Verdades e mentiras sobre o vidro Gorilla Glass

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O vidro Gorilla Glass fabricado pela Corning é considerado uma das grandes inovações tecnológicas dos últimos anos.

Inicialmente criado para aplicação em carros, este material resistente a riscos é atualmente usado na fabricação de telas de dispositivos portáteis como smartphones, tablets e media players.

Ele foi desenvolvido para proteger telas sensíveis ao toque contra arranhões, rachaduras e deformações. Mas o quão forte ele realmente é? Neste post vamos falar sobre os limites do Gorilla Glass e dar dicas de como cuidar bem da tela do seu dispositivo.

Os fatos

O vidro Gorilla Glass é frequentemente e incorretamente descrito como vidro à prova de arranhões. Mas há uma grande diferença entre vidro à prova de arranhões e vidro resistente a arranhões:

  • O vidro à prova de arranhões é impenetrável. Essa é uma tecnologia que ainda não está disponível – qualquer vidro pode quebrar se for exposto a grande stress. O vidro Gorilla Glass não é à prova de arranhões.
  • O vidro resistente a arranhões é mais forte que a maioria dos materiais usados em telas. Está menos propenso a quebrar em caso de queda, e é mais difícil de arranhar. Força extrema, objetos muito afiados, exposição a líquidos abrasivos e materiais de grande dureza causarão danos ao vidro. O vidro Gorilla Glass é resistente a arranhões.

Mentiras:

  • Não pode ser arranhado, quebrado ou perfurado. O vidro Gorilla Glass é mais resistente que outros materiais, mas pode sim ser danificado;
  • Ele é mais grosso que os outros vidros, por ser mais forte. Errado. Na verdade, o vidro Gorilla é até 40% mais fino que o vidro comum, pois ao se retirar todas as impurezas do material em seu processo de fabricação, ele se torna mais forte, e mais fino.

Verdades:

  • Mais resistente que outros materiais aos pequenos impactos do dia-a-dia;
  • Mais forte que os outros materiais – não irá rachar tão facilmente, e se rachar, ainda será possível utilizar a tela do aparelho;
  • Mais cristalino que outros materiais;
  • Mais fino que outros materiais utilizados em telas;
  • Mais responsivo aos toques.

No vídeo abaixo criado por Erica Griffin do site XDA Developers, são mostradas várias situações comuns do dia-a-dia que podem danificar uma tela com Gorilla Glass. Além disso ela explica um pouquinho da ciência por trás dessa tecnologia. [em inglês]

Neste outro vídeo, do site Android Authority, são mostrados vários testes de queda dos dois aparelhos mais cobiçados da atualidade, o iPhone 5 e o Galaxy S3, ambos com vidro Gorilla Glass na tela. Os resultados são surpreendentes. [em inglês]

Como cuidar bem de sua tela com Gorilla Glass

Não deixe seu aparelho cair no chão duro se ele não tiver nenhuma proteção(capa de silicone, etc.). Se a tela do seu aparelho for AMOLED, as chances do vidro quebrar numa queda são ainda maiores, pois o vidro aplicado nas telas deste tipo é sempre mais fino;

Evite que materiais de grande dureza entrem em contato com a tela. Especialmente areia, que é o mais perigoso e está por todo lado. Sério, ela vai arranhar toda sua tela sem a menor cerimônia. Na praia, todo cuidado é pouco.

As lentes de óculos também tem grande dureza e podem arranhar sua tela, portanto, se você usa óculos com lentes expostas e não aplicou película de proteção na tela do seu smartphone, cuidado ao atender uma ligação.

Se você for rico(a), fique sabendo que diamantes são um dos materiais mais duros do planeta, e eles podem arranhar a tela do seu smartphone caríssimo sim.

Assim como no sexo, use sempre proteção. Capas, cases, bolsas de transporte e películas para tela são sempre bem-vindos. A maioria é bem acessível e você pode estar evitanto uma grande dor de cabeça. Trocar a tela quebrada de alguns aparelhos pode custar até 70% do valor do mesmo.

Um pequeno e triste relato

Há poucas semanas atrás minha esposa comprou um Nokia Lumia 800 Branco, belíssimo Windows Phone com vidro Gorilla na tela. Ela estava toda feliz com seu novo smartphone, depois de anos ao lado do Galaxy 3, um Android da Samsung que apesar de simples, resistiu à mais de 365 quedas, mesmo sem nenhum material especial.

Pois bem, bastaram 24 horas de uso para a primeira queda do Lumia no chão: 50 centímetros foram suficientes para trincar completamente a tela do aparelho. Congelada pelo acontecimento, ela me ligou(de um orelhão) e relatou sua decepção com a fragilidade do aparelho.

No dia seguinte fizemos vários contatos com a Nokia, mas não tinha jeito: a garantia não cobre quedas. Teríamos mesmo que arcar com o custo de R$500 para a troca da tela.

Portanto, fica a dica: não importa o que dizem as propagandas do varejo, proteger seu aparelho ainda é a melhor estratégia, seja para uma boa vida útil ou revenda.

Leitura recomendada: [How Stuff Works]

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.

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