Com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, o Motorola Moto E6 Plus tinha tudo pra ser a melhor opção de celular na faixa dos R$ 700. Infelizmente, bastaram 2 semanas usando o aparelho para eu perceber que a coisa não é bem assim.
Apesar do conjunto interessante no papel, o smartphone de entrada da Motorola decepciona no dia-a-dia, oferecendo inclusive uma experiência inferior à do Moto G7 Play em diversos aspectos. Vem comigo que eu te explico.
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Prós e contras
Prós:
- Leve e confortável;
- Som bacaninha.
Contras:
- Tela praticamente ilegível ao ar livre (no sol então, só Jesus);
- Desempenho inconsistente – tem hora que é rápido, tem hora que é lerdo e egasgado;
- A bateria só dá pra 1 dia, e olhe lá;
- O carregador é lento, muito lento;
- Não possui bússola;
- Não possui NFC.
Unboxing [vídeo]
Ficha técnica
- Android 9 Pie;
- Tela IPS de 6.1” HD+ (720 x 1560), 282 ppi;
- Chipset MediaTek Helio P22;
- GPU PowerVR Rogue GE8320;
- 2 ou 4 GB de RAM;
- 32 ou 64 GB + entrada para micro SD de até 512 GB;
- Câmera traseira dupla: 13 MP f/2.0 com autofoco PDAF + sensor de profundidade de 2 MP;
- Câmera frontal de 8 MP f/2.0;
- Gravação de vídeo Full HD / 30 fps;
- Rádio FM;
- Bluetooth 4.2;
- Micro USB (com OTG);
- Leitor de impressão digital traseiro;
- Sensores: acelerômetro, luz, proximidade, giroscópio.
- Bateria de 3000 mAh.
Design e tela
Veja bem, eu queria muito gostar do Moto E6 Plus. Afinal, não é todo dia que você encontra um smartphone de entrada com um design tão bonito e confortável, tela grande e notch discreto.
O modelo é super leve e compacto, sendo gostoso de usar até com apenas uma mão, mas infelizmente os elogios param por aí.
A tela tem boa definição, apesar de não ser Full HD, mas seu brilho não é suficiente para uma boa visualização ao ar livre.
Eu tive muita dificuldade de enxergar o que estava capturando durante os testes com as câmeras, e até ver o mapinha do Uber debaixo do sol foi um sofrimento.
Em ambientes fechados o painel é até aceitável para a faixa de preço, mas com certeza você encontra coisa melhor por aí.
Há um LED de notificações acima da tela, mas ele é tão pequenininho, TÃO PEQUENININHO, que você praticamente não vai perceber que ele existe. Confesso que eu até ri quando descobri aquilo ali.
Câmeras
O Moto E6 Plus possui uma câmera dupla traseira que apresentou bons resultados nos meus testes, mas como é comum nos modelos mais baratos, ela só dá conta de capturar bem as cenas com muita luz. Veja:
O sensor possui boa sensibilidade, o foco é ok, o HDR é bem decente, e até o Modo Retrato oferece experiência satisfatória. Nada é muito incrível por aqui, mas também nada é muito ruim. A única coisa que eu estranhei foi o software da câmera, que é bem diferente dos demais Motorolas (Lenovo, é você?)
As selfies também são aceitáveis para a faixa de preço, mas é aquela coisa: fotos boas para as redes sociais, e nada além.
Para ver as fotos deste review em tamanho original, acesse o Google Drive do Mobizoo.Teste de desempenho [vídeo]
Eu esperava que o Moto E6 Plus tivesse velocidade de processamento parecida ou até superior à do Moto G7 Play, mas me enganei.
Estranhamente, mesmo tendo o dobro de memória RAM e armazenamento, o dispositivo mais novo se sai pior em praticamente tudo. Ele só vence na alternância entre aplicativos, por conta da RAM extra.
As animações de sistema e as rolagens de tela do Moto G7 Play rodam bem mais lisas que as do Moto E6 Plus, e nos games, a história se repete: todos os títulos que eu testei rodam melhor no G7 Play.
A impressão que fica é que há algo muito mal otimizado no E6 Plus e, se esse é o resultado que o Moto E6 Plus de 4 GB / 64 GB consegue, eu não quero nem ver a versão 2/32.
Se você considera os testes de benchmark importantes, então dá só uma olhada nisso:
Veredito
Os smartphones de baixo custo melhoraram um bocado nos últimos anos, e hoje já é possivel comprar, por menos de R$ 700, um dispositivo bastante digno.
As fabricantes cortam o que dá pra cortar (pra manter o preço baixo), e investem nos itens que já sabem que são importantes pro consumidor: bateria, desempenho, câmeras.
Esse ano eu gostei muito do Redmi 7A por suas câmeras, do ZenFone Max Pro M1 por seu desempenho, e do Moto G7 Power por sua bateria. Mas infelizmente, no caso do Moto E6 Plus, nada se destaca.
Pra piorar a situação, o dispositivo não traz bússola para ajudar na navegação por mapas e nem NFC, tem bateria que mal dá pro dia todo, e ainda vem com um dos carregadores mais lerdos que eu já vi em um smartphone.
Sendo assim, o meu veredito é:
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.