O Motorola Moto G30 é o irmão do meio da linha de intermediários da Motorola para 2021, já que é mais simples que os mais caros Moto G60 e G100, e um pouco melhor que os mais baratos Moto G10 e G20.
Os principais diferenciais do modelo são a câmera traseira principal de 64 MP e a tela de 90Hz, mas o design é o mesmo dos aparelhos mais básicos da marca, e o processador é o mesmo do Moto G9 Play do ano passado.
Com preço na faixa dos R$ 1.500, será que esse conjunto faz sentido? É o que vamos descobrir neste review.
Tá com muita pressa? Então confira abaixo a minha lista de prós e contras, ou vá direto para:
Prós e contras
Prós
- Boa duração de bateria;
- Boa câmera principal.
Contras
- Design de 2019 – parece um Motorola One Macro requentado;
- Tela com ângulos de visão limitados, e 90Hz que não entrega a fluidez esperada;
- Desempenho inferior ao do Motorola One Fusion (que é mais barato);
- Câmera macro ruim;
- Não grava vídeo em 4K;
- Fones de ouvido mais simples que os das gerações anteriores.
Design e tela
Esses foram os itens que mais me desanimaram ao retirar o smartphone da caixa.
O Moto G30 é um celular grosso, pesado e com desenho datado, e seu acabamento plástico não passa uma boa impressão.
O aspecto geral do aparelho e o recorte em gota para a câmera frontal acima da tela lembram bastante o Motorola One Macro e o Moto G9 Play, e isso o deixou com aquele gostinho de projeto requentado.
Enquanto os concorrentes Redmi Note 10 e o Galaxy A32 4G trazem visual moderno, fino e leve, o Moto G30 parece parado no tempo.
A tela, que deveria ser o grande chamariz do dispositivo – por conta dos 90 Hz de taxa de atualização –, não oferece a fluidez que eu esperava, e ainda apresenta ângulos de visão bastante limitados, perdendo brilho facilmente quando o telefone é inclinado.
O branco tem aquele tom rosado dos velhos painéis IPS da Motorola, o preto é mais cinza do que eu gostaria, e a resolução apenas HD+ do display só complica a vida do modelo, já que seus principais concorrentes são Full HD+.
Unboxing
Confira os detalhes no nosso unboxing:
Câmeras
O Moto G30 conta com uma câmera traseira quádrupla composta por um sensor principal de 64 MP, uma ultrawide de 8 MP, uma macro de 2 MP, e um sensor de profundidade de 2 MP, usado para o efeito de fundo desfocado do Modo Retrato.
Trata-se de um conjunto ok para a maioria dos usuários, porém ele é facilmente ultrapassado pela concorrência quando olhamos os resultados práticos.
Veja os exemplos:
A câmera principal é a melhor do conjunto, e por isso consegue belas imagens quando as condições de luz são favoráveis, mas mesmo assim ela fica atrás de concorrentes como o Redmi Note 10 quando o assunto é pós-processamento.
Para entender melhor o que estou dizendo, veja a foto a seguir no nosso comparativo entre os dois modelos:
Em ambientes internos a definição fica bastante comprometida e as cores tentem a ficar lavadas, provando que muitos megapixels não são garantia de nada.
A câmera ultrawide também deixa a desejar apresentando distorções acentuadas nos cantos das imagens, mas como a concorrência também não é lá grandes coisas, podemos pegar leve nesse quesito.
O que não dá para perdoar é a câmera macro do modelo, que entrega fotos sem definição e sem vida, entre as piores que eu vi em 2021.
Pelo menos as selfies são bem decentes, mas não ao ponto de me fazer mudar de ideia sobre o conjunto fotográfico do aparelho.
Conclusão: se você quer o melhor celular para fotos nessa faixa de preço, há opções melhores que o Moto G30.
Para ver as fotos deste review em tamanho original, acesse o Google Drive do Mobizoo.Teste de desempenho [vídeo]
Equipado com o mesmo processador do Moto G9 Play, o Snapdragon 662, e também com a mesma quantidade de memória RAM (4 GB), o Moto G30 oferece exatamente o mesmo desempenho. Ou seja, velocidade de intermediário básico.
Provavelmente você esperava mais do modelo, já que ele conta com uma tela de 90 Hz (que em tese daria mais agilidade pro sistema), mas o problema é que o hardware não consegue acompanhar a frequência da tela, resultando numa experiência bem abaixo do esperado.
O telefone é até bem espertinho para as tarefas do dia a dia, mas suas rolagens e animações não são melhores que as de um celular comum (de 60 Hz), e sua performance com games é muito inferior à de um Motorola One Fusion.
Confira nosso teste:
Pontuação no Antutu Benchmark
Bateria
O Moto G30 apresentou boa autonomia durante as minhas semanas de uso, conseguindo ficar mais de 1 dia inteiro longe da tomada com tranquilidade, mesmo com a tela em 90Hz o tempo todo.
O carregador de 20W que acompanha o aparelho é ágil no carregamento, gastando um pouco mais de 1h20 para ir de 10 a 100%, então pelo menos nesse setor o modelo se sai bem.
Áudio
O som reproduzido pelo alto falante principal do Moto G30 é bom, com graves encorpados, boa profundidade, e agudos que não distorcem, porém não podemos dizer o mesmo dos fones de ouvido, que agora são mais simples que os das gerações anteriores.
O novo acessório é do tipo ear bud (encaixe), e não mais in-ear (com plugue de silicone), e por isso não oferece o mesmo isolamento e qualidade de som do modelo anterior. Uma mancada na minha opinião.
Veredito
Há poucos motivos para comprar o Moto G30.
O modelo não impressiona em nenhum quesito, e mesmo seus dois grandes destaques, a tela de 90 Hz e a câmera principal de 64 MP, não são bons o suficiente.
O hardware do Motorola One Fusion é bastante superior no desempenho geral e com games, e ainda custa mais barato, o Redmi Note 10 tem design e tela melhores, além de câmeras mais convincentes, e até o Galaxy A32 4G oferece um conjunto mais interessante.
Com tantas opções melhores na mesma faixa de preço fica difícil recomendar o intermediário da Motorola, e com esse seu jeitão de aparelho requentado, a situação fica ainda mais complicada.
Sendo assim, meu veredito é:
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.Ficha técnica
Características
Sistema | Android 11 |
Lançamento | 25 março, 2021 |
Dimensões | 165.2 x 75.7 x 9.1 mm |
Peso | 200 gramas |
Cores | Preto e Tom Pastel |
Biometria | Leitor de impressão digital traseiro |
Construção | Chassi de plástico, Traseira de plástico, Vidro Gorilla Glass na tela |
À prova d'água |
Tela
Tecnologia do painel | IPS LCD, 90Hz |
Tamanho | 6,5 polegadas |
Resolução | HD+ (720 x 1600 pixels) |
Proporção | 20:9 |
Hardware
Chipset | Snapdragon 662 |
Processador | Octa core (máx. 2 GHz) |
GPU | Adreno 610 |
RAM | 4 GB |
Armazenamento | 128 GB |
Entrada p/ microSD | Sim |
Câmeras
Principal | 64 MP f/1.7 e PDAF |
Ultrawide | 8 MP f/2.2 |
Macro | 2 MP f/2.4 |
Profundidade | 2 MP f/2.4 |
Frontal | 13 MP f/2.2 |
Gravação de vídeo | Full HD 60 fps |
Conectividade
Dados móveis | 4G |
Dual chip | |
eSim | |
Wi-Fi | Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac |
Bluetooth | 5.0, A2DP, LE |
NFC | |
GPS | A-GPS, GLONASS, GALILEO |
Infravermelho | |
USB | Tipo C 2.0 (com OTG) |
Sensores | Acelerômetro, Proximidade, Giroscópio |
Bateria
Capacidade | 5000 mAh |
Carregador | 15W |
Áudio
Alto falante | Mono |
Entrada P2 (3.5mm) | |
Rádio FM |