Review Moto G7 Plus: valeu a pena esperar

O Motorola Moto G7 Plus foi lançado em fevereiro pelo salgadíssimo preço de R$ 1.900, mas felizmente já pode ser encontrado no varejo por até R$ 1.100 à vista.

Com o novo valor, o modelo que é o mais completo da linha passa a ser muito atraente, já que conta com diferenciais importantes, como: carregamento ultra rápido de bateria, câmera com estabilização óptica, e som estéreo.

Desta forma, muita gente deve estar se perguntando se agora vale a pena comprar o aparelho, e é por isso eu resolvi testá-lo por algumas semanas.

Abre um pacotinho de Oreo e busca aquele copo e leite geladão, que nos próximos minutos eu te conto como foi a minha experiência.

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Review Moto G7 Plus: valeu a pena esperar - Mobizoo

Preço e disponibilidade

O Moto G7 Plus foi lançado custando R$ 200 a mais que o modelo anterior, mas com a concorrência fortíssima que temos hoje no segmento de smartphones intermediários, eu já imaginava que ele não iria sustentar seu preço por muito tempo. Com tantas boas opções disponíveis na faixa dos R$ 1.500, ia ficar bem difícil justificar os R$ 1.900 iniciais do modelo.

Felizmente a Motorola se mexeu, e hoje já é bem fácil encontrar o G7 Plus por R$ 1.300, inclusive parcelado.

Com esse valor, o aparelho fica numa posição mais confortável frente à concorrência, batendo de frente com o recém-lançado Samsung Galaxy A30, com o Xiaomi Redmi Note 7, e também com o ainda muito bom Asus Zenfone 5 de 2018.

Já de cara o Moto G7 Plus se destaca da concorrência pela estabilização óptica presente em sua câmera dupla traseira e pelo caregador TurboPower de 27W, mas muitos outros detalhes precisam ser analisados antes da compra. Bora começar pelos prós e contras?

Prós e contras

Prós:

  • Design bonito, leve e confortável;
  • Tela grande e de ótima qualidade;
  • Pacote completo de conectividade, com 4G+, Bluetooth 5 e NFC;
  • Câmeras competentes na maioria das situações;
  • Carregador absurdamente rápido;
  • Alto falantes estéreo e aprimoramento Dolby;
  • Software atualizado e com recursos emprestados do Google Pixel;
  • Bandeja de chips que permite 2 nano sims e micro SD ao mesmo tempo.

Contras:

  • O cabo USB que vem na caixa tem as duas pontas USB Tipo C (como eu vou ligar isso no meu PC véio de guerra!?);
  • A bateria poderia durar um cadinho mais.

Unboxing

Design

Tudo que eu disse no review do Moto G7 principal vale para o G7 Plus, já que o design dos dois é idêntico. Há uma diferença ridícula de espessura e peso entre os dois (maior no G7 Plus), mas na prática ela é imperceptível. Ou seja, continua sendo um smartphone fino e leve.

Motorola Moto G7 Plus: traseira - Review / Mobizoo

Resumindo: o aparelho é muito mais bem resolvido que o da geração anterior (que tinha aquele estranho leitor frontal achatado), o notch em gota é discreto o suficiente para você esquecer dele, a ergonomia é ótima graças ao corpo cheio de curvas, e a aparência geral é muito agradável. Pena que não há uma versão branca do modelo Plus.

Motorola Moto G7 Plus: lateral - Review / Mobizoo

Assim como no G7 “normal”, há um pequeno relevo na câmera traseira, mas ele é totalmente neutralizado pela capinha que a Motorola inclui na caixa.

Há também um invólucro de borracha na porta de chips indicando que a vedação contra líquidos melhorou, mas como o dispositivo ainda não possui certificação IP68, é melhor não dar bobeira na beira da piscina.

Tela

Não há diferença de qualidade notável no painel LTPS do Moto G7 Plus em relação ao G7 “normal”, o que acaba sendo uma vantagem para o modelo mais barato.

Já em relação ao G6 Plus, o salto foi gigante: o preto ficou mais preto, o branco mais branco, os ângulos de visão melhoraram, e o contraste também.

A representação de cores dos G7 e G7 Plus também melhorou um bocado, mas ainda não está perfeita. Ambos possuem calibração que tende mais pro azulado/esverdeado, enquanto o G7 Power é mais amarelado, e o G7 Play mais rosado.

O brilho do Plus também é caprichado como o do G7, sendo forte o suficiente para uma boa visualização sob a luz do sol, e muito suave nos níveis mais baixos, permitindo uma visualização agradável em ambientes mais escuros.

Resumindo; esses dois modelos mais caros são de longe os melhores da linha nesse quesito, e também não ficam devendo nada para os concorrentes de outras marcas. Na verdade, arrisco dizer que a tela do G7/G7 Plus é até melhor que a do Redmi Note 7, por exemplo.

Motorola Moto G7 Plus: tela - Review / Mobizoo

Câmeras

O Moto G7 Plus é o primeiro Moto G com estabilização óptica na câmera traseira, e acredite: isso faz uma puta diferença! Não é a toa que todo top de linha conta com esse recurso.

Só isso já me deixou bastante animado, mas é importante destacar que todo o conjunto fotográfico do dispositivo é muito bom: na traseira temos um sensor Sony IMX519 de 16 MP f/1.7 com autofoco PDAF combinado com o sensor secundário Samsung de 5 MP f/2.2 dedicado à captura de profundidade, e na frente temos um sensor OminiVision de 12 MP com abertura f/2.0, capaz de gravar vídeos em 4K. E não acabou não: a câmera principal ainda é capaz de gerar fotos RAW e vídeos slow motion (120 fps). Ufa!

Como sempre, de nada adiantariam as especificações ponposas sem resultados realmente convincentes, e por isso levei essa belezinha para registrar minha última viagem a Minas (BH e Inhotim). Já adianto logo: fiquei MUITO satisfeito!

Moto G7 Plus: foto da câmera traseira com HDR - Review / Mobizoo

Começando pelas capturas com boa luz, o HDR dá um show. As fotos apresentam cores vibrantes, contraste “dramático” (aquele aspecto bonito de cinema) e definição impecável.

Moto G7 Plus: foto da câmera traseira com HDR - Review / Mobizoo

Mesmo no modo retrato (ou fundo desfocado) a captura e o processamento da imagem é muito competente, e a estabilização óptica dá aquela “mãozinha”, impedindo que suas fotos saiam tremidas.

Moto G7 Plus: foto da câmera traseira no modo retrato - Review / Mobizoo

Até em ambientes internos com luz artificial a câmera traseira do Moto G7 Plus se sai bem, como no exemplo abaixo, onde não é possível notar nenhum perda de definição, distorção cromática ou aberração (como aquela deformação nos cantos, que algumas câmeras fazem).

Moto G7 Plus: foto da câmera traseira em ambiente interno - Review / Mobizoo

Obviamente, como não estamos falando de um top de linha, é claro que as coisas ficam mais difíceis em fotos com pouca luz, contra a luz, ou à noite. Mas mesmo assim, não dá pra dizer que os resultados do Moto G7 Plus são ruins. Veja:

Moto G7 Plus: foto da câmera traseira em ambiente interno - Review / Mobizoo Moto G7 Plus: foto noturna da câmera traseira - Review / Mobizoo Moto G7 Plus: foto noturna da câmera traseira - Review / Mobizoo

Como você pôde ver, há certa perda de definição em partes das imagens e algum ruído, mas tudo fica dentro de um limite bastante aceitável. Para um celular de R$ 1.500, está bem satisfatório.

E ao contrário do que é bastante comum por aí (estou olhando pra você, Xiaomi), o Moto G7 Plus não despenca de nível quando você passa para a câmera frontal.

As selfies também saem muito bonitas tanto no modo normal quanto no modo retrato (desde que haja boa luz), com resultados claramente superiores ao do Moto G7.

Veja o primeiro exemplo no modo normal:

Moto G7 Plus: selfie com a câmera frontal - Review / Mobizoo

E agora a mesma foto no modo retrato:

Moto G7 Plus: selfie com a câmera frontal em modo retrato - Review / Mobizoo

Conclusão: se você prioriza câmeras, o Moto G7 Plus vai te deixar muito feliz.

Ah, e pra galera da GCAM eu já aviso logo: o modelo conta com o Camera2API.

Caso queira visualizar as fotos em tamanho original, baixe este arquivo zip.

Desempenho

Em termos de desempenho, o hardware do G7 Plus fica dentro da média para a categoria.

Durante as minhas semanas de uso eu não enfrentei nenhum engasgo, lentidão ou travamento, e todas as tarefas do dia a dia foram executadas com velocidade.

Tem aparelho mais potente que ele no mercado? Tem. Mas ele cumpre muito bem o esperado.

Motorola Moto G7 Plus: Antutu Benchmark - Review / Mobizoo

Mesmo games pesados como Asphalt 9 rodaram bem, e dá para dizer que a performance geral do modelo com jogos é bem parecida com a do Moto Z3 Play, que aliás tem o mesmo chipset.

Conclusão: trata-se de um smartphone que não vai te deixar na mão.

Bateria

A bateria do G7 Plus está naquela categoria que não impressiona, mas também não decepciona.

Um usuário normal dificilmente vai chegar ao final do dia sem carga, mas um usuário mais hardcore – daqueles que passam horas jogando, assistindo vídeos e rolando as redes sociais – pode se frustar.

Mas esqueça tudo isso que falei. O importante aqui é o carregador! Sério, a Motorola colocou um carregador simplesmente insano no Moto G7 Plus.

São 27W de potência, capazes de levar o bichinho de 10% a 60% em 10 minutos! E para ir de 0% a 100%, são aproximadamente 50 minutos!

O único outro aparelho disponível no Brasil capaz dessa façanha é o Huawei P30 Pro, que custa R$ 5.500.

Eu só não entendi uma coisa: por que a Motorola resolveu que agora tudo é USB Tipo C, e colocou o padrão tanto no carregador quando nas duas pontas do cabo?

Som

A Motorola caprichou no áudio do Moto G7 Plus.

O modelo conta com o mesmo sistema de aprimoramento Dolby presente no G7, mas traz um “plus a mais”: alto falantes estéreo.

Os componentes, distribuídos nas partes inferior e superior do celular, são fortes o suficiente para fazer o corpo do dispositivo vibrar, apresentam graves generosos, não distorcem nem no volume máximo, e produzem um som muito envolvente.

Motorola Moto G7 Plus: parte inferior - Review / Mobizoo

Além disso, nessa sétima geração a Motorola deu um belo upgrade nos fones de ouvido de toda a linha, colocando na caixa de todos os modelos um acessório que, além de bonito, é leve, confortável, e oferece som incrível.

Ficha técnica

  • Tela LTPS Full HD+ de 6,24 polegadas com proporção 19,5:9 (com notch em forma de gota);
  • Sistema Android 9 Pie;
  • Vidro Gorilla Glass (na frente e na traseira);
  • Chipset Snapdragon 636 com processador octa core (1.8 GHz máx.);
  • GPU Adreno 509;
  • 4 GB de memória RAM (LPDDR4);
  • 64 GB de armazenamento interno expansível via MicroSD;
  • Câmera dupla traseira de 16 MP (f/1.7) + 5 MP (f/2.2) com autofoco PDAF e estabilização óptica;
  • Câmera frontal de 12 MP (f/2.0);
  • Gravação de vídeo 4K com estabilização EIS;
  • Leitor de impressão digital na traseira;
  • Alto falantes estéreo;
  • Rádio FM;
  • Bluetooth 5;
  • Sistema de som Dolby;
  • Sensores: luz ambiente, acelerômetro, proximidade, bússola, giroscópio;
  • A-GPS, GLONASS;
  • NFC;
  • USB Tipo C;
  • Bateria de 3000 mAh com carregamento rápido.

Veredito: vale a pena?

Como eu já disse algumas vezes aqui, não existe celular perfeito, mas existem aqueles que se aproximam bastante disso.

Para atingir este nível, é necessário que o aparelho seja extremamente competente em entregar o que promete dentro de sua faixa de preço, com inúmeros pontos positivos e pouquíssimos negativos, e este é exatamente o caso do Moto G7 Plus.

Ele conta com um dos melhores conjuntos fotográficos disponíveis em celulares na faixa dos R$ 1.300, traz desempenho suficiente para agradar até mesmo os usuários mais exigentes, uma belíssima tela, e um conjunto sonoro de fazer inveja.

O celular que mais se aproxima dele pelo bom conjunto é o Zenfone 5 do ano passado, mas é importante lembrar que o aparelho da Asus é um pouquinho mais caro, e, além disso, não possui o mesmo carregador absurdamente veloz do Moto G7 Plus.

Eu sei, você deve estar pensando nos Xiaomi mais amados do momento como alternativas melhores (Redmi Note 7, Pocophone F1 e Mi 8 Lite), mas acredite: eles não são. Pelo menos não em tudo. Além disso, é bom lembrar: a Xiaomi sempre economiza em detalhes como qualidade do microfone principal e NFC.

Por todos estes motivos, é com satisfação (e já com um pouquinho de saudade) que dou, pela primeira vez em 2019, a nota máxima de avaliação do Mobizoo para o Moto G7 Plus.

Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.

Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.

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