O Moto G é um dos celulares mais populares do Brasil, e vem se transformando gradativamente desde que a Motorola se tornou uma empresa da Lenovo. O Motorola Moto G5 Plus tem a missão de colocar a linha de vez no hall dos dispositivos premium, trazendo novo visual metálico, novo leitor de impressão digital com comandos por gestos e nova câmera.
Passei algumas semanas usando o aparelho como meu celular principal, e neste post você irá conferir todas as minhas opiniões sinceras sobre este smartphone.
- Veja também: Review Moto G5S: dormindo com o inimigo
Motorola Moto G5 Plus: preço e disponibilidade
O Motorola Moto G5 Plus é o sucessor do Moto G4 Plus, e nesta nova geração ele diminuiu um pouco a tela, ficando mais confortável para usar com uma mão só. Além disso, ele traz um leitor de impressão digital com visual reformulado (bem mais bonito) e câmera dual pixel muito mais capaz que a de seu antecessor.
Em termos de preço, o modelo atualmente está na casa dos R$ 1.300, e se você já está se perguntando se ele vale a pena frente aos oponentes, é hora de checar a lista de prós e contras:
Motorola Moto G5 Plus: prós e contras
Prós:
- Performance impecável;
- Bateria de boa duração;
- Sistema limpo e leve;
- O leitor de impressão digital que também é um botão virtual;
- Câmera traseira um pouco acima da média da categoria.
Contras:
- Podia ser mais compacto;
- Tela apresenta tom rosado que pode incomodar alguns usuários;
- Fones de ouvido de péssima qualidade;
- Não possui bússola – e isso é um problema para quem precisa usar mapas e navegação;
- Câmera frontal.
Motorola Moto G5 Plus: design
Eu confesso que fiquei um pouco assustado na primeira vez que vi imagens do Moto G5 Plus. A mudança visual era tão radical em relação aos modelos anteriores, que eu demorei um tempo para digerir.
Na verdade eu nem sei se consegui engolir essa câmera circular saltada em sua traseira, herdada diretamente do Moto Z, ou mesmo as grandes (e desnecessárias) áreas em cima e abaixo da tela.
Mas o fato é que na minha opinião o design dos Moto G5 tem sim o seu mérito por arriscar sair da mesmice da categoria, apostando num desenho mais ousado e menos “genérico”.
Como o aparelho não mudou para o conector USB tipo C, ele não correu o risco de ficar sem a entrada padrão para fones de ouvido, mas ela mudou de lugar.
Ao invés de centralizada no meio do topo – posição que era marca registrada dos Moto G, ela foi parar na parte inferior do aparelho, facilitando a vida do usuário na hora de colocar o telefone do bolso com o fone de ouvido plugado.
Do lado direito continuam os bons e velhos botões Power e Volume – ambos com bom relevo e firmeza, e no topo do aparelho fica a bandeja (ou gaveta) de acesso aos chips.
Aliás, durante o unboxing do aparelho eu descobri um fato interessante envolvendo a bandeja de chips e o manual do aparelho. Confira:
Motorola Moto G5 Plus: unboxing e primeiras impressões
Eu fiquei bastante animado quando soube que a nova geração do Moto G Plus teria tela menor que da geração anterior, pois tenho sentido falta de opções mais compactas de aparelhos no mercado.
Só que toda a alegria se foi quando eu percebi que, mesmo com a diminuição da tela, o aparelho ainda está longe de ser compacto, já que manteve (e até ampliou) as áreas em torno da tela – especialmente no topo e a base.
No final das contas, ele continua sendo um aparelho difícil de usar com uma mão só, e para piorar ainda ficou mais fácil de escorregar e cair; já que a boa pegada do plástico emborrachado do G4 se foi em prol da beleza do metal.
Motorola Moto G5 Plus: tela
A tela dos smartphones Android intermediários tem sido um território bem “paradão” nos últimos tempos.
A resolução Full HD já se estabeleceu como padrão para a categoria há algum tempo, e no final das contas o grande diferencial entre um modelo e outro está no tamanho da tela, ou na tecnologia aplicada.
A Motorola utiliza a tecnologia LCD IPS nos Moto G desde a primeira geração – quando o Google ainda era o “dono” da marca, e parece que isso não deve mudar tão cedo.
O problema é que, diferente das Super AMOLED – que, goste você ou não, tendem a entregar sempre a mesma experiência, as telas IPS permitem diferentes níveis de qualidade, apresentando ângulos de visão, visibilidade sob a luz do sol, contraste, cores e brilho completamente diferentes, dependendo do modelo que está sendo analisado.
Por conta disso, é possível encontrar no mercado smartphones com telas IPS impecáveis – como é o caso do iPhone 7, e telas IPS “mais ou menos” como a do Moto G5 Plus.
E não me entenda mal: não estou dizendo que a tela do aparelho é ruim. Ela apenas poderia sem melhor, e já já você vai entender.
Apesar de ter excelente definição e boa luminosidade mesmo sob a luz do sol, a tela do Moto G5 Plus peca em dois aspectos que talvez não sejam decisivos para muitos consumidores, mas certamente dão uma “broxada” em pessoas chatas como eu: reprodução de cores e ângulos de visão.
Talvez você não repare nesses problemas numa olhada rápida, mas depois de conviver muitos dias com a tela do Moto G5 Plus não há como ignorar o tom “rosado” que predomina sobre tudo, e a perda de brilho que acontece quando o aparelho é inclinado. Veja:
Na verdade esses dois probleminhas estão aí desde a primeira versão do Moto G, mas eu aceitava eles numa boa quando o aparelho custava R$ 600.
Agora que ele custa o dobro, eu já não acho tão aceitável.
Motorola Moto G5 Plus: câmeras
A “Lenovorola” fez um barulho danado quando anunciou a nova câmera do Moto G5 plus, destacando o foco ultra-rápido e a generosa abertura de f/1.7.
Realmente a câmera principal “subiu de nível” em relação ao modelo anterior, mas os resultados não foram tão empolgantes quanto eu esperava (talvez eles tenham subido demais a minha expectativa?).
As fotos capturadas pelo aparelho em boas condições de iluminação são bastante satisfatórias e o HDR automático faz um bom trabalho na hora de garantir mais detalhes nas áreas mais sombreadas das cenas.
Mas basta a iluminação ficar um pouco mais escassa para as fraquezas da câmera aparecerem.
Nas duas fotos abaixo (que tirei num fim de tarde) há perda considerável de definição e algumas distorções de pós-processamento (borrões).
Em locais fechados (como a estação de metrô abaixo) a coisa ainda fica pior, já que a câmera tem enorme dificuldade em manter a cena focada.
Em closes ou fotos de curta distância a câmera se sai bem, mas é preciso ter em mente que os 1.7 de abertura focal são ótimos para receber luz, porém limitam bastante o campo de foco.
Ou seja, é preciso saber o que está fazendo para conseguir bons resultados.
Na câmera frontal os resultados são ainda menos animadores. Há aberrações cromáticas (olha como o meu rosto está rosa na foto abaixo) e muito ruído nas áreas mais escuras.
Ao menos foco é bastante veloz, e o modo embelezamento faz um bom trabalho em “limpar” as imperfeições do rosto.
Caso queira visualizar as fotos em tamanho grande, baixe este arquivo zip.
Motorola Moto G5 Plus: desempenho
Esse sem dúvida é o grande ponto forte do Moto G5 Plus.
Durante o tempo que convivi com o aparelho tive uma experiência excelente, sem notar absolutamente nenhum engasgo, lentidão ou travada.
Isso até me surpreendeu, já que eu esperava que a performance do aparelho pudesse ser prejudicada pelos apenas 2 GB de RAM.
O aparelho é veloz em responder qualquer comando, troca de aplicativos muito rapidamente mesmo quando muitos estão abertos, e executa até os games mais pesados com tranquilidade.
No teste de Benchmark do Antutu ele obteve pontuação acima de seus principais concorrentes, superando inclusive aparelhos mais caros, como o Asus Zenfone 3. Veja:
Outro ponto positivo do aparelho da “Lenovorola” é que ele não esquentou em nenhum momento durante os meus testes, mesmo quando executei jogos pesados como Breakneck.
Provavelmente isso se deve à boa gestão de temperatura do chipset Snapdragon 625, o mesmo que equipa o Moto Z Play e o Asus Zenfone 3.
Além desses pontos positivos, o dispositivo da “Lenovorola” também acerta na usabilidade de seu novo leitor de impressão digital que também funciona como botão virtual, incorporando as funções de navegação padrão do Android.
Leva um tempinho para se acostumar com toda a navegação de sistema centralizada num único local (especialmente se você vem de aparelhos Samsung), mas depois que você pega o jeito da coisa não quer outra vida.
Um detalhe bacana desse recurso é que os comandos funcionam mesmo que você não tenha ativado a segurança (bloqueio e desbloqueio) por impressão digital. Ou seja, você pode ligar a tela do aparelho simplesmente tocando no leitor, mesmo sem ele “ler” o seu dedo.
Motorola Moto G5 Plus: bateria
Outro trabalho que o Snapdragon 625 faz com maestria no Moto G5 Plus é a gestão de energia.
Durante os meus destes a bateria de 3000 mAh do aparelho superou as minhas expectativas, e eu pude me dar o luxo de esquecer de carregá-la de um dia para o outro.
Não é uma bateria tão incrível quanto a do Moto Z Play – que atualmente é um campeão nesse quesito, mas ela é boa o suficiente para agradar a maioria dos usuários.
Motorola Moto G5 Plus: som
Como você pôde ver no vídeo onde eu mostro o dispositivo rodando alguns games, o som do alto falante do Moto G5 Plus é alto, encorpado, e livre de distorções. Não há o que reclamar por aqui.
Infelizmente, não se pode dizer o mesmo do som reproduzido pelos fones de ouvido “pobrinhos” que acompanham o aparelho. Ele é fraco, sem graves e só vai servir para quebrar um galho enquanto você não compra fones melhores.
Eu testei o aparelho também com os earbuds padrão da Apple e os urBeats que eu uso no dia-a-dia, e o resultado foi beeeeem melhor. Ou seja, você vai ter que coçar o bolso se quiser um bom companheiro de orelha pro seu G5 Plus.
Motorola Moto G5 Plus: ficha técnica
- Android 7 Nougat;
- 4G Dual Chip (2 nano sim);
- Tela IPS Full HD de 5.2 polegadas (1920 x 1080 px);
- Vidro Gorilla Glass 3;
- Chipset Snapdragon 625 Octa Core de 2.0 GHz;
- 2 GB de RAM;
- GPU Adreno 506;
- Câmera traseira de 12 MP f/1.7 com autofoco, flash dual tone, e auto-HDR;
- Câmera frontal de 5 MP f/2.2 com autofoco;
- Gravação de vídeo 4K/30 fps ou Full HD/60 fps;
- 32 GB de armazenamento interno;
- Entrada para microSD até 256 GB;
- Leitor de impressão digital frontal;
- Sensores: luz ambiente, acelerômetro, gravidade, proximidade, magnetômetro, giroscópio;
- Bluetooth 4.2;
- NFC;
- A-GPS, GLONASS;
- USB Host (OTG);
- Rádio FM;
- Bateria 3000 mAh com carregamento turbo.
Motorola Moto G5 Plus: vale a pena?
Sabe aquele “gostinho de quero mais” que algumas coisas deixam? Então, infelizmente não foi isso que senti com o Moto G5 Plus.
Ele é sim um intermediário ok, mas ainda fica longe de ser um aparelho “matador” em sua categoria, como um dia já foi o Moto G original.
Na minha opinião a “Lenovorola” perdeu uma grande oportunidade de revolucionar a sua principal linha “de verdade” focando demais nos tais aspectos premium do produto, e deixando de lado o item que de fato fecha a venda: custo-benefício.
Um corpinho mais compacto, tela mais vibrante e fones de ouvido de melhor qualidade certamente fariam você ficar mais confortável em gastar 1.300 neste celular.
É difícil recomendar cegamente o Moto G5 Plus para todas as pessoas com tantas boas opções disponíveis na mesma faixa de preço (inclusive da própria Lenovo), mas, no final das contas, o aparelho é o único em sua categoria que conta com TV digital HD (recurso que vem sumindo do mercado), leitor de impressão digital frontal que também é touchpad, e Android Puro e atualizado.
Portanto, se alguns destes itens estão na sua lista de prioridades para um aparelho pouco acima dos mil reais, ele certamente será uma boa compra. E o mesmo vale se o seu critério for somente o desempenho.
Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.
Deixo o meu agradecimento à assessoria da Lenovo/Motorola que gentilmente emprestou o celular utilizado nesta análise.