Comércio de eletrônicos na América Latina encolherá em 2018

Durante a coletiva de imprensa da IFA 2018, em Berlim, tivemos a apresentação de números importantes sobre o comércio de eletrônicos. Contudo, as notícias não foram muito positivas para nós, latino-americanos.

De acordo com Hans-Joachim Kamp, presidente do Conselho Fiscal da Consumer & Home Electronics – GFU, em 2018, teremos um decréscimo do comércio de eletrônicos na América Latina, chegando a -2%. Enquanto isso, os EUA terão +2% de crescimento, e a Europa +4%.

Coletiva de imprensa IFA 2018
Crescimento do comércio de eletrônicos na América Latina em 2018

Além do prognóstico global não ser tão empolgante, temos que considerar o momento de instabilidade em que a América Latina se encontra no momento. No caso do Brasil, este problema é ampliado por conta das indefinições políticas geradas pelas eleições de outubro.

Quando o assunto é smartphones, o prognóstico também não é positivo. Para todo o ano de 2018, o crescimento mundial deverá ser de 0%, com a comercialização de 1,46 bilhões de aparelhos no mundo todo.

Em relação aos wearables, a expectativa é de que tenhamos um crescimento global de 5%, com um total de 169 milhões de dispositivos vendidos em 2018.

Se pegarmos apenas a América Latina, no entanto, existem novidades interessantes no que toca ao comércio de televisores e eletrodomésticos. De acordo com Kamp, o mercado de televisores está em alta e a participação da América Latina representa 11% da fatia global. Ainda conforme o levantamento da GFU, é esperado um crescimento do mercado de TV de 22% na região este ano.

Crescimento esperado do mercado de TV na América Latina em 2018 - IFA 2018
Crescimento esperado do mercado de TV na América Latina em 2018

No que se refere ao comércio de aparelhos domésticos, os latinos demonstram grande interesse em produtos inteligentes, como casas conectadas e afins. No entanto, devido a instabilidade econômica, o consumo ainda é bastante inferior quando comparado aos países da América do Norte e Europa.

Quando perguntei ao presidente do Conselho Fiscal da GFU, Hans-Joachim Kamp, sobre o futuro do comércio de eletrônicos na América Latina, a resposta foi direta: “é preciso estabilidade econômica para crescer”.

“Uma das boas notícias para o mundo todo é o alto crescimento no mercado de TVs na América Latina. Por outro lado, se olharmos para outros segmentos, como smartphones, estou pessoalmente convencido de que se a situação econômica na América Latina estivesse mais estável, então o consumidor estaria certamente mais disposto a comprar eletrônicos. Nós sabemos através de pesquisas de mercado que todos os produtos, como smartphones, televisores, produtos AI e smart home possuem grande interesse dos consumidores. Então de um lado você precisa de uma situação estável politicamente e salários compatíveis para que seja possível gastar neste tipo de produto”, afirma Kamp.

A opinião de Kamp não é nenhuma surpresa, só vem a confirmar a necessidade de uma economia mais estável e de um compromisso dos setores público e privado em controlar a inflação e o nível de desemprego na região.

Aproveitando, gostaria de saber qual é o seu desejo de investir em novos eletrônicos e televisores em 2018? Compartilhe sua opinião na seção de comentários!

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Camila Rinaldi

Tentei medicina, tentei jornalismo, mas só achei a felicidade quando descobri que podia falar sobre qualquer coisa na internet e ainda por cima ganhar dinheiro com isso. Não acredito que as máquinas vão roubar nossos empregos ou nos dominar, mas penso que se não mudarmos enquanto seres humanos, podemos acabar nos dominando com o auxílio das máquinas. Cada vez mais entendo a importância de comer bem, e quero poder ensinar meu sobrinho sobre dinossauros e vinis.

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