A popularidade dos celulares Xiaomi no Brasil é um fenômeno curioso: a marca chinesa conseguiu crescer no mercado nacional nos últimos anos mesmo sem ter operação local, e isso despertou o interesse de empresas brasileiras como a DL, que acabou trazendo a marca oficialmente para o país.
Diversos modelos já estão à venda no país através de lojas parceiras da DL, como Pernambucanas e Ricardo Eletro, porém os valores ainda são mais altos que os praticados em lojas online como a ZonaMóvel.
Além disso, a Xiaomi inaugurou sua primeira loja oficial no país, a Mi Store que fica dentro do Shopping Ibirapuera em São Paulo (mais detalhes a seguir).
Neste artigo você fica por dentro de toda a situação atual da marca no país – revendas oficiais, modelos disponíveis, preços e onde comprar –, qual o histórico dos celulares Xiaomi no Brasil, e finalmente; o que é e como funciona o mercado cinza que surgiu por aqui.
- Veja também: Qual o melhor celular Xiaomi?
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Celulares Xiaomi no Brasil: agora de forma oficial
Como eu disse acima, a DL já era algum tempo a representante oficial da Xiaomi no Brasil, só que agora a coisa tomou outra dimensão.
Desde o dia 1º de junho de 2019, a Xiaomi passou a ter uma presença mais sólida no país, vendendo diversos dispositivos eletrônicos (e não só celulares) em sua loja própria, física e oficial. Tudo com garantia e assistência técnica local! Pode comemorar, Mi Fã!
E não é só isso. A marca também reabriu sua loja online, no endereço http://mi.com/br, oferecendo mais opções de smartphones.
Confira abaixo os modelos e seus preços sugeridos.
Celulares Xiaomi no Brasil: preços oficiais
- Redmi Go – R$ 699
- Redmi 7 – R$ 1.299 (32 GB) e R$ 1.499 (64 GB)
- Redmi Note 6 Pro – R$ 1.999 (64 GB)
- Redmi Note 7 – R$ 2.099 (64 GB)
- Mi 8 Lite – R$ 2.199 (64 GB)
- Mi 8 Lite – R$ 2.699 (128 GB)
- Pocophone F1 – R$ 3.199 (128 GB)
- Mi 9 – R$ 3.999 (128 GB)
Por que tão caros?
À título de comparação, o Redmi Note 6 de 64 GB é vendido na Europa, nas lojas oficiais da Xiaomi, por 199 euros (R$ 900 em conversão direta). Se você importar direto da China, vai pagar esses 900 mais a taxa de importação, totalizando uns R$ 1.200 aproximadamente. Este valor é o mesmo praticado pelo mercado cinza brasileiro.
Aí você pergunta: então por que o mesmo celular custa R$ 1.999 de forma oficial? A resposta é simples: muitos custos extras entram nessa conta.
- A ANATEL cobra aproximadamente R$ 50.000 da marca que deseja homologar um dispositivo para venda no país. Esse custo precisa ser diluído de alguma forma;
- A DL importa os aparelhos da China, então tem que pagar as taxas de importação, frete e trâmites legais;
- A DL também faz toda a operação de distribuição no território brasileiro. O que também gera custo;
- As lojas parceiras aplicam suas margens de lucro, e também os impostos sobre venda.
Além disso, não podemos esquecer que o dólar está bem alto, fazendo todos os eletrônicos encarecerem (importados ou não).
O jeito é torcer para tudo dar certo e a marca aumentar seu volume de vendas no Brasil, fazendo os preços caírem gradativamente.
Celulares Xiaomi no Brasil: como ficaram tão populares?
Como você deve saber, a Xiaomi esteve presente oficialmente no mercado brasileiro por um breve período, até que percebeu que sua operação não seria sustentável com a estratégia adotada, ainda mais num cenário de crise econômica crescente (2015 – 2016).
Mas apesar desse fracasso oficial, a presença dos celulares Xiaomi no Brasil continuou crescendo bastante desde então através da importação de dispositivos, primeiro graças ao sucesso de grandes lojas chinesas como a Banggood, que venderam centenas de milhares de aparelhos da marca para o país a preços simplesmente imbatíveis, e segundo graças ao boca-a-boca feito nos grupos especializados pelos próprios consumidores super satisfeitos da marca – conhecidos como “Xiaominions”.
Essa popularidade cresceu tanto que, de acordo com dados recentes da StatCounter, os celulares da marca já estavam sendo mais utilizados no Brasil que os da Sony e da Alcatel.
Os números da chinesa no país são impressionantes, porém totalmente previsíveis se você levar em conta o nível dos aparelhos que as “grandes marcas” colocam no mercado nas categorias entre 500 e 1.500 reais.
Por mil reais, você pode comprar o excelente Xiaomi Redmi Note 7 no Mercado Livre (ou pagar até menos se decidir importar), enquanto entre as marcas que operam oficialmente no Brasil, se vê obrigad@ a levar algo bem inferior, pelo mesmo valor (Galaxy J6 Plus, por exemplo).
É verdade que a carga tributária duplica os preços dos produtos no Brasil, as fabricantes investem uma grana empregando gente no país, o roubo de cargas é enorme e causa muitos prejuízos, eu sei disso tudo. Mas na hora do “vamo vê”, não tem jeito: o povão quer o melhor pelo menor custo possível, e ponto final. É o tal do custo-benefício, onde as chinesas são campeãs.
A “Rasteira” da ANATEL na importação de Celulares Xiaomi no Brasil
No final do ano passado a ANATEL lançou um “pacote-bomba” de medidas para frear as importações de celulares chineses no Brasil, e claro, os maiores prejudicados foram os aparelhos da Xiaomi, de longe os mais populares entre os importadores.
Aliás, essa bomba veio exatamente na semana da Black Friday, exatamente no momento em que os celulares Xiaomi atingiram seu maior pico histórico de popularidade no Brasil.
Basta olhar esse gráfico do Google Trends para constatar:
Outro dado super interessante do gráfico acima, mostra que o volume de buscas pelos celulares Xiaomi é maior nos estados mais pobres do país, notadamente o Piauí e o Maranhão.
Nesses locais, onde o poder aquisitivo é menor, a Xiaomi se tornou a melhor alternativa para quem quer ter um “celular de marca”, mas não pode pagar os preços praticados por Samsung e Motorola.
Não se trata aqui de um fenômeno isolado, já que a Xiaomi também vem crescendo demais em outros mercados de baixo poder aquisitivo, como na Índia, por exemplo. Aliás, nesse país ela já tomou a liderança da Samsung.
- Veja também: Review Xiaomi Mi 9T: o celular do ano?
Fim das importações e novos rumos da Xiaomi no Brasil
Depois de tanta “porrada” da ANATEL, algumas grandes lojas chinesas deixaram de enviar celulares para o Brasil, e outras aumentaram absurdamente o frete (para não terem prejuízos). A partir daí, a importação direta dos aparelhos simplesmente deixou de valer a pena.
Mas você acha que o público brasileiro parou de comprar celulares Xiaomi por conta disso? Que nada! O volume até aumentou!
Segundo levantamento feito pelo site comparador de preços Zoom, o número de buscas por celulares Xiaomi na plataforma aumentou 254% no primeiro trimestre de 2019, em comparação com o mesmo período de 2018.
A demanda por smartphones com bom custo-benefício é enorme no país, e ela não ia desaparecer de uma hora para a outra, só porque a ANATEL quer. Resultado: um gigantesco mercado cinza floresceu, com lojas especializadas pipocando por todo lado.
O maior volume de vendas está concentrado nos grandes market places online do país – Mercado Livre, Amazon, Americanas, Submarino, Cissa Magazine, entre outros, mas também há uma enorme oferta de aparelhos nos famosos “boxes” dos mercadões paralelos de tecnologia do país (confira a lista a seguir).
Isso tudo chamou a atenção da empresa brasileira DL Eletrônicos, que decidiu se tornar a representante oficial da Xiaomi no Brasil.
Onde comprar celulares Xiaomi no Brasil?
Além da distribuição oficial da DL – única que oferece garantia total e assistência técnica, você também pode encontrar os principais modelos da Xiaomi à venda nos seguintes locais:
- São Paulo (SP): Região da Santa Efigênia;
- Rio de Janeiro (RJ): Edifício Central – confira os preços no aplicativo “Boa Dica”;
- Brasília (DF): feira dos importados/SIA;
- Goiânia (GO): camelódromos da Praça OK, no bairro de Campinas;
- Feira de Santana (BA): Feiraguay;
- Fortaleza (CE): Centro e North Shopping;
- Recife (PE): Região da Dantas Barreto;
- Londrina (PR): camelódromo central;
- Porto Alegre (RS): Assis Brasil em frente ao Wallig;
- Canoas (RS): Canoas Shopping;
- Belo Horizonte (MG): Shopping Oiapoque;
- Uberlândia (MG): camelódromo central;
- Belém (PA): Parque Shopping e Shopping Metrópole;
- São Luís (MA): Centro;
- Macapá (AP): Centro e Macapá Shopping;
- Teresina (PI): Centro e Shopping da cidade;
- Maceió (AL): Centro.
Preço médio dos celulares Xiaomi mais populares no mercado cinza
Os celulares Xiaomi vendidos no mercado cinza são, em sua maioria, originais (verifique a procedência), importados diretamente da China ou do Paraguai, e por isso costumam ser bem mais baratos que os mesmos modelos vendidos nas revendas oficiais.
O lado negativo é que eles não são homologados pela ANATEL (isso pode dar algum problema no futuro), e não oferecem assistência técnica. Além disso, a maioria das lojas “cinzas” oferecem um período de garantia menor que o das revendas oficiais – 3 meses em média, ao invés de 1 ano.
Confira os preços:
- Redmi 7A – R$ 450 (16 GB) / R$ 550 (32 GB);
- Redmi 7 – R$ 750 (32 GB) / R$ 850 (64 GB);
- Redmi Note 7 – R$ 950 (64 GB) / R$ 1.150 (128 GB);
- Mi 8 Lite – R$ 950 (64 GB) / R$ 1.150 (128 GB);
- Pocophone F1 – R$ 1.600 (64 GB) / R$ 1.800 (128 GB);
- Mi 9T – R$ 1.500 (64 GB) / R$ 1.800 (128 GB);
- Mi 9 – R$ 1.999 (64 GB) / R$ 2.299 (128 GB).
E você, vai comprar seu celular Xiaomi no Brasil de forma oficial ou no mercado cinza? Conte aí nos comentários!