Motorola One Vision: clicando no escuro [Review]

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O Motorola One Vision foi lançado em 2019 por R$ 2.000, e mais de 1 anos depois, agora custando R$ 1.500, ainda consegue ser uma boa compra.

Afinal, o modelo é um dos poucos do mercado com a super confortável proporção de tela 21:9, e ainda conta com o combo que continua padrão na categoria em 2020: câmera principal de 48 MP, 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.

Se você está pensando em comprar o dispositivo, vem comigo nessa análise completa, onde eu vou contar tudo o que achei dele depois de algumas semanas de uso.

Tá com muita pressa? Então confira abaixo a minha lista de prós e contras, ou vá direto para:

Prós e contras

Prós

  • Tela de ótima qualidade;
  • Excelente ergonomia graças à proporção 21:9 da tela;
  • Bom áudio nos fones e no alto falante;
  • Boas câmeras, e Modo Noturno realmente funciona;
  • Muito veloz.

Contras

  • A bateria não segura um dia inteiro se o uso for mais intenso;
  • O buraco da câmera frontal é grande, e faz uma espécie de sombra no canto superior esquerdo da tela (mais visível no fundo branco).
Motorola One Vision é bom? Vale a pena? [Review] - Mobizoo

Ficha técnica

  • Android 10 (Android One);
  • Tela IPS Full HD+ de 6,3 polegadas com proporção 21:9 (1080 x 2520 px);
  • Vidro Gorilla Glass (frente e trás);
  • Chipset Samsung Exynos 9609 octa core 2.2 GHz;
  • GPU Mali-G72 MP3;
  • 4 GB de RAM;
  • 128 GB de armazenamento interno + entrada para micro SD de até 512 GB;
  • Câmera traseira dupla – Sensor principal de 48 MP f/1.7 com PDAF e OIS + Sensor secundário de 5 MP f/2.2 (profundidade);
  • Gravação de vídeo 4K 30fps;
  • Câmera frontal de 25 MP f/2.0;
  • Aprimoramento de áudio Dolby;
  • Leitor de impressão digital traseiro;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, bússola, giroscópio;
  • Bluetooth 5;
  • Rádio FM;
  • USB Tipo C;
  • Bateria de 3500 mAh com carregamento rápido (15 w).

Unboxing [vídeo]

Design e tela

O Motorola One Vision parece o cruzamento de um Galaxy S10e com um Redmi Note 7 da Xiaomi, e isso é muito bom na minha opinião. O visual é moderno, a pegada é agradável, e a proporção super alta e estreita da tela (21:9) é ótima para quem gosta de usar o celular com apenas uma mão.

Ah, e quando deitada, essa tela tira vantagem do formato “tela de cinema”, sendo perfeita para assistir filmes e séries.

Motorola One Vision: traseira - Review / Mobizoo

O aparelho traz um ar bastante premium com seu pequeno recorte circular no canto superior da tela para abrigar a câmera frontal de 25 MP, sua traseira em vidro 4D (onde isso vai parar?), leitor de impressão aplicado na marca “M”, e pouquíssimas bordas.

Motorola One Vision: lateral - Review / Mobizoo

Não é um celular fininho, mas também não chega a ser grosso, e o peso parece adequado para seu tamanho.

Tem aquela “lombada” na câmera? Tem. Mas na caixa já vem uma capinha pronta para neutralizá-la.

Motorola One Vision: parte inferior - Review / Mobizoo

Outro detalhe importante do design, caso você se importe, é a posição da entrada para fones de ouvido: ela é no topo, e não na parte inferior do dispositivo.

Ou seja, na hora de colocar o telefone no bolso enquanto escuta música, lembre-se de colocá-lo em pé, para não danificar o fio.

Motorola One Vision: parte superior - Review / Mobizoo

E para finalizar esse quesito, um recadinho para as meninas: o One Vision é “compridão”, e por isso metade dele vai ficar para fora do bolso daquele seu shortinho.

A Motorola acertou na mosca ao trocar a tecnologia da tela de seus principais intermediários, substituindo os LCDs comuns da geração 2018, pelos excelentes displays LTPS nos Moto G7, G7 Plus e One Vision.

Por isso, no quesito qualidade, os elogios são os mesmos que fiz para os G7: ótimo contraste, cores vivas, brilho intenso o suficiente para uma leitura satisfatória ao ar livre, e amplo ângulo de visão. O branco é bem ok, e o preto também.

Motorola One Vision: tela - Review / Mobizoo

O único ponto de atenção aqui é o “buracão” da câmera frontal, que é um pouco grande demais pro meu gosto (quase o dobro do tamanho do Galaxy S10).

Câmeras

Desde 2018 nós que acompanhamos o mercado de tecnologia estamos presenciando uma verdadeira corrida pelo “Santo Graal” da foto noturna.

Primeiro o Google fez todos todos ficarem boquiabertos com as mágicas do modo Night Sight do Pixel 3, depois veio a Huawei com resultados incríveis no P30 Pro, e agora, por último, vemos Samsung e Motorola correndo atrás do prejuízo.

No caso da Motorola, a resposta vem do novo modo Night Vision, que utiliza a tecnologia Quad Pixel para oferecer muito mais sensibilidade à luz, combinando pós-processamento e inteligência artificial para obter melhores resultados.

Esse é o grande selling point do One Vision, mas obviamente você está aqui para saber como as câmeras se saem em diferentes situações.

Então, vamos começar com as capturas que fiz durante o dia com HDR:

Motorola One Vision: foto HDR com a câmera traseira Motorola One Vision: foto HDR com a câmera traseira Motorola One Vision: foto HDR com a câmera traseira

Agora vamos para um ambiente interno:

Motorola One Vision: foto interna com a câmera traseira

E para finalizar, duas fotos usando o Modo Retrato (fundo desfocado):

Motorola One Vision: foto da câmera traseira no modo retrato Motorola One Vision: foto da câmera traseira no modo retrato

Como você pôde ver, a câmera traseira do aparelho se sai muito bem em todos os testes, com destaque para o Modo Retrato, que possui diversas opções de regulagem, permitindo fotos impressionantes até para quem não manja muito de fotografia.

Passando para o Modo Noturno, o grande destaque do aparelho, posso dizer que ele faz o que promete.

De fato a qualidade do que se vê em fotos com pouquíssima luz é bem boa, mas é importante registrar que o modo pode exagerar um bocado na saturação, e até alterar as cores da cena dependendo da situação.

Para ficar claro, compare essa primeira foto, com muita saturação, e a segunda, mais equilibrada:

Motorola One Vision: foto da câmera traseira no modo noturno Motorola One Vision: foto da câmera traseira no modo noturno

Nas selfies os resultados também são positivos, mas claramente ficam abaixo de tops do ano passado, como o LG G7 ThinQ.

Confira primeiro a selfie “normal”, sem nenhum efeito:

Motorola One Vision: selfie normal

Agora com embelezamento ativado (perceba como o tom da pele muda um pouco):

Motorola One Vision: selfie normal com embelezamento

E por último, com tudo que tem direito (Modo Retrato com embelezamento ativado):

Motorola One Vision: selfie no modo retrato

Conclusão: temos aqui uma experiência fotográfica bastante positiva, principalmente pela câmera traseira, e certamente quem comprar o dispositivo não vai se decepcionar.

Caso queira visualizar as fotos em tamanho original, baixe este arquivo zip.

Teste de desempenho [Vídeo]

O Motorola One Vision se destaca frente aos concorrentes na mesma faixa de preço oferecendo muita velocidade em todas as tarefas cotidianas, abrindo e alternando apps sem esperas, fazendo rolagens de tela super fluídas e livres de engasgos, e rodando games com maestria. Às vezes você até acha que está usando um top de linha.

Não é à toa que o único modelo que supera o One Vision no gráfico abaixo, com as pontuações no teste Antutu Bechnmark, é o LG G7 ThinQ, um dos principais tops do ano passado, que já pode ser encontrado pelo mesmo preço do intermediário da Motorola.

Pontuação no Antutu Benchmark

Motorola One Vision - Antutu Benchmark [Review]

Se você curte games com gráficos sofisticados, vai ficar super satisfeit@ com a performance do One Vision, porém pode achar a proporção 21:9 da tela um pouco problemática, já que a maioria dos títulos não de adapta bem à ela.

Bateria

Essa foi minha grande decepção com o Motorola One Vision. Eu já esperava que os 3500 mAh de capacidade não seriam suficientes para o tamanho da tela e o hardware do dispositivo, mas confesso que esperava pelo menos 1 dia inteiro de uso intenso longe da tomada.

Se você é um usuário mais básico, que não joga muito, ou não usa o tempo todo os recursos que exigem mais da bateria, como câmera e GPS, até vai conseguir passar o dia todo com uma única carga. Agora, se depois desse dia inteiro de uso você ainda quiser ir para uma balada, é bom recarregar o aparelho antes de sair para não ficar na mão.

E por último, se você é hardcore user e passa o dia todo colado na telinha, é bom já deixar o carregador na bolsa.

Som

A Motorola vem fazendo um bom trabalho neste campo desde que implementou o sistema Dolby em seus intermediários, e no One Vision não foge dessa regra.

O áudio que o modelo apresenta é ótimo no alto falante principal, que apesar de não ser estéreo, oferece boa profundidade, graves satisfatórios e agudos que não distorcem.

Os fones de ouvido são os mesmos da linha Moto G7, mas possuem a marca “M” pintada na face exterior.

O som é alto e claro no acessório, e com os presets Dolby, é possível obter uma experiência bem envolvente nas suas músicas.

Veredito

O Motorola One Vision é um daqueles celulares que você só deve comprar se realmente curtiu a proposta do modelo. Ele foi pensado para quem gosta de fotografia, e principalmente, para quem curte fotos noturnas, mas não vai deixar feliz quem é exigente com todos os outros quesitos.

A bateria deixa a desejar, o alto falante não é estéreo como o Moto G7 Plus, e o design é “ame-o ou deixe-o”, por conta da proporção esticadona da tela.

O desempenho é sim o melhor em sua faixa de preço, e por se tratar de um smartphone Android One, o modelo tem a vantagem de contar com atualizações garantidas pelos próximos 3 anos, oferecendo acesso às grandes novidades do Android diretamente do Google.

Sendo assim, o Motorola One Vision é sim um bom smartphone para comprar na faixa dos R$ 1.500, e por isso meu veredito é:

Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.

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