O Philco Hit P10 é um celular “basicão com algo mais”. O acabamento em plástico e os recursos mais simples de hardware, conectividade e câmeras são típicos dos modelos de entrada, mas os 4 GB de RAM e 128 GB saltam aos olhos.
Mas, será que esse diferencial é suficiente para fazer valer os R$ 1.499 cobrados no lançamento? Já já você vai descobrir.
Eu passei algumas semanas usando o aparelho como meu celular principal, e nesse review conto em detalhes como foi a minha experiência, com aquele veredito caprichado no final.
Importante: o Philco Hit P10 caiu de preço e já pode ser comprado por R$ 799, portanto leve isso em consideração ao ler nossa análise.Tá com muita pressa? Então confira abaixo a minha lista de prós e contras, ou vá direto para:
Prós e contras
Prós
- Corpo compacto com tela grande, leve e confortável;
- Bom conjunto de memórias (4/128 GB);
- Bateria de longa duração;
- Android 10 limpo.
Contras
- Câmeras terríveis;
- Desliga sozinho antes de chegar a 10% (bug de bateria);
- Brilho automático da tela está sempre forte demais;
- Não tem 4G+;
- Não tem bússola (magnetômetro);
- Não tem NFC;
- Não tem Wi-Fi 5 GHz;
- Alto falante baixo e ruim;
- Ainda com conector Micro USB.
Ficha técnica
- Android 10;
- 4G Dual Chip;
- Tela IPS HD+ de 6,2 polegadas (1520 x 720 px);
- Processador Unisoc SC9863a octa core;
- GPU PowerVR Rogue GE8322;
- 4 GB de RAM;
- 128 GB de armazenamento interno;
- Entrada para micro SD;
- Câmera traseira tripla:
13 MP – wide;
5 MP – ultrawide;
2 MP – sensor de profundidade; - Câmera frontal wide de 8 MP;
- Gravação de vídeo Full HD;
- Leitor de impressão digital traseiro;
- Rádio FM;
- USB Tipo C;
- Bluetooth 4.2;
- Bateria de 4000 mAh.
Unboxing
Design e tela
A primeira impressão que tive ao tirar o Philco Hit P10 da caixa foi bem parecida com a que tive com o saudoso Moto G7 Play, que chegou a custar R$ 699 em 2019 (parece que foi há 1000 anos!).
A traseira de plástico texturizado é bem parecida com a do antigo Moto G de entrada, e a tela tem qualidade e proporção similares, mas com a vantagem do notch discreto em forma de gota (o do G7 Play era enorme).
O corpo é mais compacto que o dos concorrentes atuais da Samsung e da LG, mas o “queixo” abaixo da tela… olha, é um dos maiores que eu já vi. A Philco poderia ter caprichado mais nesse sentido.
Falando em tela, não se empolgue muito não.
Apesar do display IPS LCD do Philco Hit P10 ter um bom tamanho, cores vivas e contraste bacana, a resolução fica abaixo do esperado, com pixels visíveis em elementos mais arredondados da interface. Isso é algo que não vejo há muito tempo nessa faixa de preço.
Além disso, o brilho da tela é insuficiente para uma boa visualização ao ar livre, e de noite, o sensor de luminosidade teima em deixar a tela mais acesa do que deveria.
- Veja também: Review do Philco Hit P12
Câmeras
O Philco Hit P10 não possui o maior conjunto de lentes da categoria, e para piorar, elas são terríveis.
O alcance dinâmico é precário tanto na lente principal quanto na ultrawide – o que está no claro, estoura, o que está na sobra, some –, o HDR é praticamente decorativo, há ruídos por todos os lados, mesmo em ambientes super claros, e o foco que já não é bom no modo normal, fica completamente perdido no Modo Retrato (fundo desfocado).
Se você estiver vendo este review na telinha do celular, talvez os defeitos das imagens passem desapercebidos, por isso, recomendo que abra as imagens originais na tela do computador e amplie, para atestar o que estou falando. O link para elas está no fim deste tópico.
Vamos aos exemplos, começando pela câmera principal ao ar livre com HDR:
E agora vamos ver como ela se sai em fotos aproximadas.
Primeiro, em ambiente externo no modo normal:
Segundo, em ambiente externo no Modo Retrato/Foco Dinâmico/Fundo Desfocado/(coloque aqui o nome que quiser).
Veja, “que beleza” de recorte, numa foto que qualquer LG K62 ou Redmi 9 tiraria de letra:
E por último, olhe como a definição se perde em ambientes internos:
Tá achando ruim? Então olhe essa foto com a ultrawide do Philco Hit P10, que consegue reunir na mesma imagem céu estourado, extremidades borradas, primeiro plano distorcido, e cores sem vida:
A seguir temos dois comparativos com a mesma captura feita pela câmera principal e pela ultrawide.
Normalmente, nessa faixa de preço temos a principal ok e a ultrawide um pouco inferior, mas aqui atingimos outro patamar (pra baixo): a principal é ruim, e a ultrawide é praticamente inutilizável.
E finalmente, depois de tanto sofrimento, temos a selfie perfeita (mentira!).
Sério, há muito tempo que não vejo um céu tão granulado:
A impressão que fica é que as fotos do Philco Hit P10 saíram de um celular barato de 2017, e não foi feito nenhum trabalho de pós-processamento para tentar salvá-las.
Para ver as fotos deste review em tamanho original, acesse o Google Drive do Mobizoo.Teste de desempenho [vídeo]
É nesse quesito que os 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento fazem toda a diferença, e garantem uma boa nota pro Philco Hit P10.
O modelo é bem ágil para abrir e alternar os aplicativos que mais usamos no dia a dia (WhatsApp, YouTube, Instagram, etc.), e tem espaço interno mais que suficiente para a maioria dos usuários.
O desempenho do processador Unisoc que equipa o modelo é bem decente para tarefas básicas, animações e rolagens de tela, mas… quando falamos de jogos e testes de benchmark, é importante contextualizar a performance do modelo com seu preço.
Entenda: até dá pra jogar um Asphalt 9 ou Call of Duty de forma satisfatória no Philco Hit P10, mas se esse é seu foco, há opções bem melhores (e até mais baratas) por aí.
Um bom exemplo é o Motorola G9 Play, que sai mais barato e simplesmente atropela o Philco na performance com games (e no Antutu).
Pontuação no teste de Benchmark
Bateria
Durante minhas semanas de testes, a bateria do Philco Hit P10 ultrapassou com certa tranquilidade a marca de um dia inteiro de uso, mesmo nos dias mais intensos, mas uma coisa me preocupou: por 3 vezes o celular desligou sozinho antes de chegar nos 1% de carga.
Na primeira vez ele desligou com 20% de bateria, na segunda com 10%, e na última com 5%, e por esse motivo o componente gerou certa desconfiança em mim. Pode ser que o problema seja de software, mas… vai saber?
O carregador de 10w que acompanha o modelo é ok para os 4000 mAh de capacidade da bateria, levando o aparelho aos 100% em cerca de 2 horas.
Áudio
Se você chegou até aqui, já entendeu que o Philco Hit P10 é um celular simples, certo? Então não vai ficar chateado(a) se eu disser que o som do alto falante dele é bem ruinzinho, né?
Sabe aquele radinho de pilha que seu avô levava pro estádio? Então, é tipo isso.
Bom, pelo menos os fones de ouvido que acompanham o modelo oferecem um sonzinho bem bacana.
Veredito
Já seria bem difícil recomendar a compra do Philco Hit P10 se ele custasse R$ 1.000, mas ele foi lançado R$ 1.499, preço que o torna praticamente uma cilada.
As câmeras do aparelho são bem ruins, a conectividade é muito limitada sem Wi-Fi 5 GHz, NFC, 4G+, bússola e USB Tipo C, a tela possui resolução baixa e brilho sempre inadequado (fraco no sol e forte no escuro), e eu ainda tive problema com a bateria do modelo, que diversas vezes “morreu” antes do tempo.
Com os mesmos R$ 1.500 você pode comprar o “possante” Motorola One Fusion ou o “completinho” Samsung Galaxy M21s, que são melhores que o intermediário da Philco em absolutamente tudo, então, realmente só dá pra começar a pensar no Hit P10 depois que ele estiver abaixo dos R$ 1.000.
Enquanto isso não acontece, meu veredito é:
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Philco, que gentilmente nos cedeu o celular utilizado nesta análise.