Review Galaxy S9: pronto para os próximos dois anos?

A Samsung possui a maior fatia do negócio de smartphones da América Latina, sendo o Brasil um dos seus principais mercados. Contudo, não são os seus dispositivos topo de linha, como os Galaxy S9 e Galaxy S9 Plus, que movimentam os mecanismos da empresa no país, mas sim a já consagrada linha Galaxy J. Neste review do Galaxy S9 fica um pouco mais fácil compreender como um excelente smartphone pode ter seu sucesso limitado por questões como preço e falta de atenção aos detalhes.

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Review Galaxy S9: pronto para os próximos 2 anos? - Mobizoo

Samsung Galaxy S9: prós e contras

Prós

  • Design exclusivo;
  • Qualidade da tela;
  • Alto-falantes estéreo;
  • Efeito de áudio Dolby Atmos;
  • Leitores biométricos otimizados;
  • Excelente câmera.

Contras

  • Autonomia da Bateria;
  • Assistente Inteligente Bixby;
  • Emoji AR;
  • Resolução de 720p no modo Super Slow-motion.

Samsung Galaxy S9: design

Assim como a concorrente Apple, a Samsung chegou a um denominador comum em relação ao design da linha Galaxy S. Com o lançamento do Galaxy S8, em 2017, a fabricante sul-coreana trouxe a tela infinita à série e, em 2018, manteve praticamente o mesmo projeto visual, mexendo apenas em alguns detalhes.

Em relação aos antecessores, os Galaxy S9 e Galaxy S9+ tiveram os alto-falantes redesenhados, o que deixou o aparelho mais bonito. Com disso, tivemos a remoção do último resquício de similaridade com os smartphones da Apple e, por consequência, com praticamente todos os smartphones chineses.

Samsung Galaxy S9 e S9 Plus: parte inferior- Review / Mobizoo

Os cantos da tela estão menos arredondadas no Galaxy S9. A Samsung fez isso para aumentar a borda de metal do aparelho, que agora é 0,2 milímetros mais espessa do que no Galaxy S8. Houve também um pequeno aumento no peso da nova geração. No papel, o Galaxy S9 está 8 gramas mais pesado e a versão Plus 16 gramas. Nas mãos, no entanto, essa diferença quase não é notada.

Os aparelhos são construídos com vidro Gorilla Glass 5, tanto na parte da frente quanto na parte traseira e estão fundidos à moldura de alumínio. Apesar da Samsung garantir que o metal e o vidro possuem mais resistência nesta geração do que na anterior, as chances do vidro estilhaçar ao cair no chão ainda são bem grandes, e isso vale para o vidro na traseira e na tela.

Durante o tempo que testei os aparelhos, não tive nenhum problema no manuseio do Galaxy S9, sempre me senti muito segura ao tê-lo nas mãos. Agora já não posso dizer o mesmo da versão Plus que, por ser maior, gerava certo desconforto, tanto nas mãos quanto nos bolsos das calças.

A maior mudança visual foi mesmo na parte de trás dos dispositivos. A troca de posição do sensor de impressão digital da lateral da câmera para baixo dela deixou os novos Galaxy mais próximos das configurações que temos hoje em outros aparelhos do mercado. Porém, ainda está muito perto da lente da câmera e, em algum momento, você vai tocar no vidro da lente e sujá-la. Neste sentido a Samsung foi mais conservadora do que a Apple que, sem medo, removeu tal opção de desbloqueio no iPhone X.

Samsung Galaxy S9: lateral - Review / Mobizoo

Ao contrário das versões anteriores, no entanto, a fabricante optou claramente por dois modelos distintos este ano. Enquanto o Galaxy S9 possui uma câmera com apenas uma lente, o Galaxy S9+ tem duas: uma grande angular e outra teleobjetiva. Com isso, ficou mais fácil distinguir entre um e outro.

Por último, a Samsung manteve o sensor para monitoramento dos batimentos cardíacos na parte traseira e trouxe uma novidade no quesito preocupação com a saúde: o sensor para verificação da pressão arterial. Ambos os sensores estão abaixo do flash de suporte da câmera.

De forma geral, eu estou bastante contente com o design e a qualidade de construção dos Galaxy S9 e Galaxy S9+. Ao conseguir encontrar uma identidade visual para uma das suas principais linhas, a Samsung agrada tanto aos compradores da nova geração quanto aos atuais donos do Galaxy S8, por exemplo, que já não vêem uma diferença visual gritante entre um modelo e outro. E isso demonstra uma maturidade clara da série.

Samsung Galaxy S9: parte superior - Review / Mobizoo

Samsung Galaxy S9: tela

Como usuária do Galaxy S8 ficou muito evidente a melhora na qualidade da tela de uma geração para outra. A tela do Galaxy S9 – em especial a do Galaxy S9 Plus – é visivelmente mais brilhante.

Enquanto o Galaxy S9 tem uma tela de 5,8 polegadas, o Galaxy S9 Plus possui 6,2 polegadas. Talvez porque eu esteja acostumada com o Galaxy S8, se tivesse que fazer o upgrade de smartphone este ano, optaria com certeza pelo modelo Plus. O motivo disso é muito simples: a tela grande e de extrema qualidade.

Samsung Galaxy S9 e S9 Plus: diferença do tamanho das telas - Review / Mobizoo

Ambos os aparelhos vêm de fábrica com a resolução Full HD+ por padrão. Porém, a partir das configurações da tela, ainda é possível aumentá-la para QuadHD+. Ambos painéis são Super AMOLED, mostram cores vibrantes e têm ótimos ângulos de visão. Sob a luz do sol, o brilho alto ajuda na nitidez.

A Samsung também oferece quatro modos de tela: Exibição Adaptável, Cinema AMOLED, Foto AMOLED e o Básico. De todos eles, sinceramente, prefiro o primeiro e que chega como padrão de fábrica. Este modo ajusta as cores do visor para o tipo de conteúdo apresentado na tela. Esta opção também otimiza as imagens quando usamos o aparelho ao ar livre.

E se você é fã do recurso Tela Edge, é possível criar atalhos rápidos para aplicativos mais usados, recursos de edição de imagem e até mesmo o multi janelas configurado para abrir ao mesmo tempo dois apps pré-selecionados.

Samsung Galaxy S9: tela - Review / Mobizoo

O que me chamou a atenção é que, ao contrário do ano anterior, muitos serviços de mídia já estão adaptados para a proporção de tela 18,5:9. Isso significa que não temos mais perda de conteúdo devido a adaptação da imagem a formato da tela. Assim, consumir mídia na tela do Galaxy S9 Plus é muito bom, ainda mais porque a nova geração chegou ao mercado com qualidade de áudio estéreo.

E, claro, com a proliferação do notch entre smartphones Android, não posso deixar de ressaltar que, felizmente, os Galaxy S9 e S9 Plus não possuem tal aberração, seja física ou virtualmente.

Samsung Galaxy S9: som

O som do Galaxy S9 é alto, é estéreo e coloca a fabricante um nível acima da sua concorrência. Eu digo isso porque, assim como a Sony, a Samsung possui a própria divisão de áudio.

A aquisição da Harman International Industries faz com que os alto-falantes dos novos dispositivos topo de linha da Samsung tenham a assinatura da AKG, bem como os fones de ouvido enviados na caixa dos aparelhos.

Samsung Galaxy S9: áudio Dolby Atmos - Review / Mobizoo

A Samsung optou por usar em conjunto o speaker para ligações e o alto-falante posicionado na parte inferior dos aparelhos. O resultado disso é um som alto, mais nítido e melhor de se ouvir do que no S8. Para melhorar ainda mais a experiência de áudio, a partir do menu de configurações ou dos atalhos rápidos, é possível ativar o efeito de som Dolby Atmos. Com este recurso ativado, a melhora na qualidade do áudio é significativa. Confira o Dolby Atmos em ação no vídeo abaixo:

Eu passei praticamente um mês com o Galaxy S9 Plus e, depois que devolvi os aparelhos, percebi o quão grande é a diferença na qualidade do áudio em relação ao Galaxy S8. Entretanto, algumas características foram mantidas de uma geração para a outra, como o Bluetooth 5, que permite conectar dois speakers ou fones de ouvido Bluetooth ao mesmo tempo. Durante meu teste, a sincronização de áudio usando dois speakers Bluetooth conectados ao aparelho foi perfeita.

Samsung Galaxy S9: ficha técnica

  • Android 8.0 Oreo;
  • 4G Dual Chip (2 nano sim);
  • Tela Super AMOLED QuadHD+ de 5,8 polegadas (Galaxy S9) e 6,2 polegadas (Galaxy S9 Plus), resolução 2960 x 1440 px;
  • Proporção de tela de 18,5:9;
  • Vidro Gorilla Glass 5;
  • Certificação IP68 – resistência à água (até 1,5 m por 30 min) e à poeira;
  • Chipset Snapdragon 845 (Brasil e EUA) / Exynos 9810 Octa-Core (em outros mercados);
  • 4 GB de RAM (Galaxy S9) e 6 GB de RAM (Galaxy S9 Plus);
  • 64, 128 ou 256 GB de armazenamento interno;
  • Entrada para microSD de até 400 GB (slot dedicado);
  • Câmera traseira simples (Galaxy S9): 12 MP com abertura variável (f/1.5 a f/2.4), estabilização óptica e auto HDR;
  • Câmera traseira dupla (Galaxy S9 Plus): 12 MP com abertura variável (f/1.5 a f/2.4) + 12 MP com abertura f/2.4, zoom óptico 2X, estabilização OIS e auto HDR;
  • Câmera frontal de 8 MP com abertura f/1.7, autofoco e auto HDR;
  • Gravação de vídeo em 4k e Super Slow Motion de 960 fps;
  • Leitor de impressão digital traseiro;
  • Leitor de íris;
  • Alto-falantes estéreo Dolby Atmos;
  • Sensores: luz ambiente, acelerômetro, proximidade, magnetômetro (bússola), giroscópio;
  • Bluetooth 5;
  • NFC;
  • A-GPS, GLONASS;
  • USB Tipo C;
  • Bateria de 3000 mAh (Galaxy S9) e 3500 mAh (Galaxy S9 Plus), com carregamento rápido e sem fio.

Samsung Galaxy S9: desempenho

No Brasil, a Samsung optou por oferecer os Galaxy S9 e S9 Plus com o processador Snapdragon 845, da Qualcomm. No entanto, os aparelhos que testei eram embalados pelo Exynos 9810, da própria Samsung. Como é possível perceber no gráfico abaixo, a performance no benchmark AnTuTu é muito similar entre ambas as variantes:

Samsung Galaxy S9: Antutu Benchmark 7 - Review / Mobizoo

Em relação à capacidade de processamento, o que muda mesmo é a quantidade de memória RAM de um aparelho para o outro. O S9 possui 4GB de RAM e o S9 Plus 6GB de RAM. Apesar desta diferença, a resposta é a mesma em ambos os modelos: sempre muito rápida.

O que realmente me chamou a atenção foi a velocidade de carregamento e download que temos nestes dois smartphones. Isso acontece por causa do novo modem LTE que suporta velocidades de Gigabit ainda mais rápidas.

Em relação ao desempenho, as variantes com Exynos se saíram muito bem: o aparelho é rápido, não engasga, a rolagem de página é suave e o multitarefas continua rodando liso. Como disse acima, um dos destaques é sem dúvidas a velocidade de carregamento de páginas e download. Até o Bixby que é pesado consegue um desempenho melhor no Galaxy S9 do que no Galaxy S8.

Outro destaque vai para a eficiência e rapidez de configuração da biometria. Além dos padrões de desbloqueio de tela comuns do Android, tais como deslizar, padrão, pin e senha, o Galaxy S9 oferece o desbloqueio facial, o desbloqueio por íris e impressões digitais. A Samsung realmente otimizou a forma como estes recursos funcionam. Para se ter uma ideia, agora basta apenas deslizar o dedo sobre o sensor de impressão digital para que este grave seus dados.

Porém, como disse acima, muitas vezes o dedo acaba esbarrando no sensor da câmera e, para evitar este tipo de problema, acabei optando por usar a Leitura Inteligente. Esta é uma função que combina o reconhecimento facial e o desbloqueio por íris e oferece uma resposta extremamente rápida. O único defeito é que quando não temos luz suficiente no ambiente, aí temos que digitar o pin ou a senha. Mas precisa estar muito escuro para que a leitura inteligente não funcione, por vezes até o brilho da tela ajuda nesta ação.

O aparelho está rodando fluido o Android 8.0 e a UI Samsung Experience 9.0, com as atualizações de segurança em dia. Em termos gerais, a performance dos Galaxy S9 e Galaxy S9+ seria excelente não fosse pelo desempenho ruim da bateria.

Samsung Galaxy S9: bateria

Apesar dos novos e mais econômicos processadores, a atual geração da série Galaxy S foi lançada com a mesma quantidade de bateria dos antecessores. Logo, o Galaxy S9 possui 3000mAh de bateria e o Galaxy S9 Plus 3500mAh. Para um usuário médio, esta capacidade não seria um problema, poderia, inclusive, durar até mais do que um dia. Porém, se você consome muita mídia e exige mais da placa gráfica do aparelho, aí a bateria será uma decepção.

Durante uma sessão de fotos para a construção de um esboço sequencial para o filme de um amigo, no qual utilizei a câmera do Galaxy S9+ por cerca de 46 minutos, o consumo de bateria foi de 10%. A energia gasta pela tela foi de 17% neste dia, cerca de 2h57min e, impressionantemente, o Always On Display drenou 6% da bateia.

Samsung Galaxy S9: duração da bateria - Review / Mobizoo

Aliás, desde o lançamento do Galaxy Note 8 é que a Samsung vem tendo dificuldade em calibrar o recurso Always On Display. No meu Galaxy S8, por exemplo, o consumo não chega a 2%. Logo, para manter o aparelho por mais tempo, aconselho desativar essa função.

Por outro lado, também é preciso dizer que a Samsung é uma das fabricantes que mais investe em recursos do sistema e periféricos para o carregamento dos seus smartphones. O Galaxy S9 e sua versão Plus contam com a tecnologia Qi de carregamento rápido, podendo chegar de 0 a 100% de bateria em 1h50min. Outras opções são o carregamento sem fio, que também utiliza a tecnologia de carregamento rápido, e os recursos de software que diminuem a resolução da tela e do áudio, por exemplo, quando o sistema usa o modo otimizado de bateria.

Essa atitude conservadora por parte da equipe de engenheiros da Samsung em relação ao tamanho da bateria é compreensível. Depois do problema das explosões da bateria do Galaxy Note 7, a divisão de hardware da fabricante não quer repetir tamanho fiasco. Contudo, uma bateria que dura entre 14 e 16 horas também pode ser considerada um fracasso.

Samsung Galaxy S9: câmeras

Se a performance da bateria dos Galaxy S9 decepciona, a câmera é só alegria, especialmente a câmera de lente dupla do Galaxy S9+. De um modo geral, a Samsung manteve a interface do software simples, intuitiva e adicionou alguns modos de câmera bem interessantes e divertidos.

Samsung Galaxy S9: câmera traseira - Review / Mobizoo

A lente da câmera do Galaxy S9 possui 12MP, com foco automático, Estabilizador Ótico de Imagem, abertura focal dinâmica, e manteve a tecnologia Dual Pixel do Galaxy S8. Já o Galaxy S9 possui duas lentes, uma de 12MP, grande angular, com foco automático, Estabilizador Ótico de Imagem, abertura focal dinâmica e tecnologia Dual Pixel; e a outra de 12MP, teleobjetiva, com foco automático, Estabilizador Ótico de Imagem e abertura focal f/2.4.

Em outras palavras, a grande diferença entre as câmeras de uma variante para a outra é o fato de que a lente dupla do Galaxy S9 Plus oferece 2X zoom ótico e efeitos de profundidade de campo, ou seja, o modo retrato. Assim, ao contrário do modelo anterior, o S9 Plus é capaz de gerar fotos com efeito de fundo desfocado de maneira mais precisa, já que com duas lentes, o recurso é trabalhado fisicamente, e não por software.

Apesar disso, existem muitas coisas em comum entre essas duas câmeras. Tanto o Galaxy S9 quanto o Galaxy S9+ oferecem a abertura focal dinâmica. Isso significa que, assim como o olho humano possui um mecanismo de adaptação da íris à entrada de luz, a lente dos novos Galaxy também. Este recurso é mecânico e abre e fecha a entrada de luz no sensor, ajustando de forma mais eficiente a captura de imagem em diferentes situação de luz.

Assim, em ambientes com baixa luminosidade, a abertura focal será de f/1.5, que permite a entrada de mais luz. Já em ambientes com melhor iluminação, a abertura focal será de f/2.4, que permite a entrada de menos luz. Neste caso, o tamanho da abertura é inversamente proporcional à entrada de luz. Em resumo, isso permite que a câmera capture fotos de melhor qualidade de forma automática.

Samsung Galaxy S9: foto da câmera traseira com boa luz - Review / Mobizoo Samsung Galaxy S9: foto da câmera traseira em interior - Review / Mobizoo Samsung Galaxy S9: foto da câmera traseira em interior - Review / Mobizoo

Já a câmera frontal possui uma lente de 8MP, com foco automático e abertura focal f/1.7. Eu realmente gostei da experiência com selfies, tanto em relação à qualidade de iluminação das imagens, como as opções de modo de câmera. Meu destaque vai para as selfies com fundo desfocado que, mesmo sendo um recurso de software, dá a chance de tornar anônimas as pessoas que aparecem no fundo, em fotos feitas em locais públicos, por exemplo.

Samsung Galaxy S9: selfie com modo retrato - Review / Mobizoo Samsung Galaxy S9: selfie no modo automático - Review / Mobizoo

Existem ainda três recursos de câmera que precisam ser mencionados: o Bixby Vision, o Emoji AR e o Super Slow-Mo. Em pelo menos duas destas três funções a linha deixa de brilhar para virar piada.

Caso queira visualizar as fotos, vídeos e Emojis AR em tamanho original, baixe este arquivo zip.

Super Slow-Mo

Sim, é possível gravar vídeos em 960 quadros por segundo com os novos Galaxy S9, porém, a resolução é muito baixa, a câmera de super slow-motion só oferece suporte para resolução HD. Isso quer dizer que é preciso ter muita luz no ambiente para que a qualidade seja satisfatória.

A função também é limitado a 20 quadros por vídeo com cerca de 0,2 segundos de gravação e 6 segundos de reprodução para cada quadro. Logo, o efeito de câmera lenta será bem curto. Porém, as chances de perder o momento são pequenas, visto que a super câmera lenta usa a função inteligente de detecção automática do movimento.

Portanto, é muito mais interessante usar o recurso Slow-motion, também disponível no Galaxy S8, que oferece 240 quadros por segundo e resolução Full HD, pois pelo menos você terá vídeos com melhor qualidade para compartilhar.

De acordo com os testes de vídeo em câmera lenta do Tom’s Guide, nos quais foram utilizados o Galaxy S9+, o iPhone X, o Pixel 2 e o Xperia XZ1, o Galaxy S9+ teve o melhor desempenho. Porém, vale dizer que dos quatro aparelhos, apenas o S9+ e o XZ1 oferecem a opção de gravar em 960fps, com resolução HD. Hoje, apenas o Xperia XZ2 pode capturar vídeos em 960fps e resolução Full HD, mas o efeito será limitado a apenas 3 segundos.

Emoji AR

Até o momento em que publiquei este review do Galaxy S9 e S9+ ainda não estou muito certa sobre o sucesso do Emoji AR da Samsung. O que tenho certeza, no entanto, é de que o resultado é pífio. Ao contrário do Animoji, da Apple, que utiliza sensores dedicados para reconhecimento facial, a Samsung utiliza apenas a câmera frontal para distinguir o movimento da face dos usuários e gerar um Emoji 3D. Isso faz com que um sorriso, muitas vezes, seja interpretado como dor.

Porém, o que me surpreendeu mesmo foi a reação das pessoas com este tipo de recurso. Enviei meus Emoji AR nos grupos de WhatsApp da família, publiquei um no Twitter e, para minha surpresa, a repercussão foi muito positiva. Muitos vieram me perguntar como poderiam ter a mesmo função e vários amigos criaram seus próprios Emoji AR com o Galaxy S9 que recebi para testes.

Logo, apesar de uma imitação de movimentos imprecisa e uma seleção de Emojis AR questionável, este é um recurso popular aparentemente.

Bixby Vision

O Bixby Vision é a versão da Samsung para o Google Lens, ambos utilizam a câmera para entregar informações para os usuários. Porém, ao contrário do Google Lens, o Bixby Vision não oferece suporte para o Português do Brasil e ainda possui muitas limitações no quesito sugestão de compras. Por isso, indico utilizar o Google Lens em detrimento ao Bixby Vision neste momento.

Samsung Galaxy S9: preço e disponibilidade

O Samsung Galaxy S9 foi lançado no mercado brasileiro por R$ 4.299 com 4GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento, enquanto o Galaxy S9+ por R$ 4.899 na variante com 6GB de RAM e 128GB de armazenamento interno.

No entanto hoje, tanto na loja da Samsung quanto no varejo nacional, é possível comprar o Galaxy S9 e o Galaxy S9+ por R$ 3.999 e R$ 4.599, respectivamente. O preço do Galaxy S9 e do Galaxy S9 Plus ainda é alto, mas quando comparado com os smartphones de mesma gama disponíveis no Brasil, os valores estão coerentes.

O iPhone X, da Apple, com 64GB de armazenamento custa R$ 6.999; já o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus, com 64GB de armazenamento, saem por R$ 3.999 e R$ 4.599, respectivamente.

O LG G7, recém lançado no Brasil, custa R$ 3.999, mas oferece a metade da capacidade de armazenamento do Galaxy S9, por exemplo. Já o Sony Xperia XZ2, também com 64GB de armazenamento, pode ser encontrado por R$ 3.609,99. Nestes valores, o LG G7 e o Sony Xperia XZ2 possuem 4GB de RAM.

Samsung Galaxy S9: é bom?

Como disse na introdução deste review, o Galaxy S9 é um smartphone excelente, mas que pode ter seu sucesso no Brasil limitado a questões como preço e falta de atenção aos detalhes. O crescimento do mercado de smartphones vem desacelerando no mundo, isso é um evento esperado e mostra certa maturidade da indústria. Mesmo no Brasil, um país em que os smartphones intermediários ainda movimentam muito a economia, a previsão é de que o mercado de dispositivos móveis apresente o pior desempenho em 2018.

Neste cenário, pagar entre 3.999 e 4.599 reais por um smartphone tem que significar um investimento e não pode estar sujeito a falhas. E para ser um investimento, este aparelho precisa sobreviver ao ciclo dos dois anos.

O maior problema do Galaxy S9 é a autonomia da bateria e a lentidão na entrega das atualizações do software. Em relação ao update do sistema operacional, no entanto, verdade seja dita, a Samsung vem conseguindo entregar os patches de segurança mensais com certa pontualidade na gama alta. E a série Galaxy ainda tem pelo menos duas novas versões do Android garantidas. Porém, a bateria é um problema e tende a piorar com o passar dos anos de uso do dispositivo.

O Galaxy S9 e o Galaxy S9 Plus são ótimos dispositivos, os melhores que a Samsung já criou na minha opinião. A câmera e a tela são as melhores que você encontra hoje no mercado nacional, a qualidade de áudio dos aparelhos é muito boa, o software é atual e possui uma série de opções de customização e, ao usar capas e proteção de tela, é possível ficar com ambos os aparelhos pelos próximos dois anos. O que você terá que se perguntar na hora da compra é se consegue viver com um celular que deverá ser carregado pelo menos uma vez ao dia e, na pior das hipóteses, duas vezes.

Eu fiz essa opção no ano passado quando comprei o Galaxy S8 e faria novamente pelo Galaxy S9 Plus. E você o que faria?

Ainda não conhece a escala memética de avaliação do Mobizoo? Então veja como fazemos nossas análises de celular.


Deixo o meu agradecimento à assessoria da Samsung Europa que gentilmente emprestou os celulares utilizados nesta análise.

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Camila Rinaldi

Tentei medicina, tentei jornalismo, mas só achei a felicidade quando descobri que podia falar sobre qualquer coisa na internet e ainda por cima ganhar dinheiro com isso. Não acredito que as máquinas vão roubar nossos empregos ou nos dominar, mas penso que se não mudarmos enquanto seres humanos, podemos acabar nos dominando com o auxílio das máquinas. Cada vez mais entendo a importância de comer bem, e quero poder ensinar meu sobrinho sobre dinossauros e vinis.

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