Colocamos nossas mãos no Motorola Razr, e nesse review preliminar (hands-on) contamos o que achamos do smartphone dobrável com ar retrô.
O modelo chega ao Brasil no início de 2020, e se você está doid@ para saber como ele se comporta na realidade, continue lendo.
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Motorola Razr 2019: o que é?
O ano era 2005. Black Eyed Peas e Coldplay dominavam as paradas de sucesso, o Brasil acompanhava o escândalo do Mensalão, e os EUA enfrentavam o furacão Katrina. A Nokia ainda era a líder no mercado de celulares, mas o aparelho mais desejado do momento não era dela. Se você estava vivo nessa época, ou você tinha um Motorola Razr V3, ou desejava um com todas as suas forças.
Pula para 2019: as telas dobráveis são o hype do momento, e a Motorola encontrou nelas a oportunidade perfeita para reviver seu maior clássico.
Nesse remix gostoso de nostalgia com futuro surge um dos lançamentos mais esperados do ano. Diga olá para o Motorola Razr 2019!
O Motorola Razr é o primeiro smartphone do mundo com tela dobrável em formato flip, proporcionando ao consumidor uma experiência única, ao mesmo tempo moderna e familiar.
O maior destaque do dispositivo é seu painel P-OLED dobrável, que quando aberto se transforma numa tela de 6,2 polegadas, com resolução 2142 x 876 pixels e proporção 21:9.
Há outra tela de visualização rápida na parte externa do aparelho – G-OLED de 2,7” e resolução 600 x 800 pixels, e o legal desse painel secundário é que ele permite que você use um monte de recursos importantes do telefone sem ter que abrí-lo.
Internamente temos um chipset Snapdragon 710 com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, que não é exatamente top, mas certamente dá conta de tudo “com o pé nas costas”.
Nosso colega Felipe Junqueira do canal Nanobits colocou as mãos no aparelho, e eu o convidei para escrever pros leitores do Mobizoo quais foram suas primeiras impressões. Confere aí que tá bem legal!Motorola Razr 2019: nossas primeiras impressões (hands-on)
Tela sem vinco, mas tem uma pequena depressão
A primeira coisa que a maioria das pessoas vai fazer ao pegar um Motorola Razr 2019 em mãos vai ser dar aquela olhada na tela dobrável. Tem vinco igual o Galaxy Fold? Não. Mas a dobra fica levemente marcada, de maneira perceptível apenas pelo reflexo da luz. E pelo toque.
A solução da Motorola para evitar o vinco igual acontece no Fold foi interessante. Ao fechar o aparelho, dá para perceber que a tela “desce”. Eu vi, literalmente, a tela ir alguns milímetros para baixo. Na parte central, onde ocorre a dobra, dá para notar uma espécie de recuo ao tocar. Nada grave e é justamente onde o mecanismo faz uma curvatura para dentro, evitando o vinco quando o aparelho é fechado.
A qualidade da imagem em si é bem boa, e o brilho me pareceu bastante satisfatório. O problema é a lombadona na parte de baixo, onde fica a maior parte dos componentes (sistema de som, leitor de impressão digital, conector USB-C e vários outros). Para digitar, você tem que “desviar” dessa parte do aparelho. Coisa rápida, como um endereço de site ou mensagem curta no WhatsApp dá para fazer sem problema. Mas para textos mais longos, fica mais desconfortável que um celular de “barra”.
A segunda tela oferece bastante opção de interação com o usuário, permitindo controlar redes, ler e responder mensagens e emails e até tirar selfies. Isso mesmo, o Razr só tem uma câmera. E isso nos leva ao segundo tópico.
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Câmera razoável, mas não é o foco
A única câmera do Motorola Razr 2019 tem 16 megapixels e é o mesmo sensor que a fabricante utilizou no Moto G7 Plus. É competente e, pelas quase 30 fotos que tirei de teste, me pareceu ok. E precisava de mais?
É verdade que é um aparelho caro, mas a fotografia não é o foco dele. Uma só câmera para tirar fotos, incluindo selfies, e gravar vídeos é suficiente. E que bom que a qualidade é razoável. Acho até que fica um pouco à frente do Moto G7 Plus. Um software melhor trabalhado ajuda bastante na fotografia digital.
Design nostálgico, mas moderno
A Motorola fez questão de lembrar o desenho do clássico V3 no novo dispositivo, com linhas que ativam a memória afetiva só de olhar para o aparelho. Mas isso não significa que seu design é ultrapassado. Pelo contrário, há um bom equilíbrio entre nostalgia e modernidade.
O Razr 2019 tem uma das metades externas com acabamento em relevo. É justamente a parte que vai ficar a maior parte do tempo encostada na mesa ou outras bancadas, e praticamente à prova de riscos. A outra metade é de vidro, e onde fica a segunda tela, além da câmera, que tem uma lombada bem de leve.
Na parte de baixo tem o leitor de impressão digital – que não funciona como menu de navegação. É a parte do design que eu gostei menos, mas entendo a proposta. Não fosse a necessidade de ressuscitar o design do V3, talvez desse para descartar. Mas também não, já que um monte de componente fica justamente ali, permitindo que o aparelho em si seja bem fino.
A pegada é boa no geral, mas essa borda inferior me incomodou mais do que eu imaginava. Ela também é um pouco mais pesada que o restante do aparelho. Talvez seja uma questão de costume. A ver quando o aparelho for lançado oficialmente o que os compradores vão achar.
Mas o grande destaque é o flip. O mecanismo não é tão macio como o V3, mas dá sim para você desligar uma chamada com um estalo do aparelho se fechando. E fica aquela satisfação que perdemos com o domínio dos smartphones em barra na última década. A abertura é um pouco dura, mas acredito que seja para garantir a integridade da tela. Tem todo um mecanismo que já expliquei no início e tudo o mais.
E a performance? Bateria?
O Snapdragon 710 está mais que suficiente para o uso da maior parte das pessoas hoje em dia, e a performance do Motorola Razr durante os testes não apresentou nenhum engasgo, e isso usando câmera, navegador, YouTube e vários outros apps ao mesmo tempo. E abrindo e fechando, abrindo e fechando e assim sucessivamente.
Com relação à bateria é mais difícil dizer. Não me pareceu ter descido muito – e aqui peço desculpas, pois esqueci de olhar com quando estava quando devolvi o aparelho. Mas faço aqui uma observação: como o aparelho tem uma segunda tela menor, e também OLED, apesar da capacidade pequena da bateria, é capaz de durar o dia todo.
Muita coisa pode ser feita nessa segunda tela, e ficar abrindo o aparelho o tempo todo é desnecessário. O tipo de uso vai ser diferente, e o consumo, também. Mas vamos esperar os testes de verdade começarem em janeiro para ter uma ideia melhor de autonomia.
Quanto ao áudio, o aparelho tem apenas uma saída de som na parte de baixo. O volume não é grande coisa, e chegando perto do máximo você já nota uma pequena distorção.
Motorola Razr 2019: preço e data de lançamento
O Motorola Razr deve ser lançado mundialmente em dezembro, e a Motorola Brasil já confirmou que o modelo chega ao país em Janeiro.
Lá fora o modelo irá custar “singelos” US$ 1.500, então você pode esperar por um preço acima dos 5.000 reais aqui na terra do açaí.
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Motorola Razr 2019: ficha técnica
- Android 9 Pie;
- Tela Flex View P-OLED de 6,2 polegadas (876 x 2142 px);
- Tela Quick View G-OLED de 2,7 polegadas (600 x 800 px);
- Chipset Qualcomm Snapdragon 710;
- GPU Adreno 616;
- 6 GB de RAM;
- 128 GB de armazenamento interno (sem entrada para cartão Micro SD);
- Câmera principal de 16 MP f/1.7 com EIS, Dual Pixel, Laser AF e flash LED duplo;
- Câmera interna/frontal de 5 MP f/2.0;
- Leitor de impressão digital frontal (no “queixo” do aparelho);
- Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola;
- Bluetooth 5;
- NFC;
- USB Tipo C;
- Bateria de 2510 mAh com carregamento rápido (15w).
Motorola Razr 2019: e essa dobra?
Para não entrar na lista de “fiascos dobráveis de 2019”, a Motorola fez o dever de casa com calma, e amadureceu bastante o projeto antes de apresentá-lo. A pressa é a inimiga da perfeição, né Samsung?
Desde 2015, a empresa desenvolveu e testou vários formatos dobráveis, utilizando mais de 20 protótipos durante as fases iniciais de pesquisa com os consumidores, e chegou a conclusão de que o design flip, que todos conhecem e amam, era solução perfeita.
Ele resolve o principal problema real do consumidor: possuir um aparelho realmente compacto, sem comprometer a experiência da tela grande.
Mas para que isso desse certo, era fundamental acertar a engenharia do mecanismo da dobra, alcançando o “Santo Graal” desse tipo de tecnologia, o famoso Zero Gap Design. Ele possibilida abertura e fechamento perfeito sem risco de dano para a tela, e impede a entrada de partículas no espaço da dobra.
O vídeo abaixo mostra como foi esse processo:
Ainda é muito cedo para tirarmos qualquer conclusão sobre a durabilidade desta tela dobrável, mas de qualquer forma é importante destacar que estamos de fato diante de algo exclusivo.
O Galaxy Fold dobra para dentro e mantém um vão para não vincar a tela, o Huawei Mate X dobra para fora, mas precisa de uma capa o tempo todo para não riscar a tela totalmente exposta, e o Motorola Razr é o único com a proposta compacta do design flip.
Agora me conta aí nos comentários! Qual dos três é o seu preferido?