes de encomendar pizza ou pedir um uber.
Como essa tecnologia vai mudar a forma como nos portamos? Bem, esse tipo de suposição eu prefiro ver respondida em um episódio de Black Mirror.