Review Xperia XA2 Ultra: oldschool demais

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Sabe aquele “tiozão” gente boa, mas que ainda usa as mesmas piadas de 30 anos atrás? Essa foi a impressão que o Sony Xperia XA2 Ultra me causou.

A versão 2018 do smartphone intermediário grandalhão da Sony trouxe algumas melhorias importantes em relação ao seu antecessor – como a duração da bateria e a câmera frontal (agora dupla), mas sofre com um design datado e desconfortável, além do preço difícil de justificar.

Passei algumas semanas usando o modelo como meu celular principal, e a seguir você irá conferir todas as minhas opiniões sinceras sobre este smartphone.

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Review Xperia XA2 Ultra: oldschool demais - Mobizoo

Sony Xperia XA2 Ultra: preço e disponibilidade

O Sony Xperia XA2 Ultra está em pré-venda no site oficial da Sony por R$ 2.399, e em breve deve chegar nas grandes lojas do varejo.

Seus concorrentes na categoria dos smartphones intermediários premium são os Samsung Galaxy A8 e o Motorola Moto G6 Plus, que contam com hardwares equivalentes, porém trazem propostas de design mais modernas, além de preços mais competitivos.

E não podemos esquecer que o smartphone da Sony ainda sofre a concorrência dos tops de linha do ano passado, como o Moto Z2 Force e o LG G6, que caíram de preço, e já podem ser comprados por valores em torno dos R$ 2.000.

Para a sorte da Sony, nenhum dos modelos que citei acima chega perto de tirar nota 10, seja por contar com Android defasado (Galaxy A8), por ter problemas de durabilidade (LG G6) ou por trazer uma câmera “meia-boca” (Moto Z2 Force). Além disso, o XA2 Ultra finalmente trouxe um leitor de impressão digital para a linha (traseiro), tornando a briga um pouco mais justa.

Mas, será que depois de colocar tudo na balança, o modelo faz sentido? É isso que nós vamos descobrir a partir de agora.

Sony Xperia XA2 Ultra: prós e contras

Prós:

  • Tela enorme e com qualidade impecável – alta fidelidade de cores, ótimo contraste, boa visibilidade até debaixo do sol;
  • Som potente tanto no alto falante quanto nos fones de ouvido;
  • Ótimo desempenho;
  • Bateria campeã;
  • Câmera frontal dupla;
  • Leitor de impressão digital muito rápido e preciso.

Contras:

  • Grande, pesado e desconfortável;
  • Câmera traseira decepcionante;
  • O carregador que acompanha o modelo é comum, enquanto todos os concorrentes trazem um do tipo Quick Charge.

Sony Xperia XA2 Ultra: unboxing

Sony Xperia XA2 Ultra: design

Para analisar de forma justa o design do Xperia Xa2 Ultra, é preciso considerar a proposta do aparelho: oferecer uma enorme tela de 6 polegadas.

A partir desse critério, é correto dizer que o design frontal melhorou em relação ao XA1 Ultra, já que as bordas superior e inferior diminuíram um bocado, mesmo com a adição de duas grandes câmeras frontais. Só não comemore ainda.

Sony Xperia XA2 Ultra: design frontal - Review / Mobizoo

A bateria saltou dos 2700 mAh do XA1 Ultra para 3580 mAh no XA2 Ultra, e claro, isso refletiu no peso e na espessura do modelo: agora são 221 g (!) e 9,5 mm para aterrorizar o bolso daquele seu shortinho de elástico.

Ele continua sendo um aparelho bem difícil de usar com apenas uma mão, e as bordas mínimas nas laterais da tela ainda pioram a situação, facilitando demais os toques acidentais nos cantos da interface.

Aliás, essas bordas são um problema para quem usa aqueles suportes que “abraçam” o smartphone (aqueles de carro ou de “pau de selfie“, sabe?). Basta uma pressão mais forte das “garras” nas laterais para a tela do aparelho ser acionada. Faltou otimização no software da Sony para evitar esse tipo de coisa.

Sony Xperia XA2 Ultra: botões da lateral direita - Review / Mobizoo

A estrutura de alumínio continua ótima, passando muita robustez e sofisticação, e todos aqueles itens que os fãs da marca amam estão presentes: o botão disparador da câmera, a porta para chips que dispensa ferramentas, e o icônico botão Power circular.

Sony Xperia XA2 Ultra: porta para chips - Review / Mobizoo

As faces superior e inferior do Xperia XA2 Ultra são cortes absolutamente retos (dá até para colocar ele de pé) com chanfrado brilhante nas bordas, e a partir delas, é possível notar que há uma leve curvatura na traseira do aparelho.

Sony Xperia XA2 Ultra: conector USB Tipo C e alto falante - Review / Mobizoo

Essa curva sutil funciona como um atenuador do aspecto de “tábua” que o dispositivo poderia ter com uma área plana tão grande e limpa, e de quebra ainda melhora um pouquinho a pegada (mas bem pouquinho mesmo, tá?).

Sony Xperia XA2 Ultra: design da traseira - Review / Mobizoo

Para finalizar, é importante destacar que a tampa traseira do aparelho é feita de plástico, e não de metal, já que é nessa área que se concentram todos os seus receptores de sinal (rede celular, GPS, WiFi, NFC, etc.).

Sony Xperia XA2 Ultra: tela

Além de ser enorme e brilhante, a tela do Xperia XA2 Ultra tem aquilo que é bem difícil de encontrar nos smartphones da concorrência: fidelidade.

Enquanto os aparelhos Samsung na mesma faixa de preço exageram na saturação e deixam as cores quentes demais, e os Motorolas exibem brancos rosados, a Sony faz tudo certo, exibindo brancos realmente brancos, o melhor preto que você vai ver num painel IPS, e cores muito realistas.

Para completar, o sistema do XA2 Ultra ainda oferece opções completas para calibração da tela ao gosto do cliente, com modos pré-definidos e controles manuais (viu, Motorola?).

Sony Xperia XA2 Ultra: tela - Review / Mobizoo

Ao ar livre as altas taxas de brilho e contraste desta telona oferecem visualização excelente, e o vidro Gorilla Glass arredondado, que poderia ser uma preocupação, não atrapalhou, se mostrando bem pouco reflexivo.

Mas como nada é perfeito, duas coisas me incomodaram no “escurinho”:

  • não há um modo noturno, presente em quase todos os concorrentes;
  • o brilho mínimo ainda é bem forte.

Sony Xperia XA2 Ultra: câmeras

O grande destaque do Sony Xperia XA2 Ultra sem dúvida nenhuma fica por conta de sua câmera dupla frontal (16 MP + 8 MP), dotada de lente teleobjetiva com estabilização ótica de imagem e boa abertura, lente grande angular capaz de capturar cenas no melhor estilo GoPro, e flash dedicado. Era para ser um conjunto frontal impressionante, mas no final das contas ele é apenas OK.

Na traseira o aparelho traz um sensor de 23 MP que na teoria deveria estar acima da concorrência, mas que na prática apresenta resultados nada empolgantes.

Detalhe: o smartphone não conta com o famoso Modo Retrato (ou efeito fundo desfocado) nem na câmera traseira, nem na frontal, que é dupla!!!

Sony Xperia XA2 Ultra: câmera - Review / Mobizoo

Bom, para deixar minha avaliação do kit fotográfico do XA2 Ultra mais clara para você, vamos às fotos que tirei com o aparelho. Para começar, vamos falar da câmera traseira.

A câmera traseira do XA2 Ultra é um ótimo exemplo de que às vezes os números enganam: seu Sensor de 23 MP não chega nem perto dos resultados obtidos pelo sensor de 12 MP do Galaxy S7, por exemplo, tanto em boas condições de luz quanto em ambientes menos iluminados.

O nível de detalhes poderia ser maior, o foco não é dos melhores, há bastante ruído em áreas mais escuras, e os cantos das imagens costumam ficar borrados e distorcidos.

Sony Xperia XA2 Ultra: exemplo de foto da câmera traseira - Review / Mobizoo

E para complicar ainda mais a situação do dispositivo da Sony, o HDR – que só pode ser acionado no modo manual – falha em obter o melhor de cada situação, produzindo imagens com cores ultra saturadas, e áreas com luzes “estouradas”.

Veja a mesma foto sem HDR:

Sony Xperia XA2 Ultra: exemplo de foto da câmera traseira - Review / Mobizoo

E agora com HDR:

Sony Xperia XA2 Ultra: foto da câmera traseira com HDR - Review / Mobizoo

Em cenas mais escuras a decepção continua: as capturas carecem de definição, há muito ruído e, mesmo depois de alguns ajustes no modo manual, as imagens não conseguem impressionar.

Sony Xperia XA2 Ultra: exemplo de foto da câmera traseira - Review / Mobizoo

Observe a foto que tirei do interior desta igreja no modo automático:

Sony Xperia XA2 Ultra: exemplo de foto da câmera traseira - Review / Mobizoo

E agora no modo manual, com ajuste de ISO e equilíbrio de branco:

Sony Xperia XA2 Ultra: exemplo de foto da câmera traseira - Review / Mobizoo

Como você viu, com algum esforço dá para conseguir boas imagens com a câmera traseira do XA2 Ultra, mas no geral eu não recomendaria, especialmente por existirem aparelhos mais baratos que conseguem resultados melhores. Na câmera frontal os resultados são mais animadores, mas ainda assim ficam abaixo do esperado.

No aplicativo da câmera é possível escolher entre obter selfies com a lente “normal” de 16 MP, ou com a lente grande angular de 8 MP. E como já era de se esperar, há uma clara diferença de qualidade entre as duas opções.

Na lente normal é possível observar melhor definição no motivo da fotografia, mas a área de captura é reduzida.

Sony Xperia XA2 Ultra: selfie com a lente normal - Review / Mobizoo

Já na lente grande angular perde-se um bocado de definição, mas ganha-se uma área enorme de captura, permitindo selfies de grupo com qualidade bem razoável em ambientes com boa luz.

Sony Xperia XA2 Ultra: selfie com a lente grande angular - Review / Mobizoo

Em ambos os casos perde-se muita qualidade quando você tira selfies em lugares escuros (na balada, por exemplo), mas o flash frontal ajuda um bocado nessas situações.

E para finalizar: o Sony Xperia XA2 Ultra não grava vídeos em 4K, enquanto todos os concorrentes na mesma faixa de preço (e até mais baratos) o fazem.

Caso queira visualizar as fotos em tamanho original, baixe este arquivo zip.

Sony Xperia XA2 Ultra: desempenho

O Xperia XA2 Ultra deixou para trás a MediaTek, e adotou o mesmo chipset presente nos melhores intermediários do momento: o Qualcomm Snapdragon 630. O resultado? O dispositivo da Sony apresenta desempenho quase idêntico aos demais smartphones da categoria, e perde feio apenas para o Galaxy A8, que possui a mesma GPU do Galaxy S8 (Mali-G71), e por isso alcança performance superior em games mais pesados.

Sony Xperia XA2 Ultra: Antutu Benchmark 7 - Review / Mobizoo

O sistema Android 8 Oreo da Sony é relativamente limpo e sem firulas, o que colabora para uma experiência livre de engasgos e muito veloz.

Os 4 GB de RAM possibilitam troca rápida entre aplicativos, mesmo que você tenha muitos abertos, e a GPU Adreno 508 dá conta da maioria dos games da atualidade sem muito estresse, com limitação de framerate perceptível somente na configuração máxima de qualidade gráfica dos títulos mais sofisticados (aqueles que só rodam bem mesmo em tops de linha).

No geral, dá para dizer que este é um smartphone que vai te acompanhar por uns dois anos sem sinais de lentidão. Inclusive eu achei a fluidez dele melhor que a do Moto G6 Plus em diversos aplicativos, inclusive no pesado app do Facebook.

Sony Xperia XA2 Ultra: bateria

Nesse quesito o Sony Xperia XA2 Ultra se mostrou um verdadeiro campeão, com duração muito acima da média, chegando a dois dias inteiros longe da tomada com certa tranquilidade.

As marcas alcançadas pelo dispositivo foram tão boas, tanto em uso moderado quanto intenso, que me lembrou o último “rei da bateria” no Brasil, o Moto Z Play.

Infelizmente a Sony não manda com o smartphone um carregador turbo, mas é importante destacar a preocupação da empresa com a durabilidade da bateria, comprovada pela inclusão da tecnologia Qnovo Adaptive Charging no dispositivo.

O recurso aprende os hábitos de carregamento do usuário e distribui o fornecimento de energia do carregador de forma mais inteligente, evitando que o celular fique carregando a noite toda sem necessidade, por exemplo.

Sony Xperia XA2 Ultra: som

A Sony tem décadas de tradição em qualidade de som, então eu sempre espero bons resultados de seus smartphones neste quesito.

A minha unidade de testes não veio com fones de ouvido, mas eu testei o XA2 Ultra com os meus urBeats (obrigado Sony por manter o conector padrão!), e cara, QUE SOM!

De forma resumida, a experiência foi generosa em termos de potência (eu nem consegui chegar perto do volume máximo), e o mesmo pode se dizer da qualidade e profundidade dos sons.

No alto falante posicionado na parte inferior do dispositivo a experiência é igualmente excelente, com bastante volume e muita qualidade nos sons. Não é estéreo, mas, na boa, eu não senti a menor falta.

O XA2 Ultra ainda conta com Bluetooth 5, que permite que você conecte 2 fones de ouvido ou 2 speakers no dispositivo simultaneamente.

Sony Xperia XA2 Ultra: ficha técnica

  • Android 8.0 Oreo;
  • 4G Dual Chip (2 nano sim)
  • Tela IPS Full HD de 6 polegadas;
  • Vidro Gorilla Glass 4 com cantos arredondados;
  • Processador Qualcomm Snapdragon 630 octa core 2.2 GHz;
  • GPU Adreno 508;
  • 4 GB de RAM;
  • 64 GB de armazenamento interno;
  • Entrada para micro SD (slot dedicado);
  • Câmera traseira de 23 MP f/2.0 PDAF e HDR;
  • Câmera dupla frontal de 16 MP f/2.0 OIS + 8 MP f/2.4 grande angular;
  • Gravação de vídeo Full HD e Slow Motion;
  • Leitor de impressões digitais;
  • Bluetooth 5;
  • NFC;
  • USB Tipo C;
  • Rádio FM;
  • Bateria de 3580 mAh.

Sony Xperia XA2 Ultra: vale a pena?

Definitivamente, o Sony Xperia XA2 Ultra não é um smartphone para todo mundo. Na verdade, dá até para dizer que ele é um produto de nicho, já que ele só faz sentido se você quer muito uma tela grande “de raiz” (alta e larga), e não uma “nutella”, como as modernas 18:9 (altas e finas).

Ele também é recomendado para quem prioriza duração de bateria e não liga para o peso extra, e obviamente para quem busca mais recursos na câmera frontal.

O problema é que, com a mesma grana cobrada pela Sony, você consegue um celular com desempenho superior, câmeras melhores, design mais confortável e moderno, e ainda sobra um troco.

Sendo assim, o meu veredito é:

Nota do Sony Xperia XA1: bacana

Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.

Deixo o meu agradecimento à assessoria da Sony que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.

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