Quando surgiu em 2008, o Android era feio e mal acabado, e dificilmente teria chances contra o belo e competente iOS. Foram necessárias diversas novas versões do Android para que ele finalmente se tornasse o sistema móvel mais usado do mundo, e é essa história que nós vamos conhecer agora.
Há muitos anos atrás, no dia 5 de novembro de 2007, Google e grandes fabricantes como HTC, LG, Motorola, Samsung e Sony, uniram forças para criar a Open Handset Alliance, um consórcio que tinha como objetivo o desenvolvimento de um sistema aberto para dispositivos móveis. Assim nascia o sistema Android.
Naquela época, os smartphones mais vendidos do mercado eram da Nokia. Aparelhos como o saudoso N95 estavam por todos os lados, mas seu sistema operacional desengonçado não teria muito futuro depois do lançamento de um certo aparelho da Apple.
O iPhone chegou e revolucionou o mercado móvel. Uma revolução que matou muitas empresas pelo caminho, mas também criou diversos novos mercados, como o de aplicativos, por exemplo. O próprio sistema Android talvez nunca teria surgido, se não fosse pelo iPhone.
Versões do Android: mais de uma década de evolução
Versão 1.0
O HTC Dream G1 foi o primeiro celular da história com o sistema Android.
Ele ditou toda a primeira geração de aparelhos com o sistema: teclado físico e trackpad/direcional obrigatórios para dar cobertura às ainda precárias telas touch.
A interface do sistema era bem feia e lembrava demais um desktop. A lista de aplicativos ficava numa gaveta, assim como a barra de notificações.
Android 1.5 (Cupcake)
A Motorola foi a primeira grande fabricante de celulares a apostar forte no sistema. Seus primeiros aparelhos marcaram uma era onde tudo ainda parecia muito experimental no Android. O Dext foi um dos primeiros Androids a desembarcar por aqui.
Nesta versão foi implementado no sistema o teclado virtual, que permitiria futuramente o lançamento de uma série de smartphones sem teclado físico. Os widgets de aplicativos para as home screens também foram uma adição de destaque.
Android 1.6 (Donut)
Continuando o experimentalismo da geração, a Motorola continuou lançando alguns aparelhos Android bizarros, como o Backflip e o Flipout.
A interface Motoblur, aplicada “por cima” do Android pela fabricante em seus aparelhos, era feia, irritante e em muitos casos inútil.
Android 2.0/2.1 (Eclair)
Depois de muito sofrer, finalmente o usuário de Android tinha um aparelho realmente bom em mãos. O Motorola Milestone tinha hardware confiável, possuía ótima tela e as atualizações do Android 2.0 o tornaram um marco na história do sistema.
Entre as novidades da versão estavam: sincronia de contatos a partir de diversas fontes (inclusive Exchange), zoom pinça e navegador com HTML 5 e Flash.
Em 2009 a Samsung abandona todo o conceito que vinha sendo utilizado pela Motorola na construção de seus Androids e aposta na receita Apple de sucesso. Resultado: o Galaxy S vendeu como pão-de-queijo quentinho, e virou sinônimo de Android poderoso.
A versão 2.1 do Android manteve o codinome da anterior, mas trouxe os famigerados papéis de parede animados para o sistema.
Android 2.2 (Froyo)
A geração de aparelhos com Android 2.2 foi marcada pela explosão da categoria “smartphones de entrada”.
Com o sistema mais maduro, já era possível obter um bom desempenho mesmo em aparelhos baratos.
A maior prova dessa explosão: o primeiro smartphone com Android 2.2 a chegar no Brasil foi o LG Optimus One, um modelo de entrada que vendeu muito e ajudou a solidificar o mercado.
O recurso mais bacana implementado na versão foi a possibilidade de transformar o seu celular Android em um em hotspot Wi-Fi, compartilhando a conexão 3G do aparelho com até 8 dispositivos.
Android 2.3 (Gingerbread)
O Sony Ericsson Xperia Arc, primeiro aparelho do Brasil com Android 2.3, também foi o pioneiro dos celulares anoréxicos. Tendência que foi seguida pelo Galaxy SII da Samsung e posteriormente pelos modelos RAZR da Motorola.
Na versão 2.3 o Android ficou mais rápido, estável e melhorou bastante o consumo de bateria, que sempre foi um problema nos smartphones. Além disso, tarefas como copiar e colar textos ficaram mais simples.
Android 3.0 (Honeycomb)
Desenvolvida especialmente para tablets, a versão 3.0 do sistema foi um fracasso completo, mas pelo menos serviu para introduzir a nova interface Holo no Android.
O visual “futurista” desta versão permaneceria presente no sistema até o lançamento da versão 5.
Android 4.0 (Ice Cream Sandwich)
Herdando o visual Holo da Honeycomb, esta versão muda completamente a interface do sistema nos celulares, ganhando finalmente uma “personalidade” própria, marcante, leve, e muito mais charmosa. Um manual de princípios de design é lançado pelo Google para orientar os desenvolvedores de apps da plataforma.
Um Nexus (aparelho com Android puro) finalmente chega no Brasil, só que com outro nome: Galaxy X.
A Android Market dá lugar à Google Play Store, que além de aplicativos, passa a vender também, livros, músicas e filmes.
Android 4.1/4.2/4.3 (Jelly Bean)
Nas atualizações seguintes da versão 4 o sistema continua seu caminho em busca de uma interface mais bonita, harmônica e responsiva (obrigado projeto butter!), e o Android Puro ganha notoriedade com o Nexus mais popular de todos os tempos; o Nexus 4, fabricado pela LG.
Com a compra da Motorola, o Google faz três favores aos clientes da marca numa tacada só: mata o Motoblur – launcher terrível que a empresa insistia em colocar nos seus smartphones –, encerra a parceria com a Intel (que não deu muito certo), e finalmente, lança o Moto G e o Moto X, dois aparelhos que mudaram completamente o mercado (para melhor).
À essa altura a Samsung já era líder de mercado, graças à uma sequência de lançamentos bem-sucedidos.
Android 4.4 (Kit Kat)
O Kit Kat foi uma versão de transição importante no universo Android. Foi nele que o Google começou a testar o ART runtime (que seria implementado definitivamente na versão seguinte), um novo framework para animações mais fluidas na interface, e novas otimizações para memória e bateria.
O Kit Kat chegou ao mundo junto com o Nexus 5, da LG, mas também foi disponibilidado em sua versão pura e integral para o Galaxy S4 Google Play Edition, o único Samsung com Android puro lançado até hoje.
Android 5 (Lollipop)
Essa é sem dúvida uma das mais importantes versões do Android.
Na quinta grande versão do sistema 2 grandes e importantes mudanças acontecem: o Google muda o runtime do sistema do padrão Dalvik para o ART – com ganho em velocidade e fluidez do sistema –, e inaugura o Material Design, que está presente na interface do Android até hoje.
- Veja também: Este foi o pior smartphone já assinado pela Google
Android 6 (Marshmallow)
O Android 6 manteve o visual do 5, mas veio para “colocar ordem na casa”.
Foi implementado o sistema de permissões, que determina o que seus aplicativos podem ou não acessar, o Webview do Google se tornou padrão para o acesso à páginas da web pelos aplicativos, e as fabricantes tiveram que se adequar à uma série de regras para poderem continuar oferecendo o sistema em seus aparelhos.
Entre elas, o uso do Google Now (hoje Google Assistente), da frase “Powered by Android” na tela de início, e da implementação das soluções de gestão de bateria e backup nativas.
Além disso, novas tecnologias passaram a ser suportadas nativamente pelo sistema, como o conector USB Tipo C e o sensor de impressão digital.
Android 7 (Nougat)
Em meio a um nova onda da Realidade Virtual – VR (que a gente já sabe que não deu em nada), o Android 7 foi lançado trazendo suporte nativo ao óculos imersivos, uma interface própria para aplicações 360º (Daydream), e uma série de outras pequenas novidades.
Entre os novos recursos, estão aprimoramentos na central de notificações, a implementação da API Vulkan para games, e o modo para economia de dados móveis 3G/4G.
Ah, e não podemos esquecer que foi só nessa versão que surgiu no Android puro a opção de dividir a tela com 2 aplicativos, que já estava há anos presente em aparelhos da Samsung e da LG.
Esta versão do sistema também marca a morte da linha Nexus e o nascimento da linha Pixel, que agora aposta no segmento premium.
Android 8 (Oreo)
As novidades mais importantes que o Android 8 trouxe para os smartphones sem dúvida foram o gerenciador de senhas nativo, que te loga automaticamente em uma série de contas e serviços, o boot 2x mais rápido, e o Modo “dedo duro”; que fica de olho em todos os aplicativos instalados, e te avisa quando algum deles estiver se comportando mal.
Android 9 (Pie)
O nono Android trouxe uma nova navegação por gestos para o sistema – alternativa à tradicional barra de navegação com 3 ícones –, e também introduziu o app “Bem estar digital”, que ajuda o usuário a controlar melhor o tempo que passa utilizando o celular.
Android 10 (Q)
Lançamento: 2019
Novidades:
- Modo escuro em todo o sistema e apps;
- Gerenciamento avançado de notificações;
- Permissões individuais por app;
- Novas opções de privacidade – controle de acesso à localização.
Android 11 (R)
Lançamento: 2020
Novidades:
- Notificações de conversas e chat flutuantes (balões);
- Histórico de notificações;
- Gravador de tela nativo;
- Novos controles de mídia;
- Controles de dispositivos inteligentes;
- Reinicialização automática;
- Nova fixação de aplicativo;
- Suporte à taxa de atualização variável para a tela;
- Android Auto sem fio.
Android 12 (S)
Lançamento: 2021
Novidades:
- Nova interface Material You;
- Captura de tela expandida (com rolagem) nativa;
- Novo Modo Imersivo para navegação por gestos.
Agora conta aí: quais versões do Android deixaram mais saudades? E qual foi a pior?