Você provavelmente já deve ter percebido, em algum momento da sua vida online, que a Internet está o tempo todo te sugerindo conteúdos relacionados com seus interesses mais recentes.
Tudo o que você gosta de ver e ouvir em serviços de streaming, quem você curte nas redes sociais, o que você compra nas lojas online, o que você joga no seu videogame, suas viagens, seus desejos, suas conversas por email ou mesmo no whatsapp; tudo isso está sendo monitorado 24h pelo grande olho da rede.
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Como os filtros alteram o que você pode ver na internet
Essa grande máquina social invisível, fruto da enorme personalização dos ambientes online, usa todos os dados coletados da sua vida digital para te oferecer tudo aquilo que ela considera relevante para você.
Este fenômeno, conhecido como “filter bubbles” (bolhas de filtro), é mais facilmente observado quando usamos ferramentas de busca para pesquisar por um termo: os resultados mudam de pessoa para pessoa, ou seja, eles são filtrados e exibidos de acordo com o seu histórico pessoal de navegação. Veja o exemplo abaixo:
Também é possível observá-lo com facilidade quando estamos pesquisando preços de um produto que precisamos comprar na Internet. Logo começam a pipocar em nosso navegador banners de anúncios com o tal produto. Ah, e prepare-se para receber também uma enxurrada de emails com promoções do produto.
Estaria tudo bem se fosse apenas o marketing digital fazendo o seu trabalho.
O problema é que esta personalização extrema da nossa vida conectada provoca o que alguns estudiosos chamam de “câmaras de eco” ou “salas espelhadas”, onde tudo o que vemos e consumimos é reflexo de nós mesmos.
Desta forma, nos distanciamos cada vez mais do diferente, do inusitado, daquilo que pode nos surpreender. Ficamos assim presos nos nossos próprios gostos e interesses, isolados de todo o universo de possibilidades que a Internet já nos mostrou um dia.
Será que realmente precisamos de tantos filtros?
No vídeo abaixo, Eli Pariser, um dos grandes especialistas do assunto apresenta uma palestra que explica melhor estes fenômenos e suas consequências. Dá uma olhada (legendas em português):
Atualmente, com a presença maciça dos smartphones em nossas vidas, o impacto das filter bubbles deve ser ainda maior, já que esses dispositivos nos acompanham o tempo todo: fazendo check in em nossos restaurantes favoritos, tirando fotos de nossos passeios, e compartilhando tudo mais que a conexão de dados permitir.
E você, já se sente numa bolha? Se sim, o que faz pra tentar sair dela? Você acha que no futuro as pessoas serão mais restritas? Menos abertas ao novo? Deixe suas opiniões aqui nos comentários!