No post anterior sobre minha viagem ao Japão eu falei sobre os lugares mais legais que visitei em Tóquio, mas fiquei devendo as minhas impressões das outras cidades por onde passei.
Por isso deixei para esta quarta e última parte as minhas experiências em Kamakura, Kioto, Osaka e Takayama. E no final, ainda comento sobre Asakusa – o bairro de Tóquio que marcou minha despedida do Japão –, e deixo algumas dicas sobre a organização da viagem.
O grande Buda Kamakura
O Templo de Kamakura fica a +/- 1 hora de trem de Tóquio, por isso é um passeio “bate e volta” que vale a pena fazer, especialmente pela belíssima (e enorme) estátua de Buda que ele possui.
Esta escultura já esteve dentro de um templo (imagina o tamanho desse templo!), e hoje fica exposta ao ar livre, numa área cheia de verde, e com uma energia única.
Kioto
Viajei de Tóquio para Kioto de Shinkansen (o trem bala), e tive o cuidado de ficar do lado direito do trem para poder ver o Monte Fuji, o vulcão adormecido que é um dos símbolos do Japão.
Kioto é uma cidade histórica que abriga uma quantidade enorme de templos, vilas e monumentos antigos.
Entre os mais visitados, está o Templo Kiyomizu-dera, que se destaca não só por sua beleza arquitetônica, mas também por sua posição privilegiada no alto de uma montanha.
Outro ponto muito visitado em Kioto é a antiga vila de Gion, com suas tradicionais casas de chá, construções seculares em madeira, e, é claro; gueixas.
Gion também é cheia de lojas e mercadinhos especializados em temperos, doces, biscoitos, pães e especiarias.
Como eu disse na parte 2, trata-se de um verdadeiro paraíso gourmet, para chefe de cozinha nenhum botar defeito.
Osaka
Osaka é uma cidade difícil de descrever. Ela não é tão “moderninha” e cosmopolita como Tóquio, mas também não é tradicional como Kioto.
O fato é que Osaka possui encantos únicos, como imponente castelo Ōsaka-jō, a Dotonbori, e as melhores comidas de rua do Japão (não sou eu que estou dizendo).
Dotonbori
Localizada em Namba – a região mais efervescente de Osaka, a Dotonbori é sem dúvida uma das experiências sensoriais mais encantadoras do Japão.
Trata-se de um grande centro comercial, que se destaca pelas fachadas exóticas de seus restaurantes, cheias de peixes, polvos, e caranguejos robóticos gigantes. Uma verdadeira Times Square do oriente.
Passear pelas ruas da Dotonbori por si só já é uma experiência deliciosa (principalmente se você estiver comendo takoyakis), mas é no cruzamento da rua principal (Ebisu Bashi-Suji) com o canal que está o ponto mais disputado pelos turistas.
É nesse ponto, onde a rua passa por cima do canal, que estão os painéis de propaganda mais icônicos do Japão. Entre eles, o mais famoso; o “Glico Man“.
Alguns displays gigantes de LED até interagem com o público, deixando a experiência toda ainda mais inusitada.
Den Den
Se você acha que só Tóquio possui um paraíso das nerdices, olhe novamente. Osaka também tem sua Akihabara, e ela se chama Den Den Town.
Nela você encontra várias lojas especializadas em animes, mangás, action-figures, games e eletrônicos usados. E, por ser uma área menor e menos turística que Akihabara, é mais fácil de “navegar”, e costuma ter preços bem mais amigáveis.
É verdade que Den Den possui bem menos lojas que Akihabara, mas as lojas são tão boas, que acabam justificando a visita.
Umeda Sky Building
Eu gosto de arranha-céus. Mas eu gosto mais ainda de um arranha-céu que tem uma escada rolante flutuante no seu topo.
Pois é, essa “maluquice” em forma de prédio é o Umeda Sky Building, que fica na região central de Osaka. E eu obviamente eu não poderia deixar de visitar.
Infelizmente o vídeo que eu gravei enquanto subia a escada rolante ficou ruim e não vou poder mostrar como foi a experiência.
De qualquer forma, a vista lá de cima vale muito a pena – tanto de noite quanto de dia –, e é ideal para quem quer ter uma visão panorâmica de Osaka sem gastar muito (a entrada é baratinha).
Takayama
Para completar a rodada de experiências incríveis que o Japão me proporcionou, “subi a serra” para ver a neve cair, tomar banho de onsen e tentar esquiar.
Bom, o banho de onsen foi o máximo, a neve caiu lindamente, mas no esqui eu passei foi vergonha.
Pelo menos as fotos na estação de esqui ficaram ótimas.
Asakusa com gostinho de quero mais
Depois do giro que fiz pelas cidades acima, retornei para Tóquio – mais especificamente para Asakusa – para passar o último dia de viagem antes de iniciar a longa volta para o Brasil.
E o final da viagem não poderia ter sido mais perfeito: Asakusa é uma das áreas mais agradáveis de Tóquio, e reúne o que a cidade tem de melhor: o passado representado pelo lindo Templo Senso-ji e o bucólico parque de diversões Hanayashiki, e o futuro, representado pela Tokyo Sky Tree.
No caminho do Templo Senso-ji há uma “feirinha” de artesanatos e comidas típicas que fazem a alegria dos visitantes, e as ruas próximas são verdadeiras galerias cobertas repletas de lojas ideais para as últimas comprinhas de viagem (leia-se lembrancinhas para a família).
Há poucas quadras do Templo Senso-ji está o parque de diversões Hanayashiki, que foi construído em 1949, e funciona até hoje.
O parque é pequeno e suas atrações são simples, mas ele invoca uma sensação gostosa, bucólia, parecida com a que eu senti no Pier de Santa Mônica, em Los Angeles.
Resumindo: ele parece aqueles parquinhos de bairro de nossa infância, e dentro dele você esquece que está na Tóquio de 2017.
Também perto dali está a futurística nova torre de Tóquio; a Tokyo Sky Tree, que, por conta de seu visual e altura, fez todo mundo esquecer que existe a “feinha” Tóquio Tower.
Aos pés da torre há um grande Shopping Center, cheio de lojas, restaurantes e atrações bacanas. Inclusive é no Shopping da Sky Tree que fica o novo Pókemon Center, ponto obrigatório para os fãs do game/anime.
Ah, e durante o inverno (época da minha visita), é montada uma pista de patinação no gelo ao ar livre, aos pés da torre. Um visual único.
Dicas de viagem
Atendendo a pedidos, decidi compartilhar, nessa última parte do meu relato de viagem, algumas informações importantes que levantei antes, durante e depois da viagem. Confira:
Duração da viagem: 15 dias
Achei um tempo bastante satisfatório para conhecer os principais pontos do Japão com conforto. E não podemos esquecer que são mais quase 2 dias para ir e mais quase 2 dias para voltar.
Percursos de avião
São em média 30 horas para ir e 30 horas para voltar, uma verdadeira maratona de poltrona de avião. Por isso é importante que você esteja com a saúde em dia para encarar a longa viagem.
Uma dica que dou é escolher voos que possuam conexões com um bom intervalo de tempo, primeiro para você poder descansar, e segundo (e mais importante) para dar tempo da sua mala despachada sair de um avião para o outro – minhas conexões foram rápidas demais e, além de não descansar, ainda fiquei sem as malas nos primeiros dias de viagem (elas só chegaram no aeroporto de Tóquio 3 dias depois).
Custos
Alimentação
É possível fazer refeições ótimas com até 1.000 ienes (aprox. 10 dólares), desde que você se dê bem com as comidas mais populares dos japoneses; os ramens, os bentôs (marmitas), frango e porco empanados, nikumans (pães recheados) e “fritadas” (okonomiyakis e afins).
Em todos os restaurantes a água gelada é de graça, e muitos oferecem chá de graça também.
Se você for for comer coisas ocidentais, como hambúrgueres, pizzas e carnes pode dobrar esse orçamento. Porque é caro, viu.
Transporte
Esqueça carros e táxis no Japão. Você consegue fazer praticamente tudo, em todas as cidades japonesas, de trem, metrô e afins.
Por isso é fundamental garantir um JR Pass antes de viajar – para se locomover entre cidades, e um cartão IC (Suica, PASMO e outros) – para se locomover dentro das cidades.
O JR Pass é caro, mas acredite: vale cada centavo.
Com o cartão IC, o meu gasto médio diário com trens e metrôs dentro das cidades foi de aproximadamente 800 ienes. E olha que eu circulei pra caramba.
Bom, é isso. Foi delicioso relembrar e dividir com você minhas experiências no Japão nesses 4 artigos, e confesso que já estou com vontade de voltar.
Espero que tenha curtido esses relatos assim como eu curti escrevê-los. E, se puder, compartilhe esse material com os seus amigos para fortalecer o blog.
Um grande “Arigatô!“, e até a próxima!