O mercado de smartphones amargou seu primeiro declínio histórico em 2018, de acordo com dados divulgados pela IDC e Counterpoint. Uma queda de 4% nas vendas de dispositivos em todo o mundo.
Nesse cenário, todos precisam se mexer, desde as fornecedoras de componentes eletrônicos até as grandes redes do varejo. Se você reparar bem, até as grandes líderes do mercado estão sendo chacoalhadas de alguma forma; como a Samsung frente ao crescimento vertiginoso da Huawei, e a Apple perdendo valor de mercado.
No meio disso tudo, uma grande revolução acontece com a chegada do 5G e a consolidação da Internet das Coisas, exigindo uma série de novas demandas desses grandes players.
Resumindo: quem não conseguir conquistar espaço no novo ecossistema terá dificuldades para se destacar no futuro, e quem não fizer bem o “arroz com feijão” de hoje, talvez nem sobreviva até lá.
Durante o MWC 2019, eu pude visitar o estande da MediaTek para conferir as novidades, e aproveitei para conversar com Hugo Simg, Diretor de Vendas Corporativas e Desenvolvimento de Negócios na América Latina, que gentilmente respondeu à algumas de minhas perguntas sobre o momento que a empresa vive nesse período de transição de tecnologias.
Mobizoo: De acordo com dados recentes, a MediaTek vem perdendo terreno no mercado de chips para smartphones desde 2017. O que a empresa está fazendo para reverter essa situação?
Hugo Simg: De acordo com relatório da IDC, a MediaTek manteve a liderança em 2017, não apenas no Brasil, mas também na América Latina. Em 2018, houveram alguns lançamentos de dispositivos no segundo semestre, através de fabricantes que utilizam nossa solução de chipset.
Além disso, a MediaTek está trabalhando com todos os fabricantes de produtos móveis, oferecendo produtos exclusivos para a próxima geração com um poderoso processamento de IA.
Mobizoo: No Brasil, apenas a LG tem lançado smartphones com chipsets da MediaTek recentemente, mas no MWC pude conferir vários bons modelos acessíveis da Nokia (HMD) equipados com seus chips. Será que, num futuro próximo, poderíamos ter dispositivos frutos dessa parceria no Brasil?
Hugo Simg: Infelizmente não podemos comentar. Somente a HMD pode dizer se tem planos para o Brasil.
Mobizoo: Qual é o posicionamento da MediaTek no ecossistema 5G? Qual é o foco da empresa nesse desenvolvimento?
Hugo Simg: A MediaTek construiu seu legado tornando os recursos avançados mais acessíveis aos consumidores de todo o mundo. Nossas soluções 5G abrangentes alimentarão a próxima onda de dispositivos premium. De smartphones a dispositivos domésticos inteligentes, carros conectados e além, a tecnologia 5G da MediaTek mudará tudo.
Nesse contexto, nosso foco atualmente encontra-se nos seguintes produtos:
Helio M70 – A primeira geração de solução 5G da MediaTek. O único modem 5G com conectividade dupla – LTE e 5G (EN-DC), e suporte multi-modo, capaz de ser conectar a qualquer rede celular, de 2G a 5G.
SoC Série V – O primeiro chipset 5G da MediaTek, com lançamento previsto para o final de 2019. A MediaTek está trabalhando bem próxima de seus clientes para fornecer dispositivos equipados com 5G já em 2020. Além disso, também apresentamos nossa tecnologia 5G Sub 6 GHz para casas inteligentes.
mmWave – A MediaTek está focada em oferecer as melhores soluções 5G no padrão Sub 6 GHz para os maiores mercados do mundo, mas também atua no desenvolvimento de soluções e tecnologias mmWave, para quando o padrão estiver maduro. Estimamos que nossos produtos estarão prontos para o mmWave em 2020.
Mobizoo: Você acha que os impactos da implementação do 5G e da Internet das Coisas aumentarão a distância social/econômica entre países ricos e países pobres? Como a MediaTek pode colaborar nesse sentido?
Hugo Simg: Definitivamente sim. E tudo dependerá do uso que cada país irá fazer.
A MediaTek lançou no ano passado o MT2625 NB-IoT rel. 14, chipset de alta eficiência energética e ótimo custo-benefício pensado para dispositivos de Internet das Coisas. Entre outros destaques, ele permite comunicação confiável até mesmo entre equipamentos em movimento, com velocidade máxima de até 110 km/h.
Agora, imagine as aplicações possíveis para essa tecnologia na indústria, e até mesmo na agricultura dos países em desenvolvimento.