No post anterior sobre minha viagem ao Japão eu comentei sobre as incríveis soluções que os japoneses criaram para facilitar a vida, e mostrei um pouco do que há de melhor na culinária nipônica.
Nesta terceira parte, eu vou falar sobre os lugares mais bacanas que visitei, sejam eles pontos turísticos ou não, e vou comentar um pouco sobre as experiências que vivi em cada um deles.
Se prepare, pois nesse post eu inseri muitas das milhares de fotos que eu e meus companheiros de viagem tiramos por lá.
Tóquio
Tóquio é sem dúvida a cidade mais incrível que já visitei. Ela é absurdamente limpa e organizada, e bonita de um jeito único.
Não há muitos monumentos ou prédios de arquitetura antiga, como vemos na Europa, e isso abre espaço para uma paisagem urbana moderna, que prioriza construções compactas e simples, vias de circulação de pessoas e veículos que passam por cima, por baixo, ao lado, e até dentro de prédios, e áreas cheias de publicidades extremamente coloridas, que fazem você se sentir dentro do filme Blade Runner.
É uma cidade muito rica e diversa, com características distintas em cada região, pontuada por diversos parques verdes e templos, dezenas de canais fluviais, e claro, uma baía que lhe confere um charme todo especial.
Akihabara
Akiba (para os íntimos) é um bairro único no mundo, que concentra centenas de lojas especializadas em tudo aquilo que os nerds amam: games, quadrinhos, eletrônicos, action figures e uma porção de outras coisinhas que só existem no mercado japonês.
Cada prédio de Akiba conta com vários andares, e, em cada andar, você encontra um tipo de produto. Ex.: 1º andar: videogames, 2º andar: DVDs de animes, 3º andar: mangás, 4º andar: computadores, e por aí vai.
Como os prédios são muito coladinhos, e muitos deles possuem outdoors, placas, letreiros luminosos e displays em japonês, no começo é bem difícil encontrar algo específico nas ruas de Akihabara. Por isso minha sugestão quem for visitar é: separe um dia inteiro no início da viagem para se perder por lá, sem muito foco, como se estivesse visitando um grande museu.
Aproveite para mapear as lojas e os produtos que você tem interesse, anotando tudo num caderninho ou no celular. Só compre na hora aquilo que você realmente achou por um preço incrível, e/ou é um item muito raro.
O ideal é retornar à Akiba no final da viagem, para de fato fazer um dia de compras. Assim você será bem eficiente, além de saber exatamente quanto sobrou de dinheiro no seu orçamento.
Odaiba
É nesta região onde se concentram vários shoppings centers que fica situado o famoso Gundam em “tamanho real”, mais especificamente em frente ao DiverCity Tokyo.
Por conta deste robô gigante, o local se tornou ponto turístico obrigatório na cidade, mas não é só dele que Odaiba vive.
A região ainda conta com um belo (e enorme) parque, diversas opções de diversão, e grandes espaços para eventos, como o imenso Tokyo Big Sight.
Para minha sorte, no dia em que eu fui visitar o Tokyo Big Sight, estava acontecendo no local uma grande convenção de CosPlay do Japão, a Comiket 2016.
Harajuku
Conhecida como a região da moda Kawaii (ou “fofinha”), Harajuku é na verdade uma mistura de 25 de março (SP) com Saara (Rio), só que bem mais arrumadinha.
Nesta área estão concentradas centenas de lojas especializadas em roupas, calçados, bolsas e acessórios de diversos estilos e faixas de preço, e é nelas que as famosas “Harajuku Girls” montam seus looks.
Nesse bairro também fica o Kawaii Monster Café, que talvez você já tenha visto em vídeos com dicas de lugares interessantes de Tóquio.
Eu já sabia que o lugar cheirava à “cilada para turistas”, mas fui mesmo assim para comprovar. E não deu outra: furada!
O restaurante é dividido em três ambientes temáticos que de fato são muito bonitos, mas a comida é bem fraquinha e cara.
Ou seja, vá apenas se seu objetivo é bombar fotos e vídeos no Instagram.
No final das contas, descobri que a boa de Harajuku mesmo é se deliciar com os deliciosos crepes vendidos nas ruas do bairro.
Existem várias opções de recheios, e os preços também variam bastante. Mas uma boa dica de quiosque com bom custo-benefício é o Café Crepe Laforet.
Sony Building
Além de ser uma marca de eletrônicos famosa no mundo todo, a Sony é também um verdadeiro ícone da tecnologia do Japão.
Quem criou o Playstation? Sony. O primeiro Walkman? Sony. Pois é, a Sony tem muita história para contar, e é por isso que ela montou uma exibição comemorativa de 70 anos em seu prédio, localizado na região de Ginza.
Eu tive a felicidade de poder visitar esta exposição, e vou te dizer: foi literalmente uma viagem no tempo.
Dá só uma olhada no que eu puder ver:
A parte triste desta exposição é que ela marca o adeus ao antigo Sony Buiding, que será demolido ainda em 2017 para dar lugar ao novo Sony Park. Inclusive no final da exposição havia um grande mural para quem quisesse deixar uma mensagem para a posteridade.
Eu como bom fã da marca, é claro, fiz questão de deixar a minha:
Tsukiji Market
Saindo do Sony Building caminhei mais uns 30 minutos e dei de cara com um dos mercados de peixe mais famosos do Japão, e talvez do mundo, o Tsukiji Market.
É lá que acontecem os conhecidos (e intensos) leilões de Atuns gigantes, que abastecem muitos restaurantes do país. Só que eu não tinha a menor pretensão de acompanhar este “evento” ímpar, já que ele acontece no meio da madrugada.
Sendo assim, cheguei no mercado por volta das 11, sem muita pressão, para dar uma volta e almoçar.
Para minha surpresa, essa hora o lugar já estava lotado de gente, e acabei achando muito complicado almoçar no local. Sente só o clima:
Karaokê cinematográfico em Shibuya
Uma das cenas mais memoráveis do cinema moderno é a clássica sequência do karaokê no filme “Encontros em Desencontros” (Lost in Translation) com Scarlett Johansson e Bill Murray cantando clássicos dos anos 80, com o visual da cidade de Tóquio ao fundo.
E olha que legal: quando eu assisti o filme pela primeira vez, exatamente nesta cena, eu pensei: um dia eu vou fazer isso.
Quase 2 décadas depois (o filme é de 2003), eis que eu consigo realizar esse sonho, no mesmo karaokê onde o filme foi gravado; o Karaoke-Kan.
Existem outros bons Karaokês em Tóquio, como o Shidax e o Uta Hiroba, mas só nos Karaoke-Kan de Shinjuku e Shibuya é possível ter essa vista.
Nos demais você canta em salas privativas, sem janelas.
Godzilla invade Shinjuku
E o karaokê não foi o único acontecimento cinematográfico da viagem não! Eu ainda fiz questão de visitar a rua de Shinjuku onde é possível avistar, sobre os prédios, a cabeça do Godzilla em “tamanho real”.
A gigantesca escultura foi construída pelo Hotel Gracery no terraço de seu oitavo andar, e o melhor ponto para observação está marcado com duas traves no início da rua (foto).
Bom, espero que tenha gostado, e nos vemos na próxima semana com a quarta e última parte desta viagem.
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