Facebook e Google estão te ouvindo: veja o que fazer

Talvez você ainda não tenha se ligado, mas estamos sendo vigiados o tempo todo pelas grandes empresas de tecnologia que já há alguns anos fazem parte de nossa rotina. Elas sabem de absolutamente tudo o que fazemos na Internet, e pasmem: tudo o falamos perto de nossos aparelhos.

Muitas pessoas apenas desconfiam e outras tantas já sabem exatamente o que essas empresas vêm fazendo com seus dados, mas no final das contas, é bem difícil se livrar desse tipo de coisa, quando você depende diariamente dos serviços dessas gigantes. Mas calma, existem formas de se proteger (ou pelo menos tentar).

Estamos sendo vigiados

Há um pouco mais de um ano, Mark Zuckerberg publicou uma foto em sua página do Facebook comemorando o sucesso do Instagram. Seus seguidores rapidamente notaram algo estranho sobre o laptop na imagem: haviam fitas cobrindo a câmera e microfone do dispositivo.

Muitas pessoas então se questionaram: Zuck é excessivamente paranoico, ou isso é de fato uma boa dica para levarmos em consideração?

Talvez para você, assim como para mim, isso não tenha causado tanto espanto. Eu mesma sempre tive o hábito, ou paranoia, de cobrir a câmera do laptop. Proteção contra vírus e hackers. Muitas pessoas já conhecem e sabem destas necessidades.

No entanto, a paranoia parece não se deter a apenas a essas ameaças. Você já notou como os anúncios te perseguem? Basta uma rápida busca por qualquer bem ou serviço no Google para começarem a surgir em suas telas dezenas de anúncios relacionados à sua pesquisa.

A verdade é que, em tempos de laptops, web, Google, smartphones, algoritmos, aplicativos e pesquisa de voz, parece que ninguém tem sua privacidade totalmente protegida.

Nem precisa digitar no Google

Recentemente, o escritor carioca Anderson França publicou em sua página do Facebook um artigo no qual ele relata seu espanto com a descoberta de que está sendo vigiado o tempo todo. E diz:

“Pessoas estão vivendo diariamente com invasores que sabem onde vamos, com quem estamos, o que comemos, o que vestimos, o que escondemos dos outros nas redes, e agora: o que fazemos e falamos, perto de um PC ou em qualquer lugar, com um celular próximo”.

Sim, ele disse: o que “falamos”, perto de um PC ou um smartphone.

O escritor confirmou sua suspeita através de um artigo do jornal britânico The Independent. No artigo, é revelado que o Google tem um registro de tudo o que é dito em torno dele por anos. E ainda, você pode ouvir e apagar estes registros.

Na verdade o recurso funciona como um armazenamento de pesquisas por voz. Ao armazenar essas gravações, presumivelmente, o Google melhora suas ferramentas de reconhecimento de voz. Assim como o aprimoramento dos resultados que ele dá às pessoas.

Sim, se sua pesquisa de voz está ativada em seus dispositivos Android ou no Chrome para PC, e você usa esse recurso com sua conta Google logada, qualquer coisa que você falar após o “Ok Google” será gravada, colocando os algoritmos da empresa para trabalhar.

Portanto, não se espante se entre suas informações gravadas estiverem conversas aleatórias. Além disso, o Google é bastante claro quanto a utilização de seus dados. Em seus termos de privacidade, a empresa informa “Queremos que você entenda quais dados coletamos e utilizamos”.

Veja os três tipos principais de dados coletados:

  • Coisas que você faz;
  • Coisas que você cria;
  • Coisas que fazem parte de você.

Ou seja, para um bom entendedor, estamos sendo vigiados em praticamente tudo que digitamos, assistimos, fazemos ou falamos em nossos dispositivos.

Encontrando seus arquivos

Se você quer saber o que já foi armazenado sobre você, existe uma forma fácil de ouvir e até excluir todas as informações coletadas. Isso pode ser feito através de uma página do Google, onde a empresa reúne todas as suas informações.

Nesta página estão as longas listas de gravações, principalmente dos usuários das versões mais recentes do Android. A empresa possui uma página específica de áudio e outra para atividades na web.

Este novo portal foi introduzido em junho de 2015 e está ativo desde o ano passado. Provavelmente, você encontrará muitos registros do que você pesquisou, assistiu ou disse desde sua ativação. Incluindo aquelas informações que você julga serem particulares.

Você pode ver suas informações mais detalhadamente se utilizar um telefone Android. Pois, como já disse, ele pode ser automaticamente ativado a qualquer momento, apenas dizendo “Ok, Google”. No entanto, é possível ter acesso às gravações em qualquer dispositivo no qual você tenha interagido com o Google.

Além de poder ouvir todas suas gravações, você pode também ver as informações sobre de onde o som foi gravado (aplicativo Google ou de outros). Assim como, o que foi dito e se o Google o transformou em texto.

No entanto, o que pode ser realmente mais útil é a possibilidade de excluir todo este conteúdo, caso você deseje. Veja como, a seguir.

Apagando seus registros

Se você decidiu dar um fim a esses arquivos, como possível forma de preservar sua privacidade, isso pode ser feito apagando gravações específicas ou excluindo tudo de uma só vez.

Basta ir para a página onde se encontra a lista de suas atividades no Google, com o dispositivo logado.

Para excluir arquivos específicos, você pode clicar na caixa de seleção à esquerda de cada arquivo e depois voltar para o topo da página e selecionar “excluir”.

Para apagar tudo, você pode pressionar “Excluir atividade por”, selecionar “Todo período” e depois “Excluir”.

A maneira mais fácil do Google parar de gravar tudo é desligar o assistente virtual e nunca usar a busca por voz. Mas essa solução também corta uma das coisas mais úteis que existem em um telefone Android, ou seja, as facilidades de uso e localização dos produtos do Google.

E você, se sente incomodado(a) com o fato de que estamos sendo vigiados o tempo todo? Deixe seu comentário!

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Susane de Godoi

Sou publicitária, pedagoga e produtora de conteúdo, e aqui no Mobizoo encontrei meu cantinho na web para descomplicar a tecnologia através de guias simples e práticos, e também para falar sobre comportamento digital e seus impactos.

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