Review Alcatel Pixi 4 6″: um celular para carregar debaixo do braço

Está procurando um celular barato e com tela grande, e se interessou pelo Alcatel Pixi 4 6″? Então você está no lugar certo!

Passei algumas semanas usando o Alcatel Pixi 4 6″ como meu celular principal, e neste post você irá conferir todas as minhas impressões sobre este celular que foi lançado em abril por R$ 899, mas já pode ser facilmente encontrado em lojas online por R$ 699.

O Pixi 4 6″ é um ótimo aparelho para o dia-a-dia, mas é preciso fazer algumas concessões

Neste ano a Alcatel resolveu reformular a sua linha de smartphones mais baratinhos – a Pixi, trazendo 3 opções de tamanhos: 4, 5 e 6 polegadas, e incorporando flash frontal para selfies em todas elas. O maior e mais caro da linha, o Pixi 4 6″, é sem dúvida a aposta mais ousada da empresa, já que conta com a maior tela disponível em sua faixa de preço, entrando assim na categoria phablet (telefone com tamanho de tablet).

A proposta do Alcatel Pixi 4 6″ é clara: ser o smartphone de entrada com a maior tela do mercado. Mas para oferecer uma tela enorme, por um preço pequeno, foram necessários alguns cortes, entre eles a ausência do 4G, baixa resolução de tela e um hardware mais simples, algo comum em smartphones de entrada de 2014, mas que talvez possa soar ultrapassado em 2016.

Confira todos os detalhes do aparelho:

Especificações

  • Modelo 8050E;
  • Android 5.1 Lollipop;
  • 3G+ Dual Chip;
  • Tela IPS 6 polegadas qHD (960 x 540 px);
  • Chipset MediaTek MT8321;
  • Processador Quad Core 1.3 GHz;
  • 1 GB de RAM;
  • GPU Mali 400;
  • Câmera traseira de 13 MP com flash e HDR;
  • Câmera frontal de 8 MP com flash;
  • Gravação de vídeo Full HD;
  • 8 GB de armazenamento interno + microSD grátis de 16 GB;
  • Entrada para microSD até 64 GB;
  • Sensores: luz ambiente, acelerômetro, proximidade;
  • USB Host (OTG);
  • Bluetooth 4;
  • A-GPS;
  • Rádio FM;
  • Bateria 2600 mAh (não removível).

Unboxing

Alcatel Pixi 4 6″ – Design

Apesar de ser um celular enorme, que se aproxima muito do que conhecemos como tablet, o Alcatel Pixi 4 6″ é fino e leve. Seu design é simplista e sóbrio – um verdadeiro Android “arroz com feijão”.

O acabamento geral do dispositivo é muito bom, mas a fabricante poderia ter caprichado mais no vidro da tela, que fica sujo e engordurado com muita facilidade. Aliás, ele também não conta com proteção contra arranhões (Gorilla Glass), então usar capa e película é fundamental.

Sua traseira em plástico passa bastante solidez e oferece uma boa pegada, mesmo com esse tamanhão.

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Na lateral esquerda do aparelho estão os dois slots de entrada para chips de operadora (ambos micro sim), e o mais legal é que eles dispensam o uso daquela ferramenta para abertura (“chavinha”). Basta apertar o pequeno relevo do cantinho para abrir a porta de acesso – uma ótima sacada da Alcatel.

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Do outro lado ficam os botões Power e Volume, e acima deles o slot para um cartão micro SD, que aliás, já vem com o aparelho (16 GB).

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Abaixo da tela ficam os botões capacitivos do Android em sua ordem oficial (viu Lenovo?), e, apesar de não serem retro-iluminados, são bastante visíveis (viu Samsung?).

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No topo do aparelho estão o conector micro USB e a entrada para fones de ouvido. Eu particularmente não gosto desta posição para o USB, principalmente por conta da ergonomia prejudicada que ela causa em algumas situações: carregar no criado-mudo, carregar no carro.

Perto da câmera frontal há também um LED que só acende quando o dispositivo está sendo carregado, e não pisca para notificações (provavelmente para estimular o uso do aparelho com a capa flip).

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Como o aparelho é muito grande e mal cabe no bolso de uma calça, a Alcatel oferece uma capa estilo flip que deixa o Pixi 4 6″ parecido com um agenda ou caderneta, e permite que ele seja carregado debaixo do braço. Os crentes vão amar!

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Essa capinha além de deixar o aparelho mais protegido e prático de manusear (basta abrir a capa para desbloquear a tela), também conta com várias funções que facilitam a vida do usuário. Dá até para falar ao telefone com ela fechada!

Alcatel Pixi 4 6″ – Tela

Apesar de contar com a maior tela já vista em sua faixa de preço, o Alcatel Pixi 4 6″ nem de longe pode ser elogiado por ela. A resolução qHD (960 x 540) “quase HD” escolhida para a tela de 6 polegadas é, sem dúvida, o grande ponto fraco do aparelho. Por conta dessa baixa resolução, as imagens carecem de definição e a sensação geral é de que tudo está meio “embassado”.

O detalhe é que em outros países o modelo possui tela HD (1280 x 720), que já fica bem mais interessante nas 6 polegadas. Depois do que a LG fez com o G5, trazendo uma versão simplificada do top para o Brasil, fica a certeza de que as fabricantes devem estar “cortando um dobrado” para conseguirem algum lucro por aqui. Só isso justifica o fato das versões nacionais de aparelhos serem sempre mais “humildes” que as internacionais.

Além da pouca definição, a tela do Pixi também carece de mais brilho e contraste, e vidro bastante reflexivo que cobre o painel prejudica a visibilidade em ambientes externos (ou sob a luz do sol) e os ângulos de visão permitidos pelo aparelho.

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Acredite, quando tirei essa foto, o brilho da tela do Pixi 4 6″ estava no máximo! E olha que esse era um dia nublado.

Em diversas situações precisei inclinar o celular para poder enxergar o conteúdo da tela. Fica evidente que para poder baixar o custo do aparelho, a fabricante teve que sacrificar bastante a tela. Na minha opinião, uma decisão ruim, já que o público desta faixa de preço já está acostumado com telas melhores, como a do Galaxy J3.

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Ainda ao ar livre, precisei inclinar bem o aparelho para poder registrar a imagem da tela. Repare como a tela é muito reflexiva.

No final das contas, apesar dos problemas citados, a tela enorme do Pixi 4 6″ pode ser uma boa pedida para pessoas idosas, já que ela possui ótima sensibilidade aos toques, boa reprodução de cores, e, com todo o espaço extra, dá para configurar as fontes do sistema e dos aplicativos para ficarem bem grandonas, facilitando a vida de quem já não enxerga tão bem. Olha como fica o Twitter:

Tela enorme + fontes enormes = leitura perfeita para idosos.
Tela enorme + fontes enormes = leitura perfeita para idosos.

Alcatel Pixi 4 6″ – Câmeras

As câmeras do Pixi 4 6″ não chegam a empolgar, mas também estão longe de serem ruins. Com algum esforço e boa iluminação, é possível fazer fotos razoáveis com a câmera traseira do aparelho, que possui foco bastante veloz Modo HDR que funciona bem. Só não espere milagres.

A câmera dianteira também possui foco rápido, mas costuma exagerar um bocado no pós-processamento (especialmente no efeito de suavização de rosto). Sua grande vantagem (especialmente dentro da faixa de preço do aparelho) é a presença de um flash LED frontal, que permite tirar selfies mesmo em ambientes com pouca luz.

Bom, melhor do que eu ficar descrevendo os resultados, é você vê-los com seus próprios olhos. Todas as fotos que apresento abaixo estão do jeitinho que tirei com o celular, sem nenhum tratamento ou filtro.

Foto no parque com o Pixi 4 6": nota-se a luz estourando em objetos banhados pelo sol e há ruídos nas áreas mais escuras da imagem.
Foto no parque com o Pixi 4 6″: resultado não empolga, pois nota-se a luz estourando em objetos banhados pelo sol e há ruídos nas áreas mais escuras da imagem.
Foto de fim de tarde com o Pixi 4 6".
Foto de fim de tarde com o Pixi 4 6″.
Foto tirada com o Pixi 4 6" no início da manhã, num dia de pouco sol.
Foto tirada com o Pixi 4 6″ no início da manhã, num dia de pouco sol – HDR ativado.

Um fato interessante que descobri em meus testes, é que a câmera traseira do Pixi se sai melhor quando utilizada no Modo Manual. Especialmente quando o assunto é reprodução de cores. Veja que no exemplo abaixo, a primeira foto, tirada no Modo Automático removeu completamente a iluminação amarela que predominava no restaurante. Na segunda foto, feita com no Modo Manual, a cor da luz ambiente é exatamente a que eu via com meus olhos.

Foto de objeto próximo tirada com o Pixi 4 6" - ambiente interno - modo automático.
Foto de objeto próximo tirada com o Pixi 4 6″ – ambiente interno – modo automático.
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Foto de objeto próximo tirada com o Pixi 4 6″ – ambiente interno – modo manual.
Selfie com a câmera frontal, sem efeito embelezamento.
Selfie com a câmera frontal, sem efeito embelezamento.
Selfie com a câmera frontal, com efeito embelezamento.
Selfie com a câmera frontal, com efeito embelezamento.

Sem dúvida alguma, o maior problema que notei em ambas as câmeras do Pixi foi a quantidade grande de ruído e pouca definição das áreas escuras das fotos. Algo que certamente irá incomodar os fotógrafos mais exigentes.

Alcatel Pixi 4 6″ – Desempenho

Durante o tempo que utilizei o Alcatel Pixi 4 6″ como meu celular principal não tive problemas com tarefas do dia-a-dia. Navegar na Internet, usar aplicativos de redes sociais, GPS, ouvir músicas e assistir vídeos funcionaram de forma bastante satisfatória, e dá para dizer que neste quesito, o Pixi 4 6″ é uma boa surpresa.

É claro que dá para notar uns engasgos aqui ou ali – algo esperado num hardware mais simples -, mas nada que comprometa a experiência de uso. Na verdade eu descobri que dá para deixar o aparelho um cadinho mais veloz se você desinstalar alguns “bloatwares” que vêm nele.

Aliás, ponto para a Alcatel neste quesito: a maioria das fabricantes não permite ao usuário desinstalar os aplicativos que vêm pré-instalados nos seus aparelhos (a maioria só serve para ocupar espaço). Mas no Alcatel Pixi 4 6″ isso é permitido.

Eu desinstalei todos os jogos e os aplicativos Clean Master e Antivirus que vieram no aparelho e notei um ganho significativo de performance.

Falando de performance, o chipset da MediaTek presente no aparelho não faz feio nos testes de benchmark como o Antutu, e apresenta resultado muito próximo aos dos seus concorrentes na mesma faixa de preço. Veja:

Alcatel Pixi 4 6" - Antutu Benchmark

O mais surpreendente é que, mesmo rodando games pesados, como Asphalt 8 e Modern Combat 5, o Pixi 4 6″ se sai muito bem. A performance do aparelho em games supera inclusive concorrentes mais caros, como o Lenovo Vibe K5. Obviamente que a tela de resolução mais baixa ajuda no desempenho do dispositivo da Alcatel.

Mas o fato é que jogar na telona do Pixi é uma delícia, pois o painel enorme deixa os games muito mais divertidos e envolventes. Só vendo para entender.

No vídeo abaixo, vocês podem comprovar que dá para jogar diversos títulos no aparelho, e numa boa:

Alcatel Pixi 4 6″ – Bateria

A bateria do Pixi 4 6″ não é incrível, mas possui capacidade adequada à proposta do aparelho, e sua duração é bastante satisfatória. Durante todo o período que usei o celular, consegui sempre chegar ao final do dia (22h) com carga em torno dos 40%. Isso mesmo nos dias de uso mais intenso, e tirando ele do carregador às 7h da manhã.

A impressão geral que ficou deste quesito é que, mesmo quem fizer um uso muito pesado do aparelho no dia-a-dia vai conseguir chegar ao fim do dia com ele ainda vivo. E é importante lembrar que a bateria do Pixi 4 6″ não é removível.

Alcatel Pixi 4 6″ – Som

O grandalhão da Alcatel não possui conjunto de som com recursos especiais, fones de ouvido de primeira, e alto-falantes estéreo vistos no Idol 3, modelo que analisamos há um tempo atrás aqui no blog. Por se tratar de um modelo de entrada, a experiência de som é básica, porém bastante satisfatória.

O alto-falante localizado na traseira do aparelho não é incrível, mas emite som forte e claro. A saída de som para ligações também proporciona bom volume e clareza, mas os fones de ouvido que vêm com o aparelho, esses sim deixam a desejar.

fones de ouvido alcatel pixi 4 6

Além de serem extremamente simples na construção, material e recursos (não há nem botão para atender chamadas), eles produzem som fraco e quase sem graves. Ah, e também não são dos mais confortáveis.

Os fonezinhos da Alcatel quebram um galho na hora do desespero, mas, se você quiser qualidade, potência e conforto, é melhor comprar fones melhores.

Alcatel Pixi 4 6″ – Prós e Contras

Prós:

  • tela enorme;
  • performance geral do sistema é muito boa;
  • bom desempenho rodando games pesados;
  • flash na câmera frontal;
  • é possível desinstalar aplicativos que vieram com o aparelho (bloatwares);
  • bateria de boa duração;
  • Android quase puro, com recursos de software que facilitam o dia-a-dia;
  • cartão de memória de 16 GB incluso.

Contras:

  • tela de baixa resolução e com visibilidade ruim sob a luz do sol;
  • Android 5.1 sem previsão de atualização, enquanto os modelos mais baratos da mesma linha vêm com Android 6;
  • câmera traseira decepciona em fotos com pouca iluminação;
  • fones de ouvido que acompanham o aparelho são muito simples;
  • sem 4G.

Conclusão

Eu costumo dizer que não existe smartphone ruim, mas sim smartphone que não cumpre bem sua proposta. Afinal, é lógico que não dá para esperar um desempenho incrível de um celular de entrada, com configurações bem mais humildes que os tops do momento.

Os aparelhos mais baratos que fazem sucesso geralmente são aqueles que fazem as concessões certas para baixar seu preço, acertando naquilo que seu público-alvo realmente precisa para uma boa experiência de uso.

E o Pixi 4 6″ é exatamente isso. Um celular bem construído, barato, livre de travamentos e bugs, com bom desempenho e uma tela enorme que, na minha opinião, irá agradar crianças e idosos, por razões totalmente distintas: a criançada vai adorar essa tela para games, e os idosos vão aproveitar todo o conforto visual de textos bem grandões.

Ele só não é indicado para quem exige muita qualidade da tela e das câmeras. Especialmente porque nesses quesitos, outros aparelhos na mesma faixa de preço se saem melhor. Entre eles o Idol 3 da própria Alcatel, e o Galaxy J3 da Samsung.

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Deixo o meu agradecimento à Alcatel Brasil, que gentilmente forneceu o celular utilizado nesta análise, e colaborou para solucionar as dúvidas que surgiram durante os testes.

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Anderson Mansera

Especialista em Tecnologia e Design com mais de 20 anos de experiência no mercado de produtos eletrônicos e soluções digitais, com participação em eventos internacionais e projetos para grandes empresas. Retrogamer e tecladista nas horas vagas.