Ah… as TVs do século XXI! Grandes telas mágicas como em Black Mirror, que de tão perfeitas misturam a ficção com a realidade. Er… não, né? Parece que o futuro nos pregou uma peça, e na verdade temos em nossas salas aparelhos com problemas que beiram o ridículo.
A impressão que tenho é que a evolução tecnológica dos últimos anos parece ter colocado todos os seus esforços nos dispositivos móveis, deixando para as TVs apenas a melhora de definição em sua imagem, e algumas funções herdadas porcamente dos smartphones.
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Não me entenda mal: o 4K (ou Ultra HD) realmente é sensacional – um ganho gigantesco de qualidade para o usuário em relação às antigas TVs de tubo, mas fica uma dúvida: será que nossos olhos percebem essa superioridade toda?
Dependendo do tamanho da tela – especialmente as mais populares, as de 40 polegadas – é difícil notar diferença de definição em relação às já muito boas Full HD. E não é só isso: tem a questão do conteúdo.
Os conteúdos 4K vêm crescendo devagar, e o que bomba mesmo no varejo (até por conta de nossas limitações de banda larga) é o Full HD.
Isso me lembra um pouco as antigas fitas Betamax, que mesmo sendo tecnicamente superiores aos concorrentes, sofriam com a escassez de conteúdos.
As coisas tendem até a melhorar daqui pra frente, mas será que hoje é vantajoso gastar mais por uma tecnologia que ainda se encontra engatinhando no país?
TVs Smart: não tão espertas assim
O Android é um sucesso absoluto nos celulares, porém por algum motivo desconhecido as fabricantes de TVs preferem utilizar em seus aparelhos seus sistemas próprios, que na grande maioria das vezes são lentos e com péssima usabilidade.
Desta forma, a experiência dos usuários de smart TVs acaba ficando muito aquém do que poderia ser com um sistema maduro como o Android TV, resultando numa verdadeira enxurrada de reclamações dos consumidores.
E pior: como cada sistema funciona de um jeito, um mesmo aplicativo (como o da Netflix) pode oferecer experiências completamente diferentes de TV para TV. Em alguns casos pode até simplesmente não funcionar.
A ditadura do design ruim
Nem todos os problemas das novas televisões estão ligados ao funcionamento dos aparelhos. Alguns são simplesmente falhas de design, que nos foram empurradas goela abaixo pela indústria. Lembra da moda do black piano? Uma desgraça!
Todos fomos obrigados a aguentar essa superfície fácil de riscar, difícil de limpar e extremamente limitada do ponto de vista de decoração dos ambientes.
E as bases giratórias, que eram ótimas para os racks e foram sumariamente extintas pelas fabricantes?
Acabou-se a praticidade de poder girar a TV sobre sua base para poder assistir melhor num canto do sofá, ou mesmo na mesa de jantar. Tudo isso para por no lugar aqueles ridículos “pézinhos”, que de tão ruins só servem para nos obrigar a fixar a TV na parede.
E falando em fixação da TV na parede, você já viu como ficam os modelos de tela curva nessa situação? Parecem cartolinas mal coladas!
Sério gente, e para quê tanto fio??? Estamos quase chegando em 2020 e ainda temos que conviver com uma fiarada dos infernos em nossas salas??? Por que raios os designers – que adoram falar de design thinking para solução de problemas – ainda não pensaram numa solução wireless para conectar todos os aparelhos da casa na TV?
É claro que no final das contas nada disso vai nos impedir de comprar uma nova televisão, mas é preciso estarmos atentos, pois nem sempre a tecnologia está indo para a melhor direção, e os vendedores estarão sempre tentando te convencer das maravilhas de um novo modelo, mesmo que elas não sirvam para absolutamente nada!