Influenciador digital: o que é, quanto ganha, e como ser um

Nos últimos anos, os digital influencers vêm ocupando os espaços que antes eram ocupados por astros e estrelas da música, do cinema e da TV. Tanto é verdade, que hoje em dia virar um influenciador digital já se tornou o sonho número 1 da garotada.

Se você tem interesse neste universo, ou mesmo sonha em ser um influenciador digital, acompanhe este artigo até o final para entender como funciona este mercado, porque essas pessoas são tão valiosas para as empresas, e principalmente, o que é necessário para se tornar uma delas.

Influenciador digital: o que é, quanto ganha, e como ser um - Mobizoo
New Media: a personagem da série Deuses Americanos representa o poder dos influenciadores digitais no mundo contemporâneo.

O que é um influenciador digital

O influenciador digital, como o próprio nome indica, é uma pessoa (profissional ou não) capaz de influenciar um grande número de pessoas através de uma ou mais mídias digitais. Eles podem ser blogueiros, youtubers, instagrammers, tuiteiros, ou tudo ao mesmo tempo.

Qualquer criador de conteúdo na internet pode ser um influenciador digital, desde que tenha um número considerável de seguidores ou inscritos no seu canal. No entanto, a maioria são microinfluenciadores (com 5 a 100 mil seguidores em suas redes).

Essas pessoas têm o poder de influenciar comportamentos e consumo, e por isso o marketing encontrou nelas um ótimo canal de comunicação com públicos de nichos específicos. O fato dos digital influencers possuírem públicos bem específicos e segmentados torna tudo mais interessante para os anunciantes.

Desta forma, cada vez mais empresas e marcas utilizam influenciadores para divulgar seus produtos, tanto que muitas agências e assessorias já contam com um departamento especializado em “cuidar” dessas figuras.

Um ótimo exemplo de digital influencer brasileiro é o Luba, do canal Luba TV. No vídeo abaixo ele apresenta o nome de vários outros youtubers. Quais você conhece?

Influenciadores vs. Celebridades: dados interessantes

Em julho de 2015, a revista Variety publicou uma pesquisa apontando que adolescentes americanos já se importavam mais com influenciadores do que com celebridades do mainstream. São números antigos, mas até hoje estão valendo.

A pesquisa entrevistou 1500 adolescentes dos EUA, com idades entre 13 e 17 anos. O objetivo foi descobrir, entre famosos da mídia digital e tradicional, quais são os mais influentes.

Para isso, a pesquisa elaborou questões sobre a acessibilidade e gostos gerais de 20 influencers (10 da mídia digital e 10 do mainstream). O índice resultante desta pesquisa, chamado de Q Score, é um indicador para anunciantes e profissionais de marketing.

A pesquisa descobriu que estes adolescentes estão mais interessados nos conteúdos produzidos por seus influenciadores do YouTube, Instagram e Twitter do que nas celebridades da TV ou cinema, por exemplo.

Os índices mais recentes do Q Score têm demonstrado também que, as estrelas do YouTube com foco no universo gamer possuem as mais altas classificações. Como é o caso do campeão do ranking, PewDiePie, por exemplo, que há meses lidera o primeiro lugar em inscritos.

Enquanto isso, no Brasil…

Um pesquisa realizada em meados de 2018 pelo Instituto QualiBest identificou o poder dos influenciadores no comportamento dos consumidores Brasileiros.

Segundo dados levantados, os influenciadores digitais já são a segunda fonte de informações para a tomada de decisão na compra de um produto, sendo citados por 49% dos respondentes. Eles perdem apenas para amigos e parentes, citados por 57% dos respondentes. (Fonte: Meio & Mensagem)

Outro dado importante mostra que os brasileiros estão passando mais tempo na internet. De 2016 para 2017, este tempo dobrou, foi de 8 para 16 horas semanais.

Dados de crescimento dos influenciadores digitais entre 2013 e 2017.

Quanto ganha um influenciador digital

Assim como no futebol, onde apenas uma minoria de jogadores fica milionária, somente os influenciadores com milhões de seguidores ficam ricos de verdade.

Um bom exemplo é o pequeno youtuber Ryan ToysReview, de apenas 7 anos de idade, que está entre os mais bem pagos do mundo. O garotinho que brinca com Lego, trens e outros brinquedos, faturou “apenas” US$ 22 milhões em 2018.

Sim, conteúdo infantil dá dinheiro, amiguinhos! #fikdik

Por outro lado, a grande maioria dos influenciadores são microinfluenciadores, que ganham dinheiro suficiente para terem uma boa vida, mas não ficam exatamente ricos.

Os valores em dinheiro variam bastante de acordo com o alcance do influenciador, tipo de plataforma, e engajamento do público, mas o legal é que rolam muitos presentinhos e permutas bacanas para quem souber “tirar proveito” de sua exposição.

No geral, a rede social mais rentável ainda é o YouTube. No Brasil, segundo a revista Forbes, um influenciador digital pode lucrar entre R$ 50.000 e R$ 150.000 por campanha na plataforma, enquanto um microinfluenciador fica entre os R$ 1.000 e R$ 5.000.

O Instagram fica em segundo lugar, com valores entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por post patrocinado de um influenciador com mais de 100 mil seguidores.

Dica: O site Influencers Marketing Hub disponibiliza gratuitamente uma calculadora que te informa quanto cobrar por um post no Instagram, com base no seu número de seguidores.

Além de YouTube e Instagram, temos Twitter e Facebook como redes sociais que também geram bons frutos para quem quiser investir nesse negócio, além, é claro, dos bons e velhos blogs.

Muita gente chama de “blogueirinha”/”blogueirinho” os influencers das redes sociais, mas na verdade o termo surgiu da galera que realmente ganha a vida com seu blog.

Blogs grandes e relevantes como o Papo de Homem, TV Foco e Não Salvo podem gerar milhões de reais em anúncios e patrocínios, e por isso esse modelo de negócio definitivamente não deve sair do seu radar (principalmente se você não gosta de aparecer o tempo todo na frente das câmeras).

Como ser um influenciador digital

Para ser um influenciador digital, o primeiro passo é criar o seu canal de comunicação com o público. Você pode criar gratuitamente um perfil na rede social que preferir, ou um canal no YouTube, mas lembre-se: o seu negócio estará nas mãos de uma empresa terceira.

Se o Instagram por algum motivo sai do ar, ou o YouTube decide mudar suas políticas de monetização de uma hora pra outra, você se lasca.

A única forma de se proteger disso é criar o seu próprio blog. Ou seja, um canal de comunicação que é totalmente seu. A forma mais acessível e descomplicada de fazer isso é usar o Wix.

Com o canal criado, chega a hora de pensar no conteúdo.

É importante definir logo no começo o nicho que você vai atacar (life style, alimentação, games, opinião, veganismo, etc.) e o público-alvo no qual você irá focar.

No caso do YouTube, o Wix preparou um guia completo com tudo que você precisa fazer para se tornar um youtuber de sucesso. Vale a pena conferir.

Cursos e conteúdos didáticos

Para ser um influenciador digital é necessário ir além da boa comunicação e carisma.

O humorista baiano Leo Marques, que possui mais de 800 mil seguidores no Instagram, estudou o marketing digital para ter mais engajamento de seu público. Agora, além dos seus vídeos, ele decidiu ensinar o que já aprendeu para quem está começando.

 

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Parece quem? Marque aqui 😂😂😂😂😂👇👇👇 ( Link do vídeo completo nos stories ) @casasalvador @californiamediahouse

Uma publicação compartilhada por Leo Marques (@leomarques_s) em

Mas, se você quer ser um influenciador digital não precisa aprender tudo sozinho. De olho nesta nova profissão, algumas instituições de ensino superior já oferecem cursos de Influenciador Digital em nível técnico.

O Centro Universitário Brasileiro (Unibra), localizado em Recife, foi o primeiro a oferecer o curso no Brasil, no início de 2018. O curso tem duração de dois anos.

O surgimento deste curso não é tão estranho assim. Com a profissão em alta, esta modalidade já existe também em outros países. Como na China, com duração de três anos.

Além das disciplinas de comunicação e marketing, o aluno aprende também escrita de roteiro, edição de imagens e apresentação pessoal, entre outros conteúdos importantes para a formação de um influenciador digital.

Quais são os principais influenciadores digitais do Brasil

No Brasil, o topo do ranking dos influenciadores digitais é composto por celebridades do futebol e da grande mídia. Entre eles estão: Neymar, Bruna Marquezine, Anitta, Daniel Alves e Marina Ruy Barbosa, entre outros.

Porém, estas celebridades dividem o topo com figuras que se criaram no YouTube e outras plataformas digitais. Como é o caso, do comediante, cantor e youtuber piauiense, Whindersson Nunes.

Desde 2013, Whindersson trilha seu caminho no YouTube. Mas, logo, em 2016 atingiu o topo do número de inscritos da plataforma.

Hoje, o famoso youtuber soma mais de 86 milhões de inscritos, curtidas e seguidores entre suas contas do YouTube, Instagram e Twitter.

Em 2018, o influenciador lançou sua própria marca de roupas. Além disso, Whindersson faz campanhas para anunciantes de peso, como a Oi. Dá uma conferida no vídeo abaixo:

Atualmente, Whindersson que já comprou até um jatinho particular, possui uma renda mensal, pelo Youtube, de aproximadamente R$ 72 mil.

Entre os casos mais bem sucedidos, está também o veterano do YouTube, Felipe Neto. Desde 2010 na plataforma, Felipe expandiu seu público por outras redes falando sobre tudo, com bastante edição e humor em seus vídeos.

Calcula-se que, hoje, a renda mensal de Felipe, pelo YouTube, seja de 100 mil, o que por ano lhe rende cerca de R$ 1,214 milhão de reais.

Se você não conhece o Felipe neto, o que é pouco provável, pode conferir um vídeo recente, logo abaixo:

A “bolha” dos influenciadores digitais já estourou?

Recentemente uma influenciadora digital de 18 anos e 2,6 milhões de seguidores no Instagram relatou que uma marca de roupas parceira cancelou a produção de sua linha de roupas porque – ainda que com muitos seguidores – a garota não conseguiu vender o mínimo de 36 peças.

Logo começou uma movimentação de opiniões a respeito da postura da empresa nas redes sociais. Um dos comentários dizia “a bolha dos influencers vai estourar”, isto é, a lógica de a base de seguidores ser proporcionalmente relacionada com o impacto, logo, em vendas não será sustentável por muito tempo. Pensando nisso, Vinícius Picollo, CEO da fashion tech Clooset, acredita que houveram erros de ambas as partes – empresa e publisher.

Um primeiro ponto de atenção nesta história é que tamanho da base (quantidade de seguidores) não representa qual vai ser o alcance das publicações realizadas pela digital influencer e tão pouco significa a quantidade de vendas que serão efetuadas.

Outro ponto de destaque, de acordo com Vinicius, é que a autenticidade da influenciadora é essencial para o relacionamento com seu público, que transmite confiança e tem maior potencial de adesão ao produto divulgado.

Nota do Editor: o tópico abaixo foi elaborado por mim, Anderson Mansera, com base em conversas que tive com diversos influenciadores digitais.

Influenciador digital: as mentiras que todos escondem

Toda profissão tem um lado feio que ninguém quer mostrar, mas no caso dos influenciadores, que vivem de aparências, esconder o lado podre é especialmente importante. Na verdade, não é um lado podre, são vários. A começar pela vida financeira.

No Instagram os influencers precisam parecer pessoas ricas, que viajam muito, andam em carros luxuosos, entram nas melhores festas, vestem as roupas mais legais ou estão sempre em alto astral. Afinal, quem quer seguir uma pessoa que faz stories esperando o ônibus pro trabalho? rs.

O problema é que na realidade, a grande maioria dos influencers vende um estilo de vida totalmente irreal para a maioria dos mortais, e muitas vezes irreal até para eles próprios.

Sendo assim, é bem comum encontrar influencers endividados, que na frente das câmeras parecem ricos, mas na real são tão f#$%@s quanto o resto da população.

E o pior; por conta dessa bonança que eles próprios divulgam, na hora de fecharem parcerias com empresas, eles caem numa verdadeira armadilha.

Os parceiros comerciais, com base no que vêem no perfil, acabam achando que os influenciadores não precisam de dinheiro, e por isso oferecem permutas (trocas) ao invés de pagamentos.

E você, acompanha algum influenciador digital diariamente? Já tomou alguma decisão baseada nas opiniões dele/dela? Comente aí embaixo!

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Susane de Godoi

Sou publicitária, pedagoga e produtora de conteúdo, e aqui no Mobizoo encontrei meu cantinho na web para descomplicar a tecnologia através de guias simples e práticos, e também para falar sobre comportamento digital e seus impactos.

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