Você costuma entregar celulares para crianças como forma de entretenimento, ou para ter um momento de paz? Então é melhor mudar este hábito!
Alguns países como o Japão, Estados Unidos e Canadá vêm alertando e até proibindo o uso de dispositivos móveis por crianças menores de 12 anos.
Os pesquisadores e pediatras destes países alertam para o fato de que, em crianças de até 12 anos, um celular (ou tablet) pode causar diversos problemas, que vão desde a exposição excessiva às radiações destes dispositivos, aos problemas de desenvolvimento, cognição, aprendizagem e comportamento.
Neste artigo vamos apresentar os principais pontos destes estudos, que têm mobilizado pais e responsáveis acerca dos males que a vida digital precoce pode causar.
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O que as pesquisas dizem sobre celulares para crianças?
Primeiro foi a Associação Japonesa de Pediatria, em seguida a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria, que através de estudos e pesquisas recentes vêm alertando aos pediatras e à sociedade sobre os riscos do uso do celular por crianças.
Estes estudos concluíram e recomendam que crianças entre 0-2 anos não devem ter qualquer contato com a tecnologia, dos 3-5 anos seu uso deve se restringir à 1 hora por dia e dos 6-18 anos à 2 horas por dia.
No entanto, a pesquisa descobriu que as crianças e jovens que já nasceram em contato com estes dispositivos, estão usando estas tecnologias de 4 a 5 vezes mais do que o recomendado. Este fato pode estar desenvolvendo consequências ameaçadoras e muitas vezes, bastante graves.
Portanto, nestes países, a divulgação dos dados destas pesquisas tem levado muitos pediatras e educadores a se mobilizarem, no sentido de alertar os pais e os governos sobre os riscos que o uso destas tecnologias podem acarretar às crianças menores de 12 anos, restringindo o seu uso.
Os prejuízos à saúde das crianças
Conheça agora os principais motivos, segundo as pesquisas, para se pensar duas vezes antes de dar celulares para crianças.
Rápido crescimento do cérebro
Entre 0 e 2 anos, o cérebro infantil desenvolve o triplo de seu tamanho, e segue se desenvolvendo até os 21. Porém, este desenvolvimento inicial muito rápido é determinado por estímulos ambientais, ou a falta deles.
O estímulo provocado pela exposição excessiva às tecnologias (celular, Internet, iPad, TV, etc) estão associados aos déficit de atenção, atrasos cognitivos e prejuízos na aprendizagem. Além do desenvolvimento de comportamento impulsivo e da dificuldade de se auto-regular, causando acessos de raiva, por exemplo.
Atraso no desenvolvimento
Usar a tecnologia pode restringir o movimento e o desenvolvimento motor que ocorre nesta fase do desenvolvimento infantil. Estes estudos demonstraram que uma a cada três crianças que estão entrando agora na escola, apresentam este tipo de atraso no desenvolvimento, impactando negativamente na alfabetização e no rendimento escolar.
Epidemia de obesidade
Não é de hoje que a TV e o videogame estão associados ao aumento da obesidade.
As pesquisas mais recentes constataram que nas crianças que possuem qualquer dispositivo eletrônico em seus quartos, existe um aumento de 30% na incidência de obesidade.
E pior, desta parcela de crianças obesas, 30% irão desenvolver diabetes, além de aumentarem os riscos precoces de acidente vascular cerebral e ataque cardíaco, diminuindo a expectativa de vida.
Devido à obesidade, as crianças do século 21 podem ser a primeira geração que não sobreviverá tanto quanto seus pais.
Privação do sono e depressão
Estas pesquisas descobriram também que 60% dos pais não supervisionam o uso dos dispositivos eletrônicos de seus filhos, e 75% das crianças entre 9 e 10 anos estão sofrendo com distúrbios do sono, na medida em que seu rendimento escolar vai sendo negativamente alterado.
Além disso, o uso excessivo destes aparelhos é apontado como um dos fatores causais do aumento das taxas de depressão infantil, transtorno de afetividade, déficit de atenção, autismo, transtorno bipolar, psicose e outros problemas perigosos.
Comportamento agressivo
O conteúdo violento da mídia pode causar comportamentos agressivos, aponta a pesquisa. As crianças estão cada vez mais expostas ao aumento da incidência de violência física e sexual presentes nas mídias atuais.
O EUA classificou a violência na mídia como um risco à saúde pública, devido ao impacto causado às crianças norte-americanas.
Demência digital
A alta velocidade dos conteúdos das mídias podem contribuir para a diminuição da concentração e da memória, pois o cérebro não trabalha com as faixas neurais do córtex frontal, responsáveis pela concentração e memória.
Emissão de radiação
Em maio de 2011, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou os telefones celulares (e outros dispositivos sem fio) na categoria de risco 2B (possível carcinogênico), devido à emissão de radiação.
Neste mesmo ano, o Canadá emitiu à sociedade o seguinte aviso de advertência:
“As crianças são mais sensíveis a uma variedade de agentes do que os adultos, pois seus cérebros e sistemas imunitários ainda estão em desenvolvimento. Portanto, não se pode dizer que os riscos são iguais para um adulto e para uma criança”.
Conclusão
E por fim, estas pesquisas alertam para que as maneiras pelas quais as crianças estão sendo educadas com a tecnologia não são mais sustentáveis. Por isso, é necessário uma abordagem social para a redução ao uso da tecnologia por crianças.
Pois é, papais e mamães, é melhor pensar bem antes de tentar distrair os pequenos com tablets, smartphones e outros dispositivos.
O melhor mesmo sempre foi o uso dos clássicos e lúdicos brinquedos da nossa infância, sem pilhas ou baterias, mas que desafiavam nossa capacidade física e mental como nenhum outro, fazendo um bem imenso ao desenvolvimento físico-motor e à criatividade, tão necessários à uma infância saudável.
Deixemos as maravilhas da tecnologia para os adultos então.
Já pensaram sobre isso em relação aos seus pequenos? Comente, compartilhe!