Superando as mais de 110 milhões de unidades vendidas, o Nintendo Switch é um dos maiores sucessos da história dos videogames e representa uma verdadeira renascença da Nintendo após o fracasso de seu antecessor, o Nintendo Wii U.
Mudanças drásticas na comunicação e marketing, proposta de jogatina híbrida entre modo portátil e caseiro, lançamentos originais e suporte aos desenvolvedores indie tornaram o Switch um dos consoles mais bem vendidos da história, e títulos de peso como Super Mario Odyssey, Zelda Breath of the Wild e Animal Crossing New Horizons mantiveram o embalo da plataforma pelos últimos 6 anos.
No entanto, o processador Tegra X1 que é o coração deste console é baseado em uma tecnologia de 2015 e, no Nintendo Switch, opera em velocidades reduzidas. Esse processamento limitado aliado à maior demanda dos jogos modernos, principalmente após o lançamento do Xbox Series X e PlayStation 5, foram fatores que começaram a mostrar as rachaduras e falhas no castelo gigantesco do Nintendo Switch e muitos usuários e entusiastas esperam por um sucessor em breve.
Será que estamos mesmo próximos de um novo console da gigante japonesa? E o que já sabemos sobre seu sucessor? Confira.
Uma força imparável
Desde seu anúncio em 2017 o Nintendo Switch conquistou a atenção do público com sua proposta ousada: o seu console de casa pode ser levado para qualquer lugar como um portátil. A natureza híbrida do console foi a resposta da Nintendo ao crescente mercado de jogos para celular e a falta de tempo dos consumidores – com o Switch é possível começar um jogo na televisão, sair para o trabalho e jogar mais 15 minutinhos no intervalo, voltar para casa e cuidar da família, e deitado na cama voltar exatamente de onde parou por mais uma horinha.
Essa proposta cativou crianças e adolescentes, mas também se encaixou de forma perfeita na rotina dos adultos – que hoje são os principais compradores de jogos, de acordo com dados da ExpressVPN.
Com o sucesso da proposta, o ingrediente final foi o lançamento quase ininterrupto de jogos com altíssima qualidade. Empresas parceiras lançaram títulos renomados como Skyrim e Doom 2016, que agora poderiam ser jogados de forma portátil, enquanto a Nintendo reaproveitou jogos do Wii U como Mario Kart 8 e somou com lançamentos originais de altíssima qualidade e inovação.
Em 2020, no início da pandemia, Animal Crossing New Horizons elevou a série para outro nível e foi um dos assuntos mais comentados durante todo o ano, oferecendo conforto a muitos jogadores.
O Nintendo Switch ainda possui alguns truques na manga para 2023, como a última Nintendo Direct demonstrou: a iminente chegada do sucessor de Breath of the Wild, considerado um dos melhores jogos já produzidos, além de lançamentos como os jogos de GameBoy e GameBoy Advance no serviço de assinatura Nintendo Switch Online.
No entanto, já é possível observar alguns sinais de que o console está em sua reta final: não recebemos informações sobre jogos novos que não houvessem sido anunciados no passado, lançamentos de terceiros estão reduzidos a jogos indie ou menos intensos, e os próprios jogos da Nintendo estão sendo lançados com problemas de performance e qualidade gráfica – como é o caso do Pokémon Violet e Scarlet.
Nintendo Switch OLED
Durante o fim de 2020 e os primeiros meses de 2021, rumores de um lançamento de um “Switch Pro” tomaram conta da mídia. Com supostas melhorias de performance, o console seria capaz de fazer melhor uso de televisões modernas em 4K e aguentaria lançamentos mais pesados, dando uma sobrevida maior ao Nintendo Switch. Esse tipo de lançamento não seria novidade para a Nintendo: o GameBoy Color foi uma versão melhorada e mais potente do GameBoy, tal como o Nintendo DSi em relação ao Nintendo DS e o New Nintendo 3DS comparado ao Nintendo 3DS. No entanto, se esses planos eram reais, o colapso da disponibilidade de processadores causado pela pandemia cortou os planos pela raiz.
Ao invés disso, em Outubro de 2022 foi lançado o Nintendo Switch OLED. Uma versão premium do console com melhorias sutis, como a tela OLED que possui cores mais vibrantes e contraste aprimorado, design refinado com um suporte muito melhor, e memória interna expandida.
Esse lançamento não chega a ser considerado necessariamente um upgrade, mas sim uma opção premium para compor a linha da empresa: o Switch Lite mais barato para atrair quem apenas deseja um portátil, crianças ou quem não pode pagar muito dinheiro, o Nintendo Switch original que oferece o modo híbrido e todos os recursos do console por um preço aceitável, e o Switch OLED que é funcionalmente idêntico ao modelo anterior, mas com uma tela melhor e design elegante.
O lançamento foi bem-sucedido em aumentar as vendas do console e despertar o interesse do público, mas não resolveu os problemas de performance, a baixa qualidade de imagem em televisões modernas, e a incapacidade de desenvolvedores terceirizados de trazer seus jogos modernos para o console.
Hardware atualizado
Aproximando-se dos 6 anos de lançamento, o Nintendo Switch já está acima da média de durabilidade esperada de um console moderno e, apesar da grande aceitação do público e o fator “Nintendo” – que permite que os jogos tenham uma qualidade artística incrível, mesmo operando em plataformas limitadas –, um sucessor é inevitável para manter a marca em alta.
No entanto, diálogos internos vazados por possíveis colaboradores da Nintendo indicam que a gigante japonesa está tendo muitas dificuldades em preparar um sucessor – cada console anterior oferecia algum tipo de recurso especial e diferente, como os controles de movimento do Nintendo Wii e as duas telas do Nintendo DS. No entanto, para o Switch, há indecisão entre lançar uma nova geração com a mesma proposta e hardware atualizado, ou transformar completamente o console.
Apesar disso, já é possível deduzir algumas de suas características com base em acordos assinados pela Nintendo e especificações técnicas liberadas por suas parceiras, como a Nvidia.
O novo console deve ser movido por uma versão customizada do chip mobile Orin da Nvidia, utilizando uma nova arquitetura e com suporte às tecnologias modernas da empresa como DLSS e ray tracing.
Dois fatores interessantes sobre essa configuração incluem a retrocompatibilidade, isto é, o chip seria capaz de executar os jogos já lançados para o modelo atual com facilidade, e o suporte a DLSS significaria que o console poderia enviar imagens em alta resolução para a TV com muito mais facilidade, operando internamente em resoluções menores.
Analistas e leakers com bom histórico de acertos afirmam que o novo modelo não deve chegar em 2023 – é possível, a depender das vendas do console atual durante o ano –, e que o sucessor do Nintendo Switch deve ser anunciado e exibido publicamente no fim do ano, com a distribuição começando apenas em 2024.
Até lá, cabe aos jogadores Nintendistas aproveitarem os lançamentos que chegarão para o Nintendo Switch atual, afinal, estamos falando de uma máquina adorada e com muita versatilidade.
Imagem de capa: Joshua Amaro