Motorola Edge 30: é bom? Vale a pena? [Review]

A linha Edge de smartphones avançados da Motorola deu uma bela guinada em 2022, trazendo 5 modelos bonitos, potentes e completos para o mercado brasileiro, e chamou muita atenção dos consumidores com um aparelho específico: o Motorola Edge 30.

Atualmente o modelo é ofertado pouco acima dos 2.000 reais, e oferece um chip poderoso da Qualcomm, tela OLED de 144 Hz, corpo super fino e conjunto de memórias generoso, com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.

Mas, será que ele realmente vale a pena? A bateria de apenas 4020 mAh dá conta do recado? E as câmeras, são boas?

Essas e outras dúvidas eu esclareço a partir de agora, depois de ter passado algumas semanas usando o dispositivo como meu celular principal.

Tá com muita pressa? Então confira abaixo a minha lista de prós e contras, ou vá direto para:

• Ficha técnica
• Câmeras
• Desempenho
• Veredito

Prós e contras

Prós

• Desempenho excepcional, com destaque para os games;
• Muito espaço de armazenamento por preço baixo;
• Bonito, fino e leve;
• Boas câmeras, com destaque para a frontal;
• A tela OLED de 144 Hz é uma delícia de usar;
• Leitor de impressão digital na tela é bem rápido e preciso;
• Ótimos alto-falantes estéreo;
• Carregador turbo, fones de ouvido e capinha na caixa.

Contras

• Tem Ready For para espelhamento de tela e modo Desktop, mas só via Wi-Fi;
• Duração de bateria apenas ok;
• Não tem lente teleobjetiva na câmera traseira (presente no Edge 20);
• Deve receber menos atualizações do Android que os concorrentes;
• Sem entrada para cartão de memória.

Design e tela

O grande destaque do Motorola Edge 30 neste quesito é a sua magreza.

O celular é bem fininho e leve, o que ajuda bastante bastante em vários aspectos.

Mesmo que você coloque uma capa robusta, não vai conseguir deixá-lo grosso ou pesado, e até na hora da queda ele tem menos chances de quebrar (sim, eu o deixei cair sem querer, sem capa, e nada aconteceu).

• Veja também: Avaliação do Motorola Edge 40

A construção em plástico do chassi e da traseira é sólida e bem acabada, e as pouquíssimas bordas em torno da tela contribuem para a sensação geral de um aparelho premium de fato.

Ele não é um aparelho pequeno – até porque são quase 6,6 polegadas de tela –, mas está longe de ser um trambolhão.

Ou seja, vai sobrar um pouquinho no bolso da calça feminina (geralmente pequeno), mas não vai ser um transtorno para transportar por aí.

A tela é um show à parte quando o assunto é qualidade de imagem e velocidade de resposta ao toque, mas fica devendo um pouquinho de brilho para uma visualização confortável ao ar livre. Não é ruim, mas há melhores por aí.

As cores do display são vivas e o contraste é excelente, os pretos são profundos e os brancos bem calibrados (nem amarelados, nem azulados), e os ângulos de visão são super amplos, como em qualquer bom painel OLED.

A Motorola também caprichou no leitor de impressão digital incorporado na tela do Edge 30, pois ele foi bastante rápido e certeiro durante os meus testes.

Unboxing

Confira os detalhes no nosso unboxing:

Câmeras

O Motorola Edge 30 conta com a mesma câmera principal traseira do Moto G82 5G – equipada com o sensor Samsung ISOCELL JN1 e estabilização óptica de imagem (OIS) – e isso pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista.

Se você esperava algo muito superior, por se tratar da linha Edge, pode se decepcionar. Agora, se você quer apenas bons resultados na maioria das situações, deve ficar satisfeito(a).

Na realidade, os resultados são até um pouquinho melhores que os do Moto G, já que o processador Snapdragon 778G+ tem processamento de imagens superior.

Veja os exemplos:

O grande problema aqui, na minha opinião, é o mesmo problema de outros aparelhos da marca que eu testei esse ano: a impossibilidade de controlar o HDR. Não dá pra confiar no bom senso da auto-detecção, e não é possível forçar o HDR quando você acha necessário.

Resultado: muitas fotos que poderiam ficar incríveis com o HDR, ficam sem o recurso porque o software da câmera achou que não era necessário.

Manifestação feita, sigamos com o comparativo entre a câmera principal e a ultrawide:

A lente secundária do Edge 30 é uma ultrawide híbrida que também funciona como macro, e eu confesso que fiquei surpreso com a qualidade da fotos feitas neste modo:

A terceira lente do conjunto traseiro é apenas um sensor de profundidade utilizado para o efeito de fundo desfocado, o que eu acho uma pena, já que na geração anterior (Edge 20) tínhamos uma teleobjetiva com zoom óptico no lugar.

Felizmente a câmera frontal de 32 MP é excelente e acaba compensando a ausência citada acima, e o mais legal é que ela inclusive filma em 4K.

Olha que beleza de HDR no Modo Retrato:

Conclusão: é um bom conjunto com algumas limitações, que deve agradar a maioria dos usuários.

Para ver as fotos deste review em tamanho original, acesse o Google Drive do Mobizoo.

Teste de desempenho [vídeo]

O desempenho de hardware é sem dúvida o ponto mais forte do Motorola Edge 30.

O processador Snapdragon 778G Plus do modelo é muito potente para jogos, entregando performance muitas vezes até melhor que a de alguns tops de linha (estou olhando para você, Galaxy S21 FE), e o mais impressionante: esquentando pouco e consumindo apenas o necessário da bateria.

Confira o nosso teste de desempenho em vídeo:

Bateria

O Motorola Edge 30 apresentou autonomia satisfatória durante os meus dias de uso, conseguindo ficar 1 dia inteiro longe da tomada, mesmo com a tela sempre em 144 Hz.

Só não espere milagres, pois são 4020 mAh de capacidade, contra 5000 mAh dos principais concorrentes (é o preço que se paga por um celular fininho). Dá pra chegar às 5 horas de tela com certa facilidade, mas a coisa fica um pouco mais apertada se você passa a maior parte do tempo em jogos pesados.

O carregador de 33W que vem na caixa é bom o suficiente para levar o aparelho de 5 a 100% em aproximadamente 1 hora, mas obviamente não é tão veloz quanto o carregador de 68W que vem com o Edge 30 Neo.

Áudio

Este é um quesito onde o Motorola Edge 30 atropela a concorrência.

O modelo não só traz um bom par de fones de ouvido na caixa (USB-C), como ainda ostenta dois alto-falantes estéreo de primeira, que entregam áudio muito potente, com graves robustos a ponto de fazerem a traseira do dispositivo vibrar.

A otimização Dolby Atmos está presente, e você pode usá-la para deixar a experiência ainda melhor em dispositivos externos, como caixinhas Bluetooth e som automotivo, e também, é claro, nos seus fones de ouvido.

Veredito

Se você encontrar o Motorola Edge 30 por menos de R$ 2.000, nem pense duas vezes: o celular é excelente em praticamente tudo, tem o maior conjunto de memórias da categoria, é fininho e bonitão, e ainda vai cheio de acessórios.

Acima desse valor ele ainda é uma ótima pedida, principalmente por conta do desempenho com jogos, mas é importante lembrar que ele não tem a proteção contra a água do Galaxy S21 FE, não receberá tantas atualizações do Android quanto o concorrente, além de ter a tela um pouco menos brilhante.

O conjunto de câmeras traseiro é bom, a câmera frontal faz ótimas selfies, os alto-falantes estéreo têm muita potência nos graves, e a bateria oferece um tempo de tela satisfatório, apesar da capacidade reduzida.

Trata-se de um excelente smartphone com 5G Full (NSA e SA), que custa pouco pelo que oferece, 100% livre de bugs e travadas, que entrega uma experiência prazerosa para qualquer tipo de usuário.

Só faltou uma lente teleobjetiva na câmera traseira para ficar perfeito.

Por isso, meu veredito é:

Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.

Deixo o meu agradecimento à assessoria da Motorola, que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.

Ficha técnica